sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

O mar para lá das palavras


O Governo reconhece a importância do estudo do território para “mapeamento” dos potenciais recursos, mas não vê as geociências como prioritárias. Lamento dizer, mas sem geólogos e geofísicos, espécies em extinção no território nacional, não se chega ao “filão”.
Já alguém disse que, quando se fala do mar, é porque não se tem tema. Concordo em parte. Assim como se enjoa no mar, enjoa ouvir falar do mar sustentando no vazio a sua importância. É incontornável a fantástica herança histórica que nos fixa como uma âncora a este mar português. Mas é trágica a realidade da nossa actual frota pesqueira. E não só. Felizmente, operadores públicos e privados contrariam a inércia estabelecida e desenvolvem projectos inovadores nas mais variadas áreas ligadas ao mar, desde o transporte marítimo e o turismo náutico até às energias renováveis. Estas iniciativas são geradoras de emprego. Mas estes operadores não conseguem sozinhos virar a balança. Portugal, o seu Governo, terá de actuar numa só voz, agindo e agindo e desbloqueando.
Falando dos recursos do (e no) mar, um país pequeno como Portugal tem no mar uma das maiores zonas económicas exclusivas do mundo. E sabemos hoje que há um enorme potencial de riqueza de recursos vivos e não vivos distribuídos por toda essa imensa área. A proposta de extensão da plataforma continental submetida por Portugal às Nações Unidas, se aceite, irá dar ao país a jurisdição sobre os recursos do leito e subsolo marinho numa área de 3,8 milhões de quilómetros quadrados.




quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Photo Exhibit on the underwater cultural heritage of the world

In the framework of the Extrabudgetary project “Capacity building, implementation actions and increase ratification schemes for the 2001 Convention for the Protection of the Underwater Cultural Heritage in Latin America and the Caribbean” financed by the Spanish government, the Regional Office for Culture for Latin America and the Caribbean of UNESCO is organization a photographic exhibit of large size photographs depicting emblematic sites of the underwater cultural heritage of the world.These large-size, high resolution photographs will cover the fences of the Castillo de la Real Fuerza, located in one of the most visited plazas of the city and bordering the Avenida del Puerto, popular for strollers and tourists. The exhibit consists of 30 photos and explanatory panels on the UNESCO 2001 Convention for the Protection of the Underwater Cultural Heritage emphasizing on the underwater cultural heritage of the Caribbean and Latin America. The museum housed in this emblematic fortified castle of the colonial period, is dedicated to the study of navigation, underwater archaeology and maritime history. The outside fences of the castle have served in the past for exhibits that have been met with great success. This photo exhibition on selected underwater cultural heritage sites illustrates the beauty of the traces of human existence covered by water. From ancient shipwrecks to underwater caves, the exhibition is an insight to the diversity of the underwater cultural heritage and its astonishing condition of conservation through the centuries of time, or even millennia.

http://en.unesco.org/events/photo-exhibit-underwater-cultural-heritage-world

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Lançamento do Livro "Estudos da náutica e das navegações de alto-mar"







O lançamento do livro "Estudos da náutica e das navegações de alto-mar" do Capitão-de-mar-e-guerra de autoria de José Manuel Malhão Pereira, terá lugar no dia 19 de Dezembro de 2012, com início às 17h30 horas, na Sala de Leitura da Biblioteca Central da Marinha. A obra será apresentada pelo Professor Doutor João Gomes Ferreira.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Arqueólogos investigam embarcação naufragada na península de Tróia


TRÓIA – De 1 a 5 de Dezembro, uma equipa composta por arqueólogos, conservadores, biólogos, geólogos e mergulhadores esteve a desenvolver trabalhos subaquáticos numa embarcação naufragada fora do Estuário do Sado e na proximidade da Península de Tróia, que se prevê ser um dos últimos navios portugueses à vela – provavelmente datado do séc. XIX.
De fundamental importância histórica, esta embarcação, identificada como caso de estudo Navio Tróia 1, aparenta ser um veleiro (lugre) construído, integralmente, em madeira.

Estes cinco dias de trabalho em Tróia tiveram como objectivo descobrir as respostas a temas essenciais: que navio era este, o porquê do seu naufrágio, qual o seu propósito e desde quando se encontrava naquele local concreto.
Adolfo Martins, Arqueólogo e Director do Projecto de investigação do caso de estudo Navio Tróia 1, explica: “para que estas respostas fossem achadas, constituímos três equipas em cada saída diária para o mar. Conseguimos, depois de quatro mergulhos, efectuados ao longo dos 5 dias de campanha (porque o último dia foi dedicado à finalização da campanha), executar um conjunto ampliado de iniciativas.”
Adolfo Martins continua: “Definimos o raio de dispersão dos vestígios, identificámos as peças estruturais do navio para interpretar a sua tipologia, realizámos registos multimédia dos vestígios e analisámos a deposição dos destroços para investigar o modo como a embarcação naufragou e como se fixaram as peças no solo e no subsolo.”
Durante a semana passada, e com uma visibilidade subaquática superior a 10 metros, foi possível identificar com rigor, a cerca de 6 metros de profundidade, as partes estruturais do navio e perceber a dispersão dos mesmos. Uma das principais conclusões desta investigação foi a percepção dos quatro núcleos do Navio Tróia 1:O Conservador Responsável, Cláudio Monteiro, acrescenta ainda que: “Observaram-se vários tipos de materiais, em diferentes graus de estado de conservação, nomeadamente, as estruturas do navio, em madeira, que registam uma excelente estado de preservação.”

  • 1º Núcleo – Significativa parte estrutural do navio, com duas âncoras e amarra.
  • 2º Núcleo – Uma âncora e o seu cepo em madeira.
  • 3º Núcleo – Grupo de cavernas.
  • 4º Núcleo – Grupo composto pela quilha.
Para : “Estes trabalhos pretendem auxiliar a compreensão das rotas comerciais e marítimas, da região do Sado, durante o século XIX.” Termina: “Esta investigação, que se iniciou em Maio de 2012, está a ser desenvolvida no âmbito da formação do curso de pós-graduação de Arqueologia Subaquática e de um projecto de dissertação de mestrado em História, Arqueologia e Património, no Instituto Politécnico de Tomar e na Universidade Autónoma de Lisboa.”
Através desta equipa interdisciplinar – composta por especialistas do meio subaquático e por alunos estagiários – que contou com o apoio logístico de várias entidades, foi possível conhecer melhor esta embarcação. No navio naufragado identificaram-se diversos objectos: curvas de alto, roda de proa, pavimento, sobrequilha, 7 âncoras, 1 guincho da amarra, 4 bigotas, 1 cabo, diversas cavilhas de ferro e de bronze, 1 placa de chumbo e uma chaleira.
http://local.pt/arqueologos-investigam-embarcacao-naufragada-na-peninsula-de-troia/

sábado, 8 de dezembro de 2012

II Colóquio "Arqueólogos e Arqueologia do Mar"

A 23 de Janeiro de 2013, realiza-se na Escola Naval no Alfeite o II Colóquio "Arqueólogos e Arqueologia do Mar", dividido em três painéis de conferências.


sábado, 1 de dezembro de 2012

Série Mar Português: pesca, um mar de oportunidades perdidas

A indústria da pesca não tem conseguido responder à mudança, nem seguiu os exemplos da Espanha e do Canadá, que reagiram quando o bacalhau começou a desaparecer do mar e as quotas de pesca começaram a cair. Desde o início dos anos 1990 que a frota portuguesa perde dimensão. Só entre 1993 e 2011, perdeu um terço dela e todos os anos a receita de Bruxelas é cortar nas quantidades de apanha.

Para ver o video: http://www.publico.pt/multimedia/video/serie-mar-portugues-pesca-um-mar-de-oportunidades-perdidas-634898107733811228 

El tesoro del Odyssey irá al Museo de Arqueología Subacuática de Cartagena


El tesoro de la fragata "Nuestra Señora de las Mercedes", extraído del fondo del mar por la empresa cazatesoros Odyssey y recuperado, tras una ardua batalla legal, por el Estado español, será custodiado en el Museo de Arqueología Subacuática de Cartagena (Murcia).
Lo ha anunciado el director general de Bellas Artes y Bienes Culturales, Jesús Prieto, quien ha comentado que el cargamento estará en el ARQUA antes de final de año.
Prieto dice que el ARQUA es el sitio lógico y ha destacado que este museo es centro de referencia en la protección y restauración del patrimonio subacuático. Además ha destacado que este centro es el lugar perfecto ya que parece que se hubiera creado, en su día, para albergar este cargamento.
También se ha anunciado que otras instituciones museísticas de distintos territorios tendrán la posibilidad de exhibir el tesoro ya que se plantean hacer exposiciones itinerantes que comenzarán, según las previsiones, en el segundo semestre de 2013
La colección está formada por un total estimado de 574.553 monedas, así como otras piezas y objetos recuperados y Prieto dice que "no se puede fragmentar", aunque está está previsto que se hagan préstamos o depósitos a otras instituciones nacionales o internacionales que lo soliciten formalmente. Bolivia ya lo ha hecho.

Inalienable e indescriptible

Este tesoro, declarado Bien de Interés Cultural (BIC), pasa a ser inalienable e indescriptible, ha dicho Prieto, por lo que se encuentra fuera de todo comercio y no se adquiere derecho sobre el mismo bajo ninguna fórmula jurídica. "Es un bien al servicio de la humanidad", ha señalado Prieto.
Por otra parte, el director general ha aludido a la utilización de técnicas pioneras de detección visual que serán necesarias para catalogar las monedas de este cargamento "único", y que permitirán realizar esta labor en sólo 18 meses frente a los 20 años que supondría hacerlo con las técnicas actuales.

208 años y una batalla legal después

El tesoro de la fragata "Nuestra Señora de las Mercedes" llegará a Cartagena 208 años después de que la nave, con su valiosa carga fuera hundida en el mar en 1804 frente a la costa de Portugal. El tesoro llegó a España el 25 de febrero de 2012 desde Estados Unidos, poniendo fin así a un litigio de cinco años entre España y la empresa cazatesoros Odyssey.
En mayo de 2007, Odyssey anunció el hallazgo en aguas internacionales del Atlántico de un cargamento de monedas de oro y plata, aunque se negó a revelar la nacionalidad y localización exacta del buque en el que se encontró, lo que despertó las sospechas del Gobierno español sobre un posible expolio.
España presentó una demanda contra Odyssey en Estados Unidos para defender la propiedad del tesoro, formado por más de 500.000 monedas de oro y plata.
El 3 de junio de 2009 el juez Mark Pizzo recomendó que se entregara a España el tesoro, a lo que se opusieron Odyssey, el Gobierno peruano, que también reclamaba el tesoro, y algunos descendientes de los propietarios de la mercancía, mientras que el Gobierno de Estados Unidos se posicionó a favor de España.
El 22 de diciembre de 2009, otro juez de Tampa, Steven D. Merryday, ordenó la devolución del tesoro a España, pero la empresa Odyssey acudió al Undécimo Tribunal de Apelaciones con sede en Atlanta (Georgia). Dicho tribunal rechazó un recurso de Odyssey en noviembre de 2011 y otro el 31 de enero de 2012, decisión confirmada días después por el Tribunal Supremo de EEUU, que agotó con ello las posibilidades de la empresa para evitar la entrega del tesoro a España.
El tribunal de Tampa zanjó definitivamente la batalla judicial el 17 de febrero de 2012, cuando ordenó que se ejecutara la sentencia de la Corte de Apelaciones de Atlanta. Dicha sentencia establecía que el tesoro de "La Mercedes", valorado en más de 500 millones de dólares (385 millones de euros), pertenece a España, y que este país podía por tanto llevarlo a su territorio.
Finalmente, el 25 de febrero de 2012, dos aviones Hércules repatriaron a España el tesoro, un cargamento de 21 toneladas, integrado por más de 500.000 monedas de oro y plata, algunos tejidos, fragmentos metálicos y balas de cañón. El 7 de junio también fueron devueltas a España parte de las piezas del tesoro que habían sido depositadas en Gibraltar por la empresa.
http://www.rtve.es/noticias/20121130/tesoro-del-odyssey-ira-museo-arqueologia-subacuatica-cartagena/579441.shtml 

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Governo disponibiliza 40 M€ para investimento no mar


O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, defendeu esta quarta-feira que o Governo está empenhado num novo modelo estratégico para a exploração do mar. Na apresentação de um dossier sobre a extensão da plataforma continental portuguesa, anunciou que o Executivo vai disponibilizar 40 milhões de euros para investir na economia do mar.

A verba será aplicada até 2018 e, apesar de reconhecer que o montante é inferior ao aplicado em outros investimentos já realizados pelo Estado, Passos Coelho afirma que o valor permite fazer progressos na exploração dos recursos marítimos e ao mesmo tempo controlar as contas públicas.
«Aquilo que muitas vezes é verdadeiramente importante nem sempre é assim tão caro», defende o chefe de governo.
O primeiro-ministro admite também que a exploração daqueles recursos terá de ser integrada nas regras comunitárias e que terá de contemplar o equilíbrio entre os interesses nacionais e os assuntos europeus e negócios estrangeiros.
Mesmo assim, diz Passos Coelho, «não podemos deixar de defender interesses e direitos que são nossos».
O novo modelo de economia do mar defendido pelo Governo passa por uma aposta na biotecnologia marinha, exploração mineira, aquicultura e turismo.

Link: http://dinheirodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=6&id_news=191241

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Três tipos de caça ao tesouro subaquáticos (castelhano)


Por Filipe Castro e José Luis Casabán
Debería empezar recordando a los lectores que la caza de tesoros es un fenómeno social cuyo único objetivo es la destrucción del patrimonio cultural de las naciones con el fin de beneficiareconómicamente a un pequeño grupo de personas. Los restos son saqueados en los yacimientos marinos de acuerdo con su potencial valor económico. Así, el verdadero valor incalculable y la preciosainformación que portan por su localización y la relación con otros restos se pierde para siempre. Los restos serán entonces vendidos en mercados de antigüedades ilegales o en subastas internacionales donde el origen de las piezas nunca se explica completamente.
El tráfico de antigüedades ha sido bien documentado como ocupación propia de las clases dirigentes desde hace mucho, y su funcionamiento ha sido descrito de forma elocuente por Peter Watson, por ejemplo en sus libros “Sotheby’s, The Inside Story”(1997) o “La conspiración Medici” (2006), dos libros que todo el mundo debería leer antes de dar una opinión sobre este tema.
Durante las pasadas tres o cuatro décadas, los cazatesoros evolucionaron hasta tres diferentes categorías, todas tremendamente destructivas y comprensiblemente ilegales en las naciones más desarrolladas.

Primer grupo

El primer grupo es aficionado al secreto y emplea a profesionales por temporadas, frecuentemente con buenas conexiones con loscontratistas internacionales de industrias marítimas. Tienen los medios y el "know how", solo excavan pecios con carga preciosa, para los que ya tienen compradores y por los que rara vez pierden dinero. Pero no sabemos demasiado sobre este extremo.

Segundo grupo

La segunda categoría abarca solo a Odyssey Marine Exploration, una gran compañía financiada por sus accionistas en bolsa, siempreágil y siempre reinventándose, con un sinfín de pantallas de humo creando ilusiones y situaciones, por delante de los medios de comunicación y de los reguladores, apoyada por entidades políticas de importancia en EE.UU. Real o imaginaria, la última imagen de Odyssey es la de una fuerza creativa que trata de desarrollar un tipo de caza de tesoros que se aproxima cada vez más a las contratistas de arqueología del mercado y no a las actuaciones mafiosas y delictivas de la caza de tesoros que caracterizan al tercer grupo. En lo que hemos fracasado absolutamente ha sido en explicar cómo en un entorno de mercado basado en las ganancias, el mercado y la bolsa deberían escoger la empresa que excava cuidadosamente y dedica el tiempo suficiente a estudiar el yacimiento en lugar de recompensar a las empresas que destruyenel yacimiento, extraen los objetos valiosos y siguen su camino.

Tercer grupo

El tercer grupo incluye todas las compañías, medianas y pequeñas, que han destruido la mayor y mejor parte de todos los pecios en aguas de poca profundidad, desde el Caribe a Latinoamérica, África y Asia. Susempresas son casi siempre ruinosas desde un punto de vista financiero, pero se sostienen gracias a que muchos millonarios se divierten con ello. Buenos ejemplos de esta actividad son las pequeñas compañías que se reunieron en Haití tras el terremoto de 2010 para expoliar en medio del caos y sin necesidad de pedir permisos.
Nunca han hecho públicos sus proyectos, nunca publican sus resultados, y mienten continuamente a todo el mundo. Por eso es tan difícil hacer un seguimiento de su trabajo. Además, las compañías cierran y vuelven a abrir con distintos nombres todo el tiempo.

Presiones diplomáticas

El problema es que la mayor parte de los millonarios que respaldan estas compañías tienen acceso directo a los cuerpos diplomáticos norteamericanos, a través de los donantes a partidos políticos y las firmas de lobbistas, y constantemente tratan de cambiar o circunvalar la ley en los países vulnerables a la influencia de los norteamericanos. En muchos casos estas luchas políticas acaban siendo enfrentamientos de poder serios, porque muchos millonarios norteamericanos odia perder contra gente que consideran inferior, como los arqueólogos africanos, latinoamericanos, asiáticos que trabajan para institución cultural local por salarios magros.

Ironías que no divierten a nadie

Quizá la característica más interesante de toda la industria es que resulta absolutamente ruinosa desde un punto de vista financiero. Estos cazatesoros viven del dinero de sus inversores. El proceso de hallazgo y selección de un objetivo para excavar, sobornar a las autoridades locales para que cambien las leyes, extrayendo la carga y vendiendo el botín es terriblemente caro, costoso. Y aquí yace la primera ironía de esta actividad: los cazatesoros destruyen estos yacimientos arqueológicos únicos solo porque necesitan dinero de sus sponsors, no porque los tesoros hallados sean lo suficientemente valiosospara alcanzar beneficios al final.
La segunda ironía estriba en su principal argumento: las nacionespobres no pueden proteger sus aguas de los expoliadores. Ellos quieren decir saqueadores ilegales y proponen legalizar el saqueo para acabar con el problema. Es una verdad y un triste sarcasmo que, gracias a la ley, y después de destruir los yacimientos, no habrá nada más que saquear.
La tercera es su intención expresa de ayudar a las naciones compartiendo un porcentaje del botín. Siempre estiman el valor del tesoro sumergido en decenas de miles de millones de dólares y suspromesas alcanzan desde reflotar un pecio completo y ponerlo en un acuario a pagar la deuda externa de un país, o llevar la educación hasta el último rincón donde haya un niño sin escolarizar. No hay un solo ejemplo de un país que haya hecho dinero al relacionarse con tipos como estos.
Sin embargo, la mayor ironía es su reivindicación de que lo que realmente quieren los cazatesoros es salvar el patrimonio culturalde la destrucción y ponerlo a disposición del público general. La historia y la arqueología son actividades rigurosas y los cazatesoros sonmentirosos notorios que inventarán cualquier cosa para vender sus proyectos a los inversores.

Trileros que cambian piezas de barco

Son célebres por asociar las piezas rescatadas de un naufragio a otro pecio, con el fin de hacerlo más interesante a sus inversores. Se les conoce por comprar y vender los restos bajo los ojos de sus inversores y las autoridades y además mienten regularmente al personal que los controla para sacar las mejores piezas del país en el que operan. Y conozco una historia personalmente de un yacimiento en el que ni siquiera bucearon. Un día un cazatesoros me confesó que estuvo de vacaciones en el Algarve portugués, yendo a la playa, mientras su socio compraba monedas de plata como quincalla a los pescadores y luego las enviaba a sus sponsor en Lisboa. Siempre las acompañan con cartas pidiendo más dinero porque están ya “a punto de encontrar el tesoro”.

Son mentirosos

Es muy difícil discutir con mentirosos. Los cazatesoros han aprendido a usar los medios a su favor brillantemente. Van a la televisión y prometen construir un laboratorio y dotarlo de personal. Si dices que no te lo crees empiezan a acusarte de mala fe y aamenazar a los arqueólogos que viven de su sueldo con demandas judiciales. Es una lucha desigual.
Los arqueólogos estudian los contextos de la actividad humana en el pasado. Los cazatesoros hablan incesantemente de historia y arqueología, pero para ellos arqueología es la recuperación de restos con valor de mercado. Ellos destruyen o abandonan cada resto que no tenga valor y dejan el casco del pecio reventado, expuesto después de siglos a la destrucción por el entorno.
Reivindican que ellos solo quieren vender los objetos de los que existen muchas réplicas, después de dejar a los gobiernos elegir entre los mejores ejemplos, pero entonces los vimos vendiendo en una subasta elúnico astrolabio encontrado hasta ahora en Cabo Verde. Porque no tienen la intención de cumplir sus promesas, ellos prometerán cualquier cosa

Conclusión

Creo que hemos podemos resumir esta tragedia potencial que puede ocurrir en Colombia en su solo párrafo: los cazatesoros están hablando de desarrollar el estudio del patrimonio cultural subacuático de Colombia saqueando los restos hundidos de una particular cultura y de un periodo concreto. Y creo que todo el mundo tiene derecho de preguntar: ¿Cómo?
Fonte:http://www.abc.es/cultura/20121122/abci-filipe-castro-cazatesoros-hobby-201211211941.html 

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Austrália cria a maior rede mundial de parques marinhos

A Austrália criou esta sexta-feira a maior rede mundial de parques marinhos, com mais do dobro da área da União Europeia.

São 2,3 milhões de quilómetros, repartidos por diferentes áreas ao largo da costa ao redor do país, incluindo uma vasto perímetro no Mar de Corais, que circunda a Grande Barreira de Recifes.


Nas áreas mais sensíveis agora classificadas, a exploração de petróleo e de gás, bem como a pesca comercial, serão limitadas. O objectivo é proteger a biodiversidade. “Não queremos que as pessoas saibam o quão magnífico são os nossos oceanos através de aquários ou assistindo ao “À Procura de Nemo”, disse o ministro australiano do ambiente, Tony Burke.



A decisão não foi bem recebida pela indústria pesqueira e também pelo sector da pesca desportiva, que também será interdita nalgumas áreas.



O Governo argumenta, no entanto, que as novas reservas marinhas irão afectar apenas um por cento da pesca comercial e que a maioria dos usos recreativos – como os mergulhos – será permitida.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Jornada comemorativa do Dia Nacional do Mar - Sociedade de Geografia de Lisboa

 Sociedade de Geografia de Lisboa, 16 de Novembro de 2012 (6.ª feira)

A Sociedade de Geografia de Lisboa organiza uma jornada comemorativa do Dia Nacional do Mar sob o tema “O Oceano: Literacia e Cidadania”.



Programa:
10h00, no átrio – cerimónia de aposição inaugural do carimbo comemorativo do Dia Nacional do Mar junto ao posto de correio montado no átrio da Sociedade de Geografia de Lisboa (SGL).
O carimbo, cujo desenho representa um varino, foi criado por especial deferência da Direção de Filatelia dos CTT – Correios de Portugal, SA, que deste modo confere dignidade filatélica ao evento.
Das 10h00 às 17h00, no átrio – funcionamento do posto de correio para aposição do carimbo comemorativo, sendo graciosamente facultados exemplares de um bilhete-postal que reproduz o cartaz do Dia Nacional do Mar. A edição dos bilhetes-postais deve-se ao apoio concedido pelo Instituto Hidrográfico.
10h30, no átrio – inauguração da mostra “O Varino do Tejo”, patente no átrio até 23 de Novembro.
Das 14h00 às 16h30, no auditório Adriano Moreira – colóquio “O Oceano: contributo para a criação de ambientes literatos”
Palavras de abertura pelo Presidente da SGL, Prof. Catedrático Luís Aires-Barros.
Sob a moderação do Contra-Almirante José Bastos Saldanha, Presidente da Secção de Geografia dos Oceanos da SGL, apresentação de breves comunicações (12/15 min) sobre projetos institucionais ligados ao mar e sua perceção ao desafio da literacia:

(i) “A Estratégia Nacional para o Mar: O projeto Kit do Mar”, Dr.ª Raquel Costa, responsável pelo Projeto, Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental;
(ii) “A Agência Ciência Viva: projeto Conhecer o Oceano”, Dr.ª Margarida Suarez, Equipa de Projetos Ciência Viva;
(iii) "O Centro de Oceanografia da Faculdade de Ciências de Lisboa: Ciência e Sociedade",
Prof. Doutor Carlos Assis, docente e investigador no Centro;
(iv) “O Fórum Empresarial da Economia do Mar: assunção responsável de ocean sustainability and stewardship”, Eng. Fernando Ribeiro e Castro, seu Secretário-Geral;
(v) “A Mútua dos Pescadores: projeto cooperativo e implicações sociais e culturais”, Dr.ª Cristina Moço, Diretora de Acção Social Cooperativa e Formação da Mútua;
(vi) “O Museu Joaquim Manso da Nazaré: projeto museológico e comunidade”, Dr.ª Dóris Simões dos Santos, sua Diretora;
(vii) “Patrimónios, identidades e culturas ribeirinhas: memórias taganas”, Sr. Marcolino Fernandes, erudito de Sarilhos Pequenos, autor do livro “Memórias de Fragateiros”.

Segue-se um período de debate e, no seu termo, o moderador encerra o colóquio.
16h45, no auditório Adriano Moreira – sessão solene:
Conferência “Literacia e Cidadania”, pela Prof.ª Doutora Patrícia Ávila, socióloga, investigadora e docente do Instituto Superior das Ciências do Trabalho e da Empresa/Instituto Universitário de Lisboa.
”O significado da comemoração do Dia Nacional do Mar em 2012, pelo CAlm. José Bastos Saldanha.
Intervenção de entidade oficial convidada.
Palavras de encerramento, Presidente da Sociedade de Geografia de Lisboa, Prof. Catedrático Luís Aires-Barros.

Sociedade de Geografia de Lisboa
Rua das Portas de Santo Antão, 100 1150-269 LISBOA Tlf: 21 342 54 01 – Fax: 21 346 45 53

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Jornadas do Mar - 12 a 16 de Outubro de 2012


JORNADAS DO MAR 2012
 
“O REENCONTRO COM O MAR NO SÉCULO XXI”

As “Jornadas do Mar”, organizadas pela Escola Naval, de dois em dois anos, desde 1998, têm como objectivo promover o estudo e reflexão sobre o Mar, destacando o seu  papel no passado e no presente e perspectivando a sua utilização no futuro. 
Esta iniciativa, dirigida aos estudantes do Ensino Superior, pretende constituir um estímulo para a apresentação e discussão temática orientada, proporcionando a convivência entre os alunos de diferentes instituições do Ensino Superior e personalidades ligadas às várias áreas em debate. 
A participação da comunidade académica nos trabalhos que constituem a actividade central das Jornadas, em particular de estudantes universitários de todo o País e alguns do estrangeiro, esteve e continuará a estar focada nas imensas possibilidades que o Mar abre para o desenvolvimento nacional.


terça-feira, 30 de outubro de 2012

Projecto Patacho of Pedro Diaz, Martinhal (Algarve)

No próximo dia 7 de Novembro decorrerá o dia aberto do Projecto Patacho of Pedro Diaz, das 9 h às 11 h e das 14 h às 17 h, no Martinhal Beach Resort.


segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Projeto pioneiro em Portugal afunda corveta Oliveira e Carmo e o patrulha Zambeze

A corveta Oliveira e Carmo e o patrulha Zambeze, antigos navios da Marinha Portuguesa, serão afundados amanhã dia 30 de outubro ao largo da Prainha em Portimão, no âmbito do projeto “Ocean Revival” que visa criar um pólo de atração para o turismo subaquático.

Este será o primeiro conjunto de navios de um total de quatro que integram o “Ocean Revival” um projeto pioneiro em Portugal ao nível subaquático que permitirá igualmente manter bem viva a memória dos navios e do seu contributo para a Marinha e para Portugal para as gerações atuais e vindouras.
No próximo ano estão previstos os afundamentos da fragata Comandante Hermenegildo Capelo e do navio oceanográfico Almeida Carvalho, como estruturas de recifes artificiais.

Os navios:Ex-NRP Oliveira e Carmo Com 1400 toneladas e 85 metros de comprimento o ex-NRP Oliveira e Carmo entrou ao serviço da Marinha em 05 de fevereiro de 1975 e foi abatido ao efetivo em 1 de novembro de 2007, durante este período o navio realizou várias missões nacionais e internacionais.  A atribuição do nome Oliveira e Carmo constituiu uma homenagem da Marinha ao Segundo-Tenente Jorge Oliveira e Carmo morto em combate em 1961, quando comandava a Lancha "Vega", pelas forças da União Indiana que invadiram a Índia Portuguesa. Pelo seu ato heroico foi promovido a título póstumo ao posto de Capitão-Tenente e ainda hoje é recordado o seu feito.

Ex-NRP ZambezeFoi aumentado ao efetivo dos navios da Armada em 20 de Julho de 1972 e terminou a sua vida operacional em 2003. Durante os anos de 1972 e 1973 após um período de treino e adestramento da guarnição, realizou algumas missões nas Zonas Marítimas do Norte e do Sul. No dia 14 de Novembro de 1973 partiu com destino a Cabo Verde para uma Comissão no Ultramar. Entre 24 de Abril de 1974 e 10 de Maio de 1974 reforçou o dispositivo na Guiné-Bissau. Tendo regressado a Cabo Verde, continuou a desempenhar a sua missão até 25 de Fevereiro de 1975 altura em que regressou a Lisboa. De 1975 até ser abatido guarneceu o dispositivo naval do Continente e da Região Autónoma da Madeira.  

 

Cultura concluye el inventario y catalogación de las monedas del Odyssey

El Ministerio de Educación, Cultura y Deporte ya ha concluido el inventario y la catalogación de las monedas pertenecientes al tesoro de Nuestra Señora de las Mercedes que fue expoliado por la empresa Odyssey, según señala la subdirectora general de Protección Patrimonio Histórico, Elisa de Cabo.

El Ministerio de Educación, Cultura y Deporte ya ha concluido el inventario y la catalogación de las monedas pertenecientes al tesoro de Nuestra Señora de las Mercedes que fue expoliado por la empresa Odyssey, según señala la subdirectora general de Protección Patrimonio Histórico, Elisa de Cabo. 
En declaraciones a los periodistas este lunes en el marco del primer encuentro profesional de lucha contra el tráfico ilícito de bienes culturales, De Cabo ha señalado que el Ministerio que dirige José Ignacio Wert prevé dar una rueda de prensa para exponer todos los resultados y comunicar qué se va a hacer con esta "magnífica colección". 
Cabe recordar que el Tribunal Supremo de Estados Unidos ordenó a Odyssey el pasado mes de febrero que devolviera a España el tesoro de la fragata, capturado en 2007, tras el litigio iniciado por el Gobierno español para demostrar que La Mercedes estuvo en servicio militar activo con la misión de proteger al Estado español y a sus ciudadanos a lo largo de toda su historia, y también en el momento en que explotó y se hundió en combate. 
Hasta el momento, la Dirección General de Bellas Artes y Bienes Culturales y de Archivos y Bibliotecas ha mantenido que "estudiará las diferentes propuestas" que le han llegado para determinar el destino final de las más de 500.000 monedas que componen el tesoro, defendiendo así la necesidad de "garantizar ese servicio público y fomentar diferentes visiones enriquecedoras en la interpretación del patrimonio".


quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Fundação Calouste Gulbenkian inaugura hoje a exposição "As Idades do Mar"


A fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa reúne mestres da pintura para mostrar a relação entre o Homem e o mar. A mostra abre hoje ao público.


É um dos grandes acontecimentos culturais do ano. Chama-se "As Idades do Mar" e está patente, a partir de hoje e até 27 de Janeiro  na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa. São ao todo 109 quadros dos séculos XVI ao XX, provenientes de 51 instituições nacionais e estrangeiras, entre elas os museus do Prado e d"Orsay, para uma mostra que atravessa o romantismo de Turner, o expressionismo alemão de Caspar David Friedrich, o impressionismo de Monet , o realismo de Edward Hopper ou Courbet, a pop art de Nikas Skapinakis.
Partindo dos temas fundadores e recorrentes da representação do mar na pintura ocidental, a exibição está organizada em seis secções distintas: A Idade dos Mitos; A Idade do Poder; A Idade do Trabalho; A Idade das Tormentas; A Idade Efémera; A Idade Infinita.
De entre os autores portugueses presentes destaca-se a versão da histórica trágico-marítima pintada por Helena Vieira da Silva, que é sobretudo um olhar angustiado e angustiante sobre o Portugal Salazarista. Destaca-se ainda Amadeu Sousa-Cardoso com A Chalupa: um abismo de azuis onde se perde a vaga evocação de um barco. João Vaz, André Reinoso ou Nikas Skapinakis.
Em torno da exposição realizam-se ainda conferências sobre iconografia do mar na azulejaria, na tapeçaria e na pintura. Deuses no mar e na arte: Do Rapto de Europa à Libertação de Andrómeda, no dia 5; Da linha do horizonte à paisagem. Evolução da tapeçaria nas coleções espanholas, dia 12; A paisagem marítima no século XIX, dia 16. A mostra é visitável todos os dias da semana, entre as 10 e as 18 horas.


Navio-escola Sagres comemora 75 anos do lançamento à água e abre a visitas em Lisboa

No próximo dia 30 de outubro o Navio-escola Sagres comemora 75 anos do seu lançamento à água. Para assinalar tão importante data na vida do Navio, irão decorrer diversas atividades de natureza social e cultural no período de 30 de outubro a 01 de novembro com o Navio atracado no cais do Jardim do Tabaco, em Lisboa, onde estará aberto a visitas.



No dia em que o navio comemora os 75 anos de vida a Marinha irá celebrar a data com uma cerimónia a bordo, do programa consta:

17h38 - Cerimónia do arriar da bandeira
17h45 - Chegada do Chefe do Estado-Maior da Armada ao NRP Sagres
18h10 - Início da cerimónia 
            Apresentação do livro “Sagres – Construindo a Lenda”, da autoria do Comandante Manuel Gonçalves               
            Primeira audição da peça musical "Sagres", da autoria de Jonas Runa
            Apresentação do prato comemorativo, pela PHILAE 
            Apresentação pública da medalha comemorativa, pela Imprensa Nacional Casa da Moeda (INCM)
            Lançamento da moeda de 2,5 euros comemorativa, pela INCM                                           
19h30 - Fim da cerimónia

Ao longo deste ano o Navio-Escola Sagres já recebeu a visita de mais de 152 mil portugueses que quiseram visitar o navio e dar os parabéns. Para culminar mais um ano memorável na sua história, a Sagres irá abrir ao público nos seguintes dias e horários:
31 outubro10h00-12h00; 14h00-17h00;
1 novembro10h00-12h00; 14h00-19h00; 20h00-23h00.
Resumo histórico do navio
O Navio-escola Sagres foi construído nos estaleiros da Blohm & Voss, em Hamburgo, em 1937, tendo recebido o nome Albert Leo Schlageter. Em 1948 entrou ao serviço da Marinha do Brasil e foi batizado de Guanabara. Em 1961 foi adquirido por Portugal com o objetivo de substituir a antiga Sagres, que já não se encontrava em condições de assegurar a continuidade das viagens de instrução, dele herdando todos os símbolos, incluindo o próprio nome.
A Sagres içou pela primeira vez a bandeira portuguesa a 8 de Fevereiro de 1962. Desde então tem assegurado a formação marinheira dos futuros oficiais da Armada, complementando assim as componentes técnica e académica ministradas na Escola Naval. Nestas funções efetuou 155 viagens, pelos oceanos Atlântico, Pacífico e Índico, mares do Norte, das Caraíbas, do Japão, da China, Mediterrâneo, Arábico, Báltico, Vermelho e Amarelo. Nos 50 anos ao serviço de Portugal e da Marinha Portuguesa já realizou três voltas ao mundo, com 385 visitas a portos e cerca de 600 000 milhas navegados e é conhecido como um Embaixador Itinerante ao serviço de Portugal.
Em articulação com a Presidência da República e com o Governo, tem prestado um importante apoio à participação de Portugal em diversos eventos internacionais como a Expo Mundial em Nova Iorque (1964), o bicentenário da Independência dos Estados Unidos (1976), o bicentenário da Estátua da Liberdade (1986), o Festival Cabrilho em S. Diego (1978, 1983 e 1992), as comemorações de Jacques Cartier no Canadá (1984), as celebrações do Desembarque da Normandia em Rouen (1989), os 500 anos da descoberta da América (1992), os 450 anos da chegada dos portugueses ao Japão (1993), as comemorações do descobrimento do caminho marítimo para a Índia por Vasco da Gama (1998), as comemorações do Descobrimento do Brasil por Álvares Cabral (2000), a cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos em Atenas (2004), o bicentenário da Batalha de Trafalgar (2005), o bicentenário das independências dos países da América do Sul (2010) ou a Expo de Xangai (2010).
O NRP Sagres é, presentemente, um dos veleiros mais conhecidos em todo o mundo, tendo inclusivamente acolhido a bordo inúmeros visitantes ilustres, desde presidentes da república, primeiros-ministros, reis, príncipes, bem como figuras ímpares da cultura como a fadista Amália Rodrigues, o Captain Alan Villiers, o pintor Roger Chapelet, o jornalista Fernando Pessa ou o realizador Manoel de Oliveira, que a bordo deixaram o seu testemunho no Livro de Honra do navio.

domingo, 21 de outubro de 2012

A baía de Angra é um laboratório de arqueologia e cada mergulho conta

Os arqueólogos trabalharam este Verão nos destroços de um navio que pode ter 400 anos. Será do País Basco? Será que vinha das Caraíbas? Este é o primeiro barco escavado nos Açores em contexto de investigação.


Com o mau tempo, a baía de Angra do Heroísmo pode ser uma armadilha. Os piores ventos vêm de sul e trazem ondas grandes. Ali a maioria dos naufrágios aconteceu com as embarcações já fundeadas. "Aquilo podia ser traiçoeiro - os navios entravam e depois já não conseguiam sair. O que vale é que, perto de terra, quase tudo se salvava", diz o arqueólogo José Bettencourt, que já tem muitas horas de mergulho na Terceira, a ilha açoriana onde trabalha de forma mais sistemática desde 2006.

Bettencourt e a sua equipa, a única de arqueologia náutica activa nos Açores, estiveram em Angra a escavar todo o Verão e pelo segundo ano consecutivo, integrados num projecto da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), dirigido pelo historiador José Damião Rodrigues, investigador do Centro de História de Além-Mar e da Universidade dos Açores. 

O trabalho, que em grande parte é financiado pela FCT (100 mil euros a três anos) e que em 2013 se dedicará sobretudo à escavação exaustiva das partes do navio postas a descoberto na campanha deste ano, envolve uma embarcação que deverá ser de meados do século XVI e tem objectivos ambiciosos. "Queremos reunir o máximo de informação possível sobre a construção naval, as rotas atlânticas, o papel de Angra nestas rotas e sobre a vida a bordo", explica José Bettencourt, que tem um doutoramento em curso centrado no património subaquático da baía. "Depois, com essa informação, gostávamos de fazer uma reconstrução virtual do navio, perceber como funcionava e inseri-lo no seu contexto histórico." Sem esquecer, garante, as propostas de valorização turística deste património que a água esconde.

"Cada vez que mergulhamos na baía de Angra encontramos coisas novas. Se estivesse rigorosamente mapeada, tenho a certeza de que passaríamos rapidamente dos dez naufrágios identificados para os 40 ou 50." A carta arqueológica da Terceira, feita pela Direcção Regional de Cultura dos Açores, que em meados da década de 1990 fez importantes trabalhos na baía de Angra, com o Centro Nacional de Arqueologia Náutica e Subaquática e com o Institute of Nautical Archaeology, está longe de ser exaustiva, o que é, aliás, natural neste tipo de património.

Cada destroço da baía tem uma letra. A equipa de Bettencourt, que neste Verão teve oito elementos, está a escavar no Angra B e, depois de dois anos de campanhas a cinco metros de profundidade, são ainda poucas as certezas. "O que podemos dizer é muito pouco", reconhece, embora os dados recolhidos, ainda que falte o estudo exaustivo dos materiais e mais uns meses debaixo de água, lhe permitam já levantar algumas hipóteses. "É provavelmente uma embarcação espanhola, que fazia as rotas oceânicas... Ainda nos é impossível dizer que tamanho tinha - talvez entre 200 e 300 toneladas - ou de que tipo seria."

Em risco

A escavação, precisa o arqueólogo de 34 anos, foi feita apenas porque os vestígios do Angra B corriam o risco de se degradar sem que os especialistas pudessem estudá-los. "Este navio foi completamente saqueado na altura do naufrágio. A população recuperou tudo, da carga à artilharia." Assim sendo, o que podemos ainda aprender sobre este barco naufragado há 400 anos? "Muita coisa. Este é o primeiro navio a ser escavado em ambiente de investigação nos Açores, e não para minimizar impactos de obras. É um laboratório."

A ser espanhola, a embarcação poderá ter feito parte da frota conhecida como Carreira das Índias (não confundir com a Carreira da Índia, que ligava Lisboa a Goa) e da chamada Rota da Prata, ponte entre Castela e a sua fatia das Américas. "Pode ser de construção basca", diz Bettencourt. "Mas o império castelhano tinha também na Cantábria um dos seus principais estaleiros navais. Naquela zona da península a abundância de ferro e madeira e a proximidade do mar facilitavam a construção de navios." Além disso, acrescenta, as cerâmicas já recuperadas são espanholas e não há nada de materiais africanos ou asiáticos. A possibilidade de fazer parte de uma rota atlântica, e de ter vindo, por exemplo, das Caraíbas, é reforçada pelo facto de, no lastro do navio - pedras que eram colocadas no fundo para o equilibrar - terem sido encontrados pedaços de coral. "Outra coisa que reforça esta teoria é que o navio era todo forrado a chumbo, protecção da madeira que se usava naquela época em embarcações destinadas a águas quentes como as do mar das Caraíbas."

Agora Bettencourt e os outros investigadores vão estudar os materiais e monitorizar os vestígios submersos durante o Inverno. Para o ano voltam às águas da baía com o seu grande aspirador, as caixas de plástico para os materiais e a rotina de mergulhos diários de duas horas para cada arqueólogo. Seis horas no mar por regra, 12 sempre que a meteorologia previr ventos de sul para os dias seguintes. Com ondas grandes.


Fonte: http://www.publico.pt/Local/a-baia-de-angra-e-um-laboratorio-de-arqueologia-e-cada-mergulho-conta-1568124?all=1