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terça-feira, 23 de junho de 2015

2ª Festival do Atum, Vila Galé Albacora - Tavira




Entre os dias 26 e 28 de Junho decorrerá no Hotel Vila Galé Albacora, Tavira, o 2º Festival do Atum, com várias atividades a decorrerem de sexta a domingo.



terça-feira, 3 de março de 2015

Cavalos marinhos dão prémio de melhor fotógrafo subaquático 2015 a Nuno Sá

A reserva natural da Ria Formosa serve de porto de abrigo a uma maiores comunidades mundiais de cavalos marinhos das duas espécies mais frequentes no Mediterrâneo e Atlântico. Uma equipa de investigadores do CCMAR tem vindo a estudar esta comunidade, no âmbito do projeto Seahorse, e registou um declínio de cerca de 85%, entre os anos de 2001 e 2009.
O fotógrafo Nuno Sá apanhou a boleia dos cientistas e mergulhou durante 10 dias na Ria Formosa, acompanhando de perto o projeto Seahorse, que tinha como objetivo não só monitorizar a comunidade de cavalos marinhos, mas também tentar encontrar explicação para o seu acentuado desaparecimento e repovoar a Ria Formosa, tentando evitar a extinção da espécie.
Ao tirar a foto premiada, Nuno Sá explica que teve que utilizar acessórios pouco usuais para a iluminação e que contou com a ajuda da equipa do CCMAR para o efeito conseguido.
O resultado é um plano onde o "melhor é mostrado", refere o júri do concurso Martin Edge. Acrescentando que a composição vencedora da categoria "international macro" é simples, mas efectiva, realçando também a qualidade da luz e da sombra conseguidas pelo uso subtil do flash.
Os premiados da edição deste ano foram anunciados esta semana, em Londres, e foram avaliados por três reputados jurados que tiveram a difícil tarefa de avaliar 2500 trabalhos, de 40 países diferentes.


quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Miguel Freitas: Garantir mais licenças para armações de atum é prioritário para Portugal

O deputado do PS eleito pelo Algarve Miguel Freitas quer que o Governo assuma como prioritária a consolidação definitiva de três licenças para instalação de armações de atum, em Portugal, na negociação que irá ocorrer em Bruxelas em dezembro deste ano. Os socialistas preparam-se para apresentar uma proposta nesse sentido na Assembleia da República, em torno da qual o parlamentar acredita que se criará «um consenso alargado».

À margem de uma visita às armações de atum da empresa Real Atunara, situadas frente à Ilha da Barreta, em faro e à Praia do Barril, em Tavira, Miguel Freitas defendeu que é «importante aproveitar este momento extraordinário para consolidar definitivamente as três licenças para armação de atum rabilho para Portugal», junto da União Europeia.
«Porquê? Primeiro, porque existe uma recuperação biológica desta espécie. Espanha, este ano, libertou 10 mil animais e Portugal 1200 atuns. Isto quer dizer que há uma recuperação franca desta espécie. Por outro lado, há a mudança que se verifica neste momento na Comissão Europeia. São dois elementos essenciais para que Portugal tenha como prioridade poder alterar a situação da atribuição histórica de licenças para armações de atum», disse o deputado do PS ao Sul Informação.
Atualmente, Portugal apenas tem direito, à luz da Política Comum de Pescas, a instalar uma armação de atum. Mas conta com três armações, duas das quais as que foram visitadas por Miguel Freitas. «O que nós verificamos é que, desde há cinco anos, nem Espanha, nem Itália utilizam todas as armações a que têm direito. Portugal, por essa via, tem utilizado uma prerrogativa que existe, do ponto de vista negocial, para usar mais duas armações do que aquelas a que tem direito. Este é o tempo de passar isto a definitivo e negociar, em Bruxelas, em dezembro, essas três armações», considerou.
«O que existe agora é um regime histórico. Ou seja, a atribuição das armações é feita em função das que existiam num determinado ano, na Europa. Esse regime histórico esteve implantado na Agricultura durante muitos anos, mas na última reforma da Política Agrícola Comum acabou. Este é um momento oportuno para acabar, também nas pescas, com este regime e para a atribuição das armações ser feita consoante as necessidades efetivas», acrescentou.
«O PS vai levar à Assembleia da República um projeto de resolução, onde vamos defender que este assunto seja negociado de forma prioritária. Porque a questão está na forma como nós negociamos. Se não é for uma prioridade, é natural que Espanha e Itália continuem a defender as suas posições. Se for prioritário, estou certo que esses dois países compreenderão que isto é importante para nós e demonstrarão alguma abertura. Porque, em última análise, esta é uma questão da União Europeia e não dos países em si», garantiu Miguel Freitas.
Visita Armações Real Atunara Deserta e Barril_52
 Permissão para fazer “engorda” de atum também deve ser discutida

Durante a visita às armações da Real Atunara, o diretor da empresa Miguel Socorro chamou a atenção para outra questão, que afeta os exploradores de armações de atum, em Portugal. O mesmo regime histórico em que se baseia a atribuição de apenas uma licença a Portugal também impede que se faça “farming“, ou “engorda”, de atum no nosso país, ao contrário do que acontece, por exemplo, em Espanha.
Assim, os criadores portugueses, apesar de manterem os atuns dentro das armações e de lhes darem alimento para que cresçam, não podem vender um peso superior aquele que deu entrada nas redes, apesar de terem o mesmo número de atuns. Uma desvantagem competitiva, que obriga a libertar muitos peixes que se alimentou durante meses.
«Temos de passar de uma modalidade de captura para outra de engorda. Este ano, a Real Atunara já alimentou os atuns com 200 toneladas de peixe [cavala e arenque]. E essa alimentação não se repercute no valor final que essa empresa vai ganhar», ilustrou Miguel Freitas.
«Em Espanha, está reconhecida a aquacultura de atum. Desta forma, o valor da venda é o da quota capturada mais o peso da engorda. Em Portugal, não», realçou. «Assim, é igualmente prioritário que Portugal passe, também, a ter reconhecida não só a modalidade de captura, mas também a engorda», defendeu Miguel Freitas.
Miguel Socorro, por seu lado, explicou que esta “engorda” é feita para aumentar o valor de mercado do peixe vendido, mas não esconde que esta é uma desvantagem competitiva. Até porque os valores envolvidos, na comercialização desta espécie, são muito elevados.
Segundo Miguel Socorro, há neste momento cerca de 600 atuns nas duas armações da empresa, que serão «sacrificados» nas próximas semanas. O seu destino é o Japão, fruto de um acordo que a Real Atunara tem com «um dos maiores negociantes japoneses» e o negócio poderá valer mais de um milhão de euros, dado o elevado valor de mercado deste peixe. Mas, caso pudesse encaixar também o valor da engorda, essa verba poderia subir substancialmente, na ordem dos 50 por cento.

quarta-feira, 26 de março de 2014

Vila Real de Santo António: Terceiro debate «Made in Algarve» aborda a temática do mar

A Biblioteca Municipal Vicente Campinas, em Vila Real de Santo António, recebe, esta quinta-feira, dia 27 de março, às 14h30, o terceiro debate do ciclo «Made in Algarve», onde estarão em debate as potencialidades do cluster do mar.

A sessão tem como convidados empresários e dirigentes locais e conta com as presenças do presidente da CCDR Algarve, David Santos; do presidente da Câmara Municipal de VRSA, Luís Gomes; do Administrador da Companhia das Pescarias do Algarve, António Farinha; e do presidente da Câmara Municipal de Aveiro, Ribau Esteves. O debate será moderado pelo jornalista Ricardo Claro, do Postal do Algarve.
A iniciativa decorre num momento em que se definem os contornos para assegurar a repartição das verbas do próximo Quadro Comunitário de Apoio, em que a Região terá um reforço de 82% em relação ao anterior QREN.
Para Luís Gomes, presidente da Câmara Municipal de VRSA, «as áreas ribeirinhas de excelência de VRSA tornam o tema do mar num aspeto decisivo para o futuro do concelho, sobretudo num momento em que o município estuda a criação de um cluster ligado ao mar e planeia o desenvolvimento das indústrias locais de construção naval».
De acordo com David Santos, gestor do Programa Operacional Regional, «o reforço da integração dos recursos e dos produtos ou serviços associados ao mar em setores estratégicos como o Turismo, a Saúde, as TICs a Energia, a par da investigação aplicada e da utilização de tecnologias, são o caminho de afirmação da região no próximo período de programação de fundos 2014 – 2020».
Este debate integrado no ciclo «Made in Algarve» é organizado pela Comissão de Coordenação eDesenvolvimento Regional do Algarve (CCDR Algarve), em parceria com o Programa Operacional do Algarve (PO Algarve 21) e a Câmara Municipal de VRSA.
PROGRAMA
Made in Algarve – Debate Mar
27 de março | 14h30 > 17h30
Biblioteca Municipal Vicente Campinas | VRSA

Abertura
David Santos | Presidente da CCDR Algarve e gestor do PO Algarve 21
Luís Gomes | Presidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António

Oradores
António Farinha | Companhia das Pescarias do Algarve
Ribau Esteves | Presidente da Câmara Municipal de Aveiro e da Associação Oceano XXI

Moderador
Ricardo Claro | Jornalista do «Postal do Algarve»


http://local.pt/portugal/algarve/potencialidades-do-cluster-do-mar-em-debate-na-biblioteca-municipal-de-vila-real-de-santo-antonio/

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Um mar de oportunidades como tema de seminário em Albufeira


Dia 27 de Novembro  a partir das 9h00, a Biblioteca Municipal, em Albufeira, vai acolher o seminário «Um Mar de Oportunidades - Inovação e Empreendedorismo», uma iniciativa do Gabinete de Empreendedorismo (AGE) do Município de Albufeira, aberto a empresários, empreendedores, estudantes e público em geral. O evento tem por objetivo discutir as estratégias, instrumentos, projetos e potencialidades ligadas à economia do mar e, simultaneamente divulgar um conjunto de iniciativas empresariais desenvolvidas em torno de um dos pilares estratégicos nacionais: o mar. A energia, o turismo, construção naval, pesca, indústria, cosmética constituem os exemplos a conhecer e partilhar
O seminário está estruturado em duas sessões: Mar e Competitividade (Sessão I) e Inovação e Empreendedorismo (Sessão II). 
Na primeira sessão, marcada para as 10h00, destaque-se a participação da subdiretora geral da Direção-Geral de Política do Mar Margarida Almodôvar, com o tema «A Estratégia Nacional para o Mar – um mar de oportunidades», Adelino Canário, da Universidade do Algarve, irá abordar a «Economia do Mar – Especialização inteligente e o papel das instituições de investigação e ensino superior» e Flávio Martins (MARLGARVE) irá falar sobre a Plataforma Mar do Algarve – uma associação sem fins lucrativos que tem por objetivo potenciar, valorizar e dinamizar o conhecimento e a economia do mar, estimulando a inovação, a concentração de interesses, esforços e atuação de diferentes agentes em torno de uma estratégia comum.

Às 11h15 está previsto dar-se início à segunda sessão sob o tema «Mar: Inovação e Empreendedorismo» com várias entidades e empresas a deixarem o seu testemunho, entre elas: a WavEC Offshore Renewables, uma associação privada sem fins lucrativos que desenvolve a sua atividade em torno da investigação aplicada, consultoria e atividades pró-bono, nomeadamente a disseminação e promoção das oportunidades associadas ao desenvolvimento precoce da energia renovável no País, junto de empresas, administração pública e público em geral, bem como a formação de jovens no âmbito de estágios curriculares e formação avançada, incluindo teses de mestrado e doutoramento.

Uma das mais-valias da empresa é o CAO do Pico, nos Açores, a Central Piloto Europeia de Energia das Ondas, cofinanciada pela Comunidade Europeia, com o objetivo de demonstrar a viabilidade técnica da energia das ondas numa pequena ilha. Soraya Hamawi, da WavEC, vai ser a primeira oradora deste painel e irá falar sobre a «Energia das Ondas e das Marés».

Segue-se Rui Roque, da Nautiber – Estaleiros Navais do Guadiana - que irá abordar a «Construção Naval e Náutica de Recreio», Vitória Del Ninho da empresa Necton com o tema «Microalgas e Indústria Cosmética». Cristiano Soares, da MarSensing, é o último orador do seminário e irá falar sobre «Acústica Subquática».

Antes do almoço está prevista uma sessão de debate, prevendo-se o encerramento dos trabalhos por volta das 13h00.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Aventura Creoula [8]: Há golfinhos e baleias no mar do Algarve


Na expedição científica M@rbis 2013, o fotojornalista Paulo Maria fala-nos dos cetáceos do mar algarvio.



Desde a antiguidade que a imaginação humana é alimentada pela graciosidade que o golfinho transmite. O fascínio humano por estes cetáceos ajuda a compor histórias e mitos carregados de espiritualidade. Segundo os povos do Pacífico sul, os golfinhos são mensageiros divinos e parentes próximos do Homem.
Também a mitologia grega é rica em referências a cetáceos. Numa das suas lendas, Poseidon, o Deus do Mar e de todas as criaturas marinhas, escolheu um golfinho como mensageiro do amor para cortejar Afrodite, uma ninfa marinha, que se passeava pelo mar, numa galera puxada por golfinhos.
Afirma-se que o nível de inteligência dos golfinhos encontra-se acima da de um cão. Não há conclusões evidentes, nem respostas concretas. Apenas é certo que os golfinhos são animais independentes, que devem ser respeitados. Em vez de lhes confiarmos o título de personalidades humanas ou o estatuto de deuses, devemos apreciar a sua independência e liberdade.
Quando iniciámos a nossa navegação rumo a Sul, a bordo do Creoula, a maioria dos elementos e biólogos da campanha Marbis Algarve 2013 era para mim desconhecida. Um dos investigadores cativou-me particularmente invocando-me para um fado: Na amurada de um veleiro, velava certo marinheiro...
Não estava certo que André Cid sofresse da lânguida saudade portuguesa, mas intrigou-me o facto de passar cerca de dez horas à proa, varrendo o mar com o seu olhar. Especialista em cetáceos e instrutor de mergulho embarcou nesta campanha com a missão de monitorizar os avistamentos de cetáceos e tartarugas marinhas na costa algarvia. É fundador da AIMM, Associação para a Investigação do Meio Marinho, que tem como base as zonas operacionais de Albufeira e Sagres, locais de eleição para a observação e estudo dos "semideuses" que povoam o nosso mar.
"Existe um interesse enorme no estudo dos golfinhos do Sado, no entanto, o conhecimento sobre as demais espécies e habitat é muito limitado. O Algarve reúne excelentes condições de mar,  constitui uma rota importante de passagem e de possível residência, sobretudo para os cetáceos que frequentam o Mediterrâneo e a confluência com o Atlântico. 
A nossa associação cria redes de trabalho conjuntas com as empresas de whale whatching. Os últimos anos promoveram uma vaga sem precedentes destas empresas, infelizmente muitas operam sem conhecimentos científicos, desrespeitando os animais apenas pensando no lucro fácil. Os pescadores e as escolas de atividades marítimas são para nós parceiros importantíssimos no alargamento do nosso conhecimento sobre as rotas e comportamentos dos cetáceos do sul de Portugal", conta André Cid, enquanto aponta para um grupo de golfinhos comuns que se cruza connosco a bombordo.

Intrigados com a presença do nosso navio aproximam-se e permitem as primeiras fotografias. Todos acorrem à borda do Creoula com as suas máquinas fotográficas, na expectativa de registar os ágeis movimentos desta espécie. É incrível o fascínio e a energia que transmitem, impossível ficar indiferente à sua presença. Tal foi a afluência ao convés que julguei ver o navio adornar na direção do numeroso grupo. Ilusão minha, o navio de treino de mar convertido em plataforma oceanográfica segue o seu rumo de forma intrépida em direção a Sagres.
Junta-se a nós Joana Castro, responsável da AIMM e que coordena a base de dados de cetáceos da costa Sul de Portugal, baseando-se nos seus habitat, georeferênciando-os, identificando a sua estrutura social e os seus comportamentos, bem como compilando a foto identificação dos indivíduos onde a barbatana dorsal serve como impressão digital.
"Existe um catálogo de foto-identificação dos indivíduos. Com o cruzamento dessas informações, conseguimos aprofundar o nosso conhecimento sobre cetáceos. Todos podem contribuir para o enriquecimento da base de dados, desde clubes de vela, às embarcações de recreio. Queremos consolidar o nosso conhecimento, partilhá-lo e sobretudo contribuir para a preservação deste recurso que facilmente se extingue se não criarmos medidas rígidas de observação e aproximação aos grupos de golfinhos. Eles são animais selvagens, a sua proximidade só continuará a ser possível se os conhecermos e não os assustarmos. Apesar da existência de regras e legislação, a falta de bom senso e fiscalização pode fazer perigar este negócio e sobretudo destruir a ponta do icebergue da biodiversidade marinha dedicada aos cetáceos. Trabalhamos em parceria ativa com as empresas de whale whatching e passamos a mensagem da educação e sensibilização ambiental. Há empresas que promovem saídas sem terem guias especializados com conhecimentos científicos profundos, muitas vezes nem conseguem identificar as espécies e as suas características de forma rigorosa, explica a investigadora Joana Castro.
Existem, no entanto, empresas a promover a natação com golfinhos, embora a legislação proíba esta atividade em Portugal Continental. É ótimo como chamariz comercial, mas sem que exista uma responsabilização nem perceção de que os golfinhos são animais selvagens. Imagine-se a relaxar, nadando tranquilamente nas águas de uma praia do Algarve. Um grupo de turistas cerca-o, grita histericamente e fotografa de forma ostensiva colando as objetivas na sua testa, batendo na água e assobiando. Em simultâneo duas motas de água e três potentes lanchas rasgam o mar chão só para o ver de perto. Numa espiral de stress e desespero, sem perceber exatamente qual o verdadeiro interesse por si, tenta nadar para longe daquele caos marítimo. Só ao chegar a terra percebe que a t-shirt que tem vestida com um golfinho estampado jamais será boa aliada para um próximo mergulho.
Este poderá ser o sentimento comum de um golfinho ao ser abordado pelas 27 embarcações das 17 empresas de observação de cetáceos que operam no Algarve. Vendem-se cerca de sete mil bilhetes por época. Com uma receita anual de mais de quatro milhões de euros torna-se urgente sensibilizar as entidades competentes e estreitar os laços com a ciência no sentido de preservar este tesouro vivo.


Ler mais: http://visao.sapo.pt/aventura-creoula-8-ha-golfinhos-e-baleias-no-mar-do-algarve=f740001#ixzz2YjIR8YMf

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Aventura Creoula: 20 dias no mar


O fotojornalista Paulo Maria conta-nos a sua experiência numa expedição científica nos mares do Algarve




Embarquei no Navio de Treino de Mar 'Creoula' integrando a Campanha EMEPC/M@rBis/Algarve2013, organizada pela Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental.
Pensei que seria a forma ideal de passar uns dias de férias nos mares do Algarve e de desfrutar de um dos meus principais hobbies: o mergulho. Mas rapidamente percebi que não seria o caso.
O desafio é simples: acompanhar o grupo de cientistas e biólogos que vão explorar os vários locais representativos da biodiversidade marinha na costa sul de Portugal e que se dedicam a temas de estudo tão distintos como: amostragem do zoo e fitoplancton; identificação e mapeamento de habitats marinhos (projeto MESH Atlântico ); identificação de habitats de corais; recolha de dados sobre lixo e microplásticos nos fundos marinhos da costa algarvia (projeto POIZON), entre muitos outros.
Mal pude acreditar que iria desempenhar várias tarefas a bordo destinadas à guarnição, condição fundamental para todos os que integram esta campanha a bordo do 'Creoula'. Mesmo com mar chão e um pôr-do-sol que nos amarra ao bordo do convés, o tempo aqui passa a correr, sempre preenchido com atividades "lúdicas": descascar batatas na cozinha, lavar pratos na copa ou fazer parte da equipa das limpezas gerais.
Sou fotojornalista e vocaciono o meu trabalho para a indústria e desporto automóvel. Toda esta missão e comunidade ligada à ciência é nova para os meus sentidos. Deixei o pó dos troços de ralis, o ambiente dos circuitos de competição e, durante vinte dias, partilharei o espaço de convés e cobertas com 88 civis e a guarnição da marinha, que me vão assegurar um conhecimento científico mais rico sobre a biodiversidade marinha nacional.
Quero absorver toda a informação possível sobre o mar, a sua biodiversidade e recursos, bem como tentar decifrar os nomes científicos das amostras que os biólogos recolhem em cada mergulho. Para mim ainda são peixes, corais, búzios e estrelas-do-mar, mas estou convicto que, no final da Campanha, já conseguirei vociferar os nomes das principais espécies assim como da família a que pertencem, ou pelo menos das mais fotogénicas que passarem pela minha objetiva.
As minhas missões e projetos a bordo do Creoula passam por filmar os mergulhos e fotografar as espécies recolhidas em micro e macro fotografia para catalogação da biodiversidade marinha nacional.
Maravilhoso e surpreendente mundo novo!
Transformei um espaço do convés num estúdio fotográfico improvisado. Diante de mim, vão desfilando diariamente pequenos e minúsculos exemplares recolhidos pelos biólogos marinhos para catalogação e estudo a bordo. Procuro transformar a ciência em estética fotográfica ainda que sempre com o devido apoio e explicações dos biólogos sobre as características específicas de cada amostra.
A bordo de um dos navios mais icónicos da marinha portuguesa, partilharei com o leitor as aventuras e desventuras deste "instruendo", assim como as melhores imagens. Sobretudo darei a conhecer os vários projetos que estarão em curso durante a Campanha EMEPC/M@rbis/Algarve 2013.




sexta-feira, 31 de maio de 2013

Secretário de Estado faz mergulho para promover turismo

Secretário de Estado fez batismo de mergulho e anunciou que vai baixar taxas e simplificar acesso às atividades marítimo-portuárias. Empresários salientam potencial

Em tempo de crise, o turismo de mergulho poderá contribuir para "esbater a sazonalidade" e representar, em 2020, "um volume de negócios de 17 milhões de euros" por ano no Algarve, mas, para já, "falta promoção a nível internacional". O alerta é de Luís Sá Couto, responsável do Centro de Mergulho Subnauta, com sede na Praia da Rocha, em Portimão, onde ontem de manhã o secretário de Estado do Turismo, Adolfo Mesquita Nunes, preparou o seu batismo de mergulho - que concretizou junto à Ponta de João Arens, em frente a Alvor, a cerca de três milhas de distância onde estão afundados desde 30 de outubro do ano passado o navio Oliveira e Carmo e a corveta Zambeze, da Marinha Portuguesa, no denominado Parque Subaquático Ocean Revival.
"Neste momento, esta atividade náutica representa muito pouco, gerando um volume de negócios calculado de cinco milhões de euros anuais", disse ao DN Luís Sá Couto. O responsável estima que em 2012 tenham passado dez mil mergulhadores, na sua maioria portugueses, pelo Algarve - um destino com potencial para 90 mil a cem mil mergulhos por ano "podendo facilmente passar para 70 milhões de euros por ano de receitas", referiu. Os mercados inglês, irlandês, alemão e escandinavo contam com mais de dois milhões de mergulhares ativos, sendo apontados como alvo da promoção por parte do Algarve para viajarem esta região, sobretudo durante a Primavera e o Outono e assim combater a sazonalidade.
Fotografia © Virgílio Rodrigues / Algarvephotopress / Global Imagens

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Projecto Patacho of Pedro Diaz, Martinhal (Algarve)

No próximo dia 7 de Novembro decorrerá o dia aberto do Projecto Patacho of Pedro Diaz, das 9 h às 11 h e das 14 h às 17 h, no Martinhal Beach Resort.


segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Projeto pioneiro em Portugal afunda corveta Oliveira e Carmo e o patrulha Zambeze

A corveta Oliveira e Carmo e o patrulha Zambeze, antigos navios da Marinha Portuguesa, serão afundados amanhã dia 30 de outubro ao largo da Prainha em Portimão, no âmbito do projeto “Ocean Revival” que visa criar um pólo de atração para o turismo subaquático.

Este será o primeiro conjunto de navios de um total de quatro que integram o “Ocean Revival” um projeto pioneiro em Portugal ao nível subaquático que permitirá igualmente manter bem viva a memória dos navios e do seu contributo para a Marinha e para Portugal para as gerações atuais e vindouras.
No próximo ano estão previstos os afundamentos da fragata Comandante Hermenegildo Capelo e do navio oceanográfico Almeida Carvalho, como estruturas de recifes artificiais.

Os navios:Ex-NRP Oliveira e Carmo Com 1400 toneladas e 85 metros de comprimento o ex-NRP Oliveira e Carmo entrou ao serviço da Marinha em 05 de fevereiro de 1975 e foi abatido ao efetivo em 1 de novembro de 2007, durante este período o navio realizou várias missões nacionais e internacionais.  A atribuição do nome Oliveira e Carmo constituiu uma homenagem da Marinha ao Segundo-Tenente Jorge Oliveira e Carmo morto em combate em 1961, quando comandava a Lancha "Vega", pelas forças da União Indiana que invadiram a Índia Portuguesa. Pelo seu ato heroico foi promovido a título póstumo ao posto de Capitão-Tenente e ainda hoje é recordado o seu feito.

Ex-NRP ZambezeFoi aumentado ao efetivo dos navios da Armada em 20 de Julho de 1972 e terminou a sua vida operacional em 2003. Durante os anos de 1972 e 1973 após um período de treino e adestramento da guarnição, realizou algumas missões nas Zonas Marítimas do Norte e do Sul. No dia 14 de Novembro de 1973 partiu com destino a Cabo Verde para uma Comissão no Ultramar. Entre 24 de Abril de 1974 e 10 de Maio de 1974 reforçou o dispositivo na Guiné-Bissau. Tendo regressado a Cabo Verde, continuou a desempenhar a sua missão até 25 de Fevereiro de 1975 altura em que regressou a Lisboa. De 1975 até ser abatido guarneceu o dispositivo naval do Continente e da Região Autónoma da Madeira.  

 

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Arqueólogos à descoberta de vestígios de naufrágio na época romana

Uma equipa de arqueólogos vai tentar localizar vestígios de um naufrágio da época romana no rio Arade, em Portimão, no âmbito de uma campanha subaquática que arranca na quarta-feira, disse esta segunda-feira um responsável do projecto à Lusa.


O trabalho de campo, que vai durar duas semanas, consiste numa primeira fase na prospecção visual e no registo, através de fotografias e desenhos, e no levantamento de vestígios que estiverem mais à superfície, explicou o arqueólogo Cristóvão Fonseca.
Admite-se que num dos locais identificados para prospecção possa ter ocorrido um naufrágio na época romana, devido à descoberta de uma grande concentração de ânforas (espécie de vaso em cerâmica), algumas ainda completas.
Contudo, a hipótese só poderá ser confirmada com o avanço de trabalhos de escavação que, consoante os resultados obtidos agora, poderão realizar-se em 2013, já que a zona pode ter servido apenas como fundeadouro, referiu Cristóvão Fonseca.
A confirmar-se, a zona pode passar a integrar o roteiro turístico de mergulhadores, atraindo curiosos a Portimão, cidade ao largo da qual vão ser afundados no final deste mês dois navios para visitas subaquáticas.
"A antiguidade dos vestígios e a possibilidade de contar uma história tornam o mergulho naquela zona mais interessante", observou o responsável.
O arqueólogo e José Bettencourt são os coordenadores da campanha arqueológica promovida pelo Centro de História de Além-Mar da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Roteiro subaquático em torno de bombardeiro submerso em Faro


Um bombardeiro submerso em frente à Ilha de Faro vai ter um roteiro subaquático. O avião americano despenhou-se em 1943, durante a Segunda Guerra Mundial.

Quase 70 anos depois, o B 24 transformou-se numa atração para mergulhadores. A Universidade do Algarve, em parceria com uma escola de mergulho, vai montar no fundo do mar um percurso para facilitar as visitas.
A ideia está a ser desenvolvida dentro do projeto ECOSUB, que pretende criar uma rede de roteiros subaquáticos no Algarve.


sexta-feira, 8 de junho de 2012

A Almadraba Atuneira e Tesouro Algarvio



O Cineclube de Tavira e o Projeto Rio apresentam os documentários A Almadraba Atuneira e Tesouro Algarvio.
Realizado por António Campos em 1961, A Almadraba Atuneira tem como protagonistas os pescadores da Ilha de Abóbora, em Cabanas de Tavira.
Um rio que atravessa a cidade e uma quantidade invulgar de igrejas. Era assim que Tavira era conhecida pelos realizadores. Depois, o Turismo descobriu Tavira e nada ficou como dantes. Os cineastas descobriram temas até então escondidos do resto do país e, a partir de então, não há filmagem documental que tenha passado por Tavira até ao final da década de ‘60 que tenha deixado escapar o registo, por mais breve que fosse, da almadraba atuneira.
Neste registo, António Campos retrata esta atividade desaparecida. Um grande documentário, um único testemunho etnográfico do que se passava na Ilha da Abóbora, em Cabanas, realizado no último ano em que ali houve pesca do atum.
Em complemento é exibido também Tesouro Algarvio, um documento de 35 minutos sobre a vida na serra.
As tradições da serra do e mar, em exibição numa sessão especial, sexta-feira, às 21h30, no Cineteatro António Pinheiro em Tavira.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Mergulhar para ver um navio inglês com 300 anos


Naquele que é o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, a Antena 1 foi visitar vários locais em Portugal que habitualmente não fazem parte dos roteiros turísticos.

Está a uma milha da costa e 20 metros de profundidade. Ficaram apenas os canhões e as centenas de lingotes de ferro que faziam a carga deste navio mercante inglês. O casco, esse, já desapareceu.

Hoje, 300 anos depois, o navio, o Faro-A, é um recife artificial e o primeiro no país a ser classificado como estação arqueológica subaquática. Tiago Fraga, arqueólogo, aconselha vivamente a visita a esta espécie de museu.



segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Descontaminação dos navios para afundar em Portimão custa 2,4 milhões


As operações de descontaminação dos quatro navios que deverão ser afundados ao largo de Alvor, para criar o parque subaquático de mergulho «Ocean Revival», vão custar 2,4 milhões de euros, revelou ao Sul Informação Luís Sá Couto, presidente da Musubmar – Associação para a Promoção e Desenvolvimento do Turismo Subaquático, que promove o projeto.
O primeiro dos navios, a corveta «Oliveira e Carmo», chegou a Portimão na sexta-feira ao fim da tarde, puxada por um potente rebocador, depois de uma viagem algo atribulada de 26 horas desde o Alfeite, no estuário do Tejo. É que, por já não ter leme, a corveta «atravessou-se» várias vezes, dificultando a navegação e a sua progressão.
Este domingo, se não houver imprevistos, deverá chegar o segundo navio da frota a afundar, o patrulha «Zambeze», que é o mais pequeno dos quatro.
Ao todo, deverão ser afundados ao largo de Alvor quatro antigos navios da Armada Portuguesa – o navio oceanográfico «Almeida Carvalho», a fragata «Hermenegildo Capelo», a corveta «Oliveira do Carmo» e o navio-patrulha «Zambeze».
No sábado de manhã, a velha corveta, carcomida pela ferrugem e já sem grande parte do seu equipamento, foi mostrada aos jornalistas e responsáveis locais.
Os trabalhos de descontaminação e de desmantelamento de algumas componentes da «Oliveira e Carmo», que passam por retirar os hidrocarbonetos (carburantes, óleos), os amiantos e as cablagens, bem como pela retirada de todas as partes cortantes que poderiam causar problemas aos futuros mergulhadores, vão começar nos próximos dias. O objetivo é, segundo Luís Sá Couto, preparar este e os restantes três navios para serem afundados em segurança, não só para os mergulhadores como para o ambiente marinho.
Os trabalhos estão a cargo de um consórcio, formado pela empresa portuguesa NavalTrading e pela canadiana Canadian Artificial Reef Consulting (CARC). Ao todo, segundo revelou ao Sul Informação o responsável pela associação Musubmar, os trabalhos de preparação dos quatro antigos navios da Armada Portuguesa, para serem afundados ao largo de Alvor e assim criarem um recife artificial e um novo local para o mergulho turístico, vão custar 80% dos três milhões de euros estimados para o projeto «Ocean Revival», ou seja, 2,4 milhões.

Câmara de Portimão não gasta um cêntimo
Quem vai pagar esta verba? Luís Sá Couto salienta que a associação Musubmar, que para já integra a Câmara de Portimão e a sua empresa, a Subnauta, vai «angariar fundos e patrocínios junto de privados», já que, segundo o estudo de viabilidade económica feito para suportar o projeto «Ocean Revival», o mercado do mergulho desportivo e turístico no Algarve sofrerá um boom com a criação deste parque subaquático.
A nível mundial, o mergulho é praticado por oito milhões de pessoas e o mercado representa 3,4 mil milhões de euros por ano. «Se conseguirmos trazer para o Algarve uma pequena parte desse mercado, teremos mais valias com implicações na economia nacional e local», salientou o presidente da Câmara de Portimão, na apresentação da corveta, este sábado, no Cais 5, junto aos estaleiros do Porto de Pesca Portimão.
Mas descansem os mais preocupados com o estado das finanças da autarquia de Portimão. A Câmara, garantiu Manuel da Luz, não vai gastar um cêntimo com o projeto, «apenas irá colaborar do ponto de vista burocrático». «O nosso apoio será no lóbi positivo que for necessário fazer junto das entidades» públicas e privadas e na «promoção», quando o projeto for lançado, garantiu o autarca.
Apesar de todo o processo de licenciamento prévio do parque subaquático «Ocean Revival» já estar feito, nomeadamente ao nível da Administração da Região Hidrográfica (a ARH, que é a principal entidade licenciadora), da Agência Portuguesa de Ambiente (APA), da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve (CCDRA), Luís Sá Couto explicou que o desmantelamento e descontaminação dos navios a afundar serão acompanhados a par e passo por várias entidades, nomeadamente ligadas ao Ambiente.

Primeiros dois navios preparados para afundar em três a quatro meses
Responsáveis pela empresa portuguesa NavalTrading, com vasta experiência na manutenção e reparação de navios – mesmo de alguns da Marinha Portuguesa – disseram ao Sul Informação que esperam que os trabalhos de preparação das primeiras duas embarcações – a corveta «Oliveira e Carmo» e o patrulha «Zambeze» – estejam prontos dentro de «três a quatro meses», para que possam ser afundados em «Julho».
«Se tudo correr bem e a burocracia não atrapalhar», como disse Manuel da Luz. «Já sabemos o que a casa gasta, mas desta vez não queremos que o projeto morra por razões administrativas e burocráticas», acrescentou.
O afundamento em si, uma operação delicada feita com recurso a explosivos de recorte engenhosamente colocados nas embarcações, de modo a que elas assentem no fundo do mar direitinhas e preparadas para receber os mergulhadores desportivos, estará a cargo da empresa canadiana CARC, a qual, sublinhou Luis Sá Couto, «já afundou 23 outros navios em todo o mundo».
Este responsável admitiu que, se a operação de desmantelamento e descontaminação das embarcações fosse feita em Lisboa, os custos seriam mais baixos e a operação menos complicada. «Mas quisemos trazer para aqui estas operações precisamente para gerar postos de trabalho localmente, em Portimão», disse. Tudo isto, e não apenas a criação do parque subaquático, «gera postos de trabalho, é economia do Mar».
O local exato onde serão afundados os quatro antigos navios da Marinha de Guerra Portuguesa, junto a recifes artificiais que já existem, foi escolhido por «cientistas do IPTM», garantiu ainda aquele responsável.

Um fim digno
A nível mundial esta será a primeira vez que serão afundados quatro navios de guerra, num só local. Um aspeto inovador que, só por si, deverá atrair as atenções dos mergulhadores.
Os navios serão afundados numa zona com 30 metros de profundidade, mas, no caso das embarcações maiores, a zona da ponte – onde ontem os jornalistas e entidades oficiais se passearam – ficará a cerca de 15 metros, acessível à maioria dos mergulhadores.
Quanto às questões da visibilidade, que neste caso poderá ser menor sobretudo devido à proximidade da foz do Rio Arade, Luís Sá Couto garantiu que «numa estrutura como esta, de navios afundados, a questão da visibilidade não é crítica. Não teremos a visibilidade das Caraíbas, mas será suficiente».
Para já, a corveta «Oliveira e Carmo», que foi a primeira da sua classe na Armada Portuguesa e até deu nome à classe, bem como o navio-patrulha «Zambeze», serão os primeiros a ser alvo das operações de descontaminação. A corveta já está acostada ao Cais 5, enquanto o «Zambeze» deve chegar este domingo ou o mais tardar segunda-feira.
Por falta de espaço no cais, só quando estes dois navios saírem é que virão, do Alfeite, os restantes dois.
Este sábado, a visita à corveta foi certamente a última. A corrosão da ferrugem, as madeiras desfeitas, os cabos arrancados e sem utilidade, os locais onde antes estavam as peças de artilharia e outros equipamentos, o camarote do comandante agora vazio, a ponte de comando onde já não há equipamentos eletrónicos e tudo parece esventrado, foram vistas, comentadas, fotografadas e filmadas pelos jornalistas e pelas entidades oficiais.
«Passei uma parte da minha vida nesta corveta», comentava um dos presentes. «É uma pena vê-la assim».
Não haveria uma forma mais digna e produtiva de acabar com esta verdadeira frota, nomeadamente reciclar os materiais dos navios, em especial as suas 40 mil toneladas de metal?
Luís Sá Couto diz que não: «estes foram navios que estiveram ao serviço de Portugal durante 40 anos e que agora, ao serem afundados para criar um parque subaquático e atrair milhares de mergulhadores, vão continuar a servir o país. Vão fomentar a economia de Portugal e isso é um fim muito nobre».

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

LPN critica projecto de afundamento de navios de guerra para mergulho recreativo


A Liga para a Protecção da Natureza (LPN) criticou hoje o projecto de afundar quatro navios de guerra ao largo de Portimão, argumentando que o projecto prejudica o ambiente e que não há Estudo de Impacto Ambiental (EIA) sobre o assunto.
Em comunicado, a Direcção Nacional da LPN informa que enviou uma carta à ministra do Ambiente, Assunção Cristas, e ao ministro da Defesa, Aguiar Branco, em que sustenta que o projecto viola a legislação nacional e europeia sobre resíduos.
Na passada segunda-feira chegaram a Portimão dois dos quatro navios de guerra desactivados cedidos pela Marinha para um projecto de criação de recifes artificiais para mergulho recreativo.
Nas próximas semanas, o navio oceanográfico Almeida Carvalho e a fragata Hermenegildo Capelo serão descontaminados, após o que serão afundados, num projecto privado que conta com a participação da câmara de Portimão e com o apoio da Marinha de Guerra Portuguesa.
Em declarações à Lusa, a presidente da LPN, Alexandra Cunha, criticou o projecto, sustentando que os navios «são resíduos e deviam ser tratados como tal», sendo «reciclados e não colocados no fundo do mar».
Reconhecendo que nestes casos a lei não obriga à execução de EIA, a Liga pede à ministra que lhe dê a conhecer o historial do projecto e as cláusulas do seu licenciamento, pedindo ao Governo que no futuro aquele tipo de estudo seja obrigatório, bem como a devida discussão pública que se lhe segue.
Os «navios são cinco mil toneladas de ferro no fundo do mar e é um resíduo como qualquer outro», disse, sustentando que, do ponto de vista de conservação da natureza, enquanto eventual recife artificial acolhedor de biodiversidade, os navios «não têm interesse nenhum».
A LPN questiona porque razão a empresa e a autarquia não utilizam nenhum dos 12 destroços de embarcações existentes ao longo da costa algarvia, desde Sagres ao Guadiana.
Segundo a organização ambientalista, o afundamento de navios para a criação de um parque subaquático para mergulho recreativo viola várias directivas e convenções nacionais e internacionais de defesa do ambiente, entre as quais a Diretiva-Quadro Estratégia Marinha e a Directiva-Quadro da Água.
«Ao optar-se por afundar navios, qualquer que seja o propósito, desrespeitam-se os objectivos de gestão de resíduos, as acções de prevenção da poluição marinha e a preservação de espécies e habitats marinhos», afirma a LPN no comunicado.