quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Face à história da cidade CDS quer centro de Interpretação em Angra do Heroísmo

Contra o que entende ser um desrespeito do Governo Regional pela ilha Terceira e a sua história, o CDS/PP Açores vai apresentar na Assembleia Regional Legislativa dos Açores um Projecto de Resolução para a criação de um Centro de Interpretação – Angra Património Mundial, onde seja incluído o Parque Arqueológico Subaquático da Baía.
Artur Lima, líder dos “populares” açorianos, defende que Angra do Heroísmo, pela sua história e importância, deveria ter sido a primeira localidade dos Açores a ter uma valência deste género que potencie todas as mais valias históricas e culturais da cidade, “preservando e protegendo o seu património e a vertente turística associada”.
Em conferência de imprensa realizada ontem em Angra do Heroísmo, Artur Lima teceu várias críticas à posição do executivo regional, em especial a Jorge Paulus Bruno, director regional da Cultura, a quem acusou de “desrespeitar a cidade”.
Em resposta à declaração do responsável da pasta da Cultura que afirmou que o Museu de Angra do Heroísmo já desempenhava as funções de um hipotético Centro de Interpretação, Artur lima lamentou que Jorge Paulus Bruno pense que a história de Angra do Heroísmo “ se reduza a uma série de panfletos”.
Artur Lima entende que não se percebe como é que uma cidade que já foi “capital do reino e a primeira cidade portuguesa a merecer a distinção da UNESCO de Património Mundial da Humanidade não tenha merecido Aida a devida atenção por parte do Governo, no âmbito do investimento público na rede de Centro de Interpretação”.
O responsável dos democratas cristãos recordou ainda o papel de Angra como sede do bispado desde 1534, lamentando “o desprezo”  que os sucessivos governos regionais do PSD e PS a tem votado.
O deputado regional e vereador da Câmara de Angra defendeu ainda que a cidade não promove a sua condição de Património Mundial da UNESCO, criticando igualmente o subaproveitamento do Parque Arqueológico Subaquático da Região “ tirando-se dele muito pouco proveito económico, porquanto não se promoveu um novo produto turístico-cultural.
“Poder fazer mergulho e ver caravelas é uma experiência maravilhosa que muita gente está interessada e que tem sido mal explorada”, entende o líder do CDS/PP Açores.

TUTELA CONTRA ATACA

A direcção regional da Cultura respondeu a Artur Lima afirmando que a exposição de longa duração patente ao público no Museu de Angra do Heroísmo, intitulada «Do Mar e da Terra… uma história no Atlântico», constitui, por si própria, “o espaço privilegiado de interpretação do papel e do significado da cidade de Angra enquanto monumento inscrito na lista do Património da Humanidade da Unesco”.
Desta forma, a Tutela convida os deputados do CDS/PP a fazerem uma visita à mesma antes de prosseguirem com a proposta da criação de um centro de interpretação relativo a este assunto”.
No que respeita ao Parque Arqueológico da Baía de Angra, a direcção regional da Cultura, do mesmo modo, reafirma que a sua interpretação está consubstanciada na exposição do Museu de Angra do Heroísmo, não se justificando a duplicação de estruturas e funções.
Sobre este tema, a direcção regional esclarece também que, ao contrário do que o CDS/PP afirma, no Parque Arqueológico da Baía de Angra os mergulhadores não vêem “naus e caravelas do século XVI e XVII” jazendo no leito da baía, mas sim acedem a dois sítios visitáveis, um denominado “cemitério das âncoras”, onde se encontram âncoras de várias épocas, perdidas por embarcações, e outro onde se encontram os vestígios da embarcação do século XIX conhecida por Lidador. 


terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

7 Maravilhas – Praias de Portugal já tem 70 pré-finalistas


7 Maravilhas – Praias de Portugal já tem 70 pré-finalistas

A iniciativa 7 Maravilhas – Praias de Portugal começou com 294 praias nomeadas. Hoje, o painel de 70 especialistas as reduziu para 70 pré-finalistas. A região com maior número de pré-finalistas é o Algarve com 13 praias, seguindo-se a região de Lisboa e Setúbal com 11, Alentejo e Estremadura e Ribatejo ambas com nove, Beira Litoral com sete, Açores com seis, Beira Interior com cinco praias, Entre o Douro e o Minho com quatro, Madeira e Trás-os-Montes e Alto Douro ambas com três.
“Estas 70 praias representam o que o País tem de melhor, de Norte a Sul, do Litoral ao Interior, e que cabe agora a todos divulgar para preservar”, esclarece Luís Segadães, presidente das 7 Maravilhas.
O Conselho Científico na eleição das 7 Maravilhas – Praias de Portugal® é composto por 7 entidades: Marinha Portuguesa; Agência Portuguesa do Ambiente; Associação Bandeira Azul da Europa; GEOTA; Liga para a Protecção da Natureza; Quercus; e SOS – Salvem o Surf. Na próxima fase do projeto, um painel de 21 personalidades notáveis vai selecionar uma short list de 21 Finalistas para votação pública. A representatividade geográfica é assegurada através da presença no mínimo de um finalista de cada uma das 10 regiões do País.
Fiquem com a lista das 70 Pré-Finalistas:
PRAIAS DE RIOS
Cascata da Cabreia – Sever do Vouga – Aveiro
Pego Fundo – Alcoutim – Faro
Penedo Furado – Vila de Rei – Castelo Branco
Praia das Furnas – Odemira – Beja
Praia Fluvial da Relva da Reboleira – Manteigas – Guarda
Praia Fluvial de Côja – Arganil – Coimbra
Praia Fluvial de Loriga – Seia – Guarda
Praia Fluvial do Rio Homem – Terras de Bouro – Braga
Praia Fraga da Pena – Arganil – Coimbra
Quinta do Alamal – Gavião – Portalegre
PRAIAS DE ALBUFEIRAS E LAGOAS
Albufeira do Ermal – Vieira do Minho – Braga
Lagoa de Óbidos-Foz do Arelho – Caldas da Rainha – Leiria
Praia da Castanheira – Lago Azul – Ferreira do Zêzere – Santarém
Praia da Fraga da Pegada – Macedo de Cavaleiros – Bragança
Praia Fluvial da Albufeira do Azibo – Macedo de Cavaleiros – Bragança
Praia Fluvial de Aldeia do Mato – Abrantes – Santarém
Praia Fluvial de Piódão – Arganil – Coimbra
Praia Fluvial de Valhelhas – Guarda
Vale do Rossim – Gouveia – Guarda
Zona Balnear da Tapada Grande – Mértola – Beja
PRAIAS URBANAS
Baleal – Peniche – Leiria
Praia da Caloura – Lagoa – São Miguel – Açores
Praia da Costa Nova – Ílhavo – Aveiro
Praia da Figueirinha – Setúbal
Praia da Nazaré – Nazaré – Leiria
Praia da Rocha – Portimão – Faro
Praia da Zambujeira do Mar – Odemira – Beja
Praia das Maçãs – Sintra – Lisboa
Praia de Porto Pim – Horta – Faial – Açores
Praia de Troia-Mar – Grândola – Setúbal

PRAIAS DE ARRIBAS
Berlenga – Peniche – Leiria
Porto Moniz – Porto Moniz – Madeira
Praia da Adraga – Sintra – Lisboa
Praia da Arrifana – Aljezur – Faro
Praia da Marinha – Lagoa – Faro
Praia de Almograve – Odemira – Beja
Praia de Galapinhos – Setúbal
Praia de Odeceixe – Aljezur – Faro
Praia do Meco – Sesimbra – Setúbal
Zona Balnear dos Biscoitos – Praia da Vitória –Terceira – Açores

PRAIAS DE DUNAS
Ilha do Pessegueiro – Sines – Setúbal
Praia da Amoreira – Aljezur – Faro
Praia da Bordeira – Aljezur – Faro
Praia da Comporta – Grândola – Setúbal
Praia da Ilha de Tavira – Tavira – Faro
Praia de São Jacinto – Aveiro
Praia do Carvalhal – Grândola – Setúbal
Praia do Guincho – Cascais – Lisboa
Praia do Osso da Baleia – Pombal – Leiria
Praia do Porto Santo – Porto Santo – Madeira
PRAIAS SELVAGENS
Almagreira – Peniche – Leiria
Canto Marinho – Viana do Castelo
Fisgas de Ermelo – Mondim de Basto – Vila Real
Ilhéu de Vila Franca do Campo – Vila franca do campo – São Miguel –Açores
Lagoa do Fogo – Ribeira Grande – São Miguel – Açores
Praia Cacela/ Fábrica – Vila Real de Santo António – Faro
Praia da Estaquinha – Lagoa – Faro
Praia da Fajã do Cabo Girão – Ribeira Brava – Madeira
Praia da Ursa – Sintra – Lisboa
Praia do Ribeiro do Cavalo – Sesimbra – Setúbal
PRAIAS DE USO DESPORTIVO
Praia da Arrifana – Aljezur – Faro
Praia da Cordoama – Vila do Bispo – Faro
Praia de Ribeira d’Ilhas – Mafra – Lisboa
Praia de Santa Bárbara – Ribeira Grande – São Miguel – Açores
Praia do Amado – Aljezur – Faro
Praia do Cabedelo – Figueira da Foz – Coimbra
Praia do Cabedelo – Viana do Castelo
Praia do Guincho – Cascais – Lisboa
Praia Grande – Sintra – Lisboa
Supertubos – Peniche – Leiria

Territórios do Mar na Casa da Baía em Setúbal


Uma fotorreportagem apresentada em formato de exposição, com o título “Territórios do Mar”, patente na Casa da Baía, em Setúbal, até 11 de março, revela o trabalho associado à pesca feito em terra por diversos profissionais.

A exposição, integrada no “Festival da Caldeirada de Setúbal”, é composta por um texto de introdução e 22 imagens de grande formato, de Mário Peneque, fotógrafo da Câmara Municipal, agrupadas por temas, exaltando uma área social e económica de grande relevo para o Concelho.

A profusa atividade laboral diária que se verifica em torno da Doca dos Pescadores, como a calafetagem e a carpintaria naval, o arranjo e a preparação de redes e covos e as pequenas e grandes reparações de embarcações, está retratada neste trabalho.

Esta que é a primeira de um conjunto de fotorreportagens de apresentação pública em exposições promovidas pela Câmara Municipal de Setúbal em 2012 mostra que na pesca tudo começa e acaba em terra, o que originou o título “Territórios do Mar”.

“A exposição está fantástica e as pessoas aqui retratadas devem ter muito orgulho neste trabalho”, assinalou a presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, acrescentando que este tipo de iniciativas “ajuda a elevar a autoestima das pessoas”.

A exposição, patente nos claustros da Casa da Baía desde 25 de fevereiro, pode ser visitada de segunda a sexta-feira das 09h00 às 19h00 e ao sábado e domingo até às 20h00.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Descontaminação dos navios para afundar em Portimão custa 2,4 milhões


As operações de descontaminação dos quatro navios que deverão ser afundados ao largo de Alvor, para criar o parque subaquático de mergulho «Ocean Revival», vão custar 2,4 milhões de euros, revelou ao Sul Informação Luís Sá Couto, presidente da Musubmar – Associação para a Promoção e Desenvolvimento do Turismo Subaquático, que promove o projeto.
O primeiro dos navios, a corveta «Oliveira e Carmo», chegou a Portimão na sexta-feira ao fim da tarde, puxada por um potente rebocador, depois de uma viagem algo atribulada de 26 horas desde o Alfeite, no estuário do Tejo. É que, por já não ter leme, a corveta «atravessou-se» várias vezes, dificultando a navegação e a sua progressão.
Este domingo, se não houver imprevistos, deverá chegar o segundo navio da frota a afundar, o patrulha «Zambeze», que é o mais pequeno dos quatro.
Ao todo, deverão ser afundados ao largo de Alvor quatro antigos navios da Armada Portuguesa – o navio oceanográfico «Almeida Carvalho», a fragata «Hermenegildo Capelo», a corveta «Oliveira do Carmo» e o navio-patrulha «Zambeze».
No sábado de manhã, a velha corveta, carcomida pela ferrugem e já sem grande parte do seu equipamento, foi mostrada aos jornalistas e responsáveis locais.
Os trabalhos de descontaminação e de desmantelamento de algumas componentes da «Oliveira e Carmo», que passam por retirar os hidrocarbonetos (carburantes, óleos), os amiantos e as cablagens, bem como pela retirada de todas as partes cortantes que poderiam causar problemas aos futuros mergulhadores, vão começar nos próximos dias. O objetivo é, segundo Luís Sá Couto, preparar este e os restantes três navios para serem afundados em segurança, não só para os mergulhadores como para o ambiente marinho.
Os trabalhos estão a cargo de um consórcio, formado pela empresa portuguesa NavalTrading e pela canadiana Canadian Artificial Reef Consulting (CARC). Ao todo, segundo revelou ao Sul Informação o responsável pela associação Musubmar, os trabalhos de preparação dos quatro antigos navios da Armada Portuguesa, para serem afundados ao largo de Alvor e assim criarem um recife artificial e um novo local para o mergulho turístico, vão custar 80% dos três milhões de euros estimados para o projeto «Ocean Revival», ou seja, 2,4 milhões.

Câmara de Portimão não gasta um cêntimo
Quem vai pagar esta verba? Luís Sá Couto salienta que a associação Musubmar, que para já integra a Câmara de Portimão e a sua empresa, a Subnauta, vai «angariar fundos e patrocínios junto de privados», já que, segundo o estudo de viabilidade económica feito para suportar o projeto «Ocean Revival», o mercado do mergulho desportivo e turístico no Algarve sofrerá um boom com a criação deste parque subaquático.
A nível mundial, o mergulho é praticado por oito milhões de pessoas e o mercado representa 3,4 mil milhões de euros por ano. «Se conseguirmos trazer para o Algarve uma pequena parte desse mercado, teremos mais valias com implicações na economia nacional e local», salientou o presidente da Câmara de Portimão, na apresentação da corveta, este sábado, no Cais 5, junto aos estaleiros do Porto de Pesca Portimão.
Mas descansem os mais preocupados com o estado das finanças da autarquia de Portimão. A Câmara, garantiu Manuel da Luz, não vai gastar um cêntimo com o projeto, «apenas irá colaborar do ponto de vista burocrático». «O nosso apoio será no lóbi positivo que for necessário fazer junto das entidades» públicas e privadas e na «promoção», quando o projeto for lançado, garantiu o autarca.
Apesar de todo o processo de licenciamento prévio do parque subaquático «Ocean Revival» já estar feito, nomeadamente ao nível da Administração da Região Hidrográfica (a ARH, que é a principal entidade licenciadora), da Agência Portuguesa de Ambiente (APA), da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve (CCDRA), Luís Sá Couto explicou que o desmantelamento e descontaminação dos navios a afundar serão acompanhados a par e passo por várias entidades, nomeadamente ligadas ao Ambiente.

Primeiros dois navios preparados para afundar em três a quatro meses
Responsáveis pela empresa portuguesa NavalTrading, com vasta experiência na manutenção e reparação de navios – mesmo de alguns da Marinha Portuguesa – disseram ao Sul Informação que esperam que os trabalhos de preparação das primeiras duas embarcações – a corveta «Oliveira e Carmo» e o patrulha «Zambeze» – estejam prontos dentro de «três a quatro meses», para que possam ser afundados em «Julho».
«Se tudo correr bem e a burocracia não atrapalhar», como disse Manuel da Luz. «Já sabemos o que a casa gasta, mas desta vez não queremos que o projeto morra por razões administrativas e burocráticas», acrescentou.
O afundamento em si, uma operação delicada feita com recurso a explosivos de recorte engenhosamente colocados nas embarcações, de modo a que elas assentem no fundo do mar direitinhas e preparadas para receber os mergulhadores desportivos, estará a cargo da empresa canadiana CARC, a qual, sublinhou Luis Sá Couto, «já afundou 23 outros navios em todo o mundo».
Este responsável admitiu que, se a operação de desmantelamento e descontaminação das embarcações fosse feita em Lisboa, os custos seriam mais baixos e a operação menos complicada. «Mas quisemos trazer para aqui estas operações precisamente para gerar postos de trabalho localmente, em Portimão», disse. Tudo isto, e não apenas a criação do parque subaquático, «gera postos de trabalho, é economia do Mar».
O local exato onde serão afundados os quatro antigos navios da Marinha de Guerra Portuguesa, junto a recifes artificiais que já existem, foi escolhido por «cientistas do IPTM», garantiu ainda aquele responsável.

Um fim digno
A nível mundial esta será a primeira vez que serão afundados quatro navios de guerra, num só local. Um aspeto inovador que, só por si, deverá atrair as atenções dos mergulhadores.
Os navios serão afundados numa zona com 30 metros de profundidade, mas, no caso das embarcações maiores, a zona da ponte – onde ontem os jornalistas e entidades oficiais se passearam – ficará a cerca de 15 metros, acessível à maioria dos mergulhadores.
Quanto às questões da visibilidade, que neste caso poderá ser menor sobretudo devido à proximidade da foz do Rio Arade, Luís Sá Couto garantiu que «numa estrutura como esta, de navios afundados, a questão da visibilidade não é crítica. Não teremos a visibilidade das Caraíbas, mas será suficiente».
Para já, a corveta «Oliveira e Carmo», que foi a primeira da sua classe na Armada Portuguesa e até deu nome à classe, bem como o navio-patrulha «Zambeze», serão os primeiros a ser alvo das operações de descontaminação. A corveta já está acostada ao Cais 5, enquanto o «Zambeze» deve chegar este domingo ou o mais tardar segunda-feira.
Por falta de espaço no cais, só quando estes dois navios saírem é que virão, do Alfeite, os restantes dois.
Este sábado, a visita à corveta foi certamente a última. A corrosão da ferrugem, as madeiras desfeitas, os cabos arrancados e sem utilidade, os locais onde antes estavam as peças de artilharia e outros equipamentos, o camarote do comandante agora vazio, a ponte de comando onde já não há equipamentos eletrónicos e tudo parece esventrado, foram vistas, comentadas, fotografadas e filmadas pelos jornalistas e pelas entidades oficiais.
«Passei uma parte da minha vida nesta corveta», comentava um dos presentes. «É uma pena vê-la assim».
Não haveria uma forma mais digna e produtiva de acabar com esta verdadeira frota, nomeadamente reciclar os materiais dos navios, em especial as suas 40 mil toneladas de metal?
Luís Sá Couto diz que não: «estes foram navios que estiveram ao serviço de Portugal durante 40 anos e que agora, ao serem afundados para criar um parque subaquático e atrair milhares de mergulhadores, vão continuar a servir o país. Vão fomentar a economia de Portugal e isso é um fim muito nobre».

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Arqueólogos montam segunda barca solar do faráo Keops


A primeira das cinco barcas encontradas demorou 13 anos a montar

Primeira barca solar está exposta desde 1982
Primeira barca solar está exposta desde 1982
Uma equipa de arqueólogos egípcios e japoneses começou hoje a montar a segunda barca solar do faraó Keops (2579 – 2556 a. C.). Durante 4500 anos esta barca utilizada como “meio de transporte para o céu” ficou fechada na sua pirâmide, em Gizé. É um puzzle de 600 barras de madeira que, depois de restaurado, será montado e exposto ao público, dentro de um prazo de cinco anos.

Os investigadores estão já a fazer análises técnicas à madeira para perceberem se está ou não deteriorada. Para a sua deposição, e tal como acontecia com os corpos, a barca foi tratada com produtos químicos para se conservar.
Apesar do cuidado dos antigos egípcios, os primeiros dados das análises por raio-X indicam que algumas peças do puzzle podem estar gravemente danificadas devido à entrada de ar e água misturada com cimento que aconteceu durante as obras de construção do museu que, a uns metros da pirâmide, exibe, desde 1982, a primeira barca descoberta, em 1954.

Segundo Sakuji Yoshimura, professor da Universidade de Waseda e director da missão, durante os dois anos que se seguem, a madeira será analisada e restaurada. Serão necessários outros três anos para montar o esqueleto de mais uma das cinco naus que acompanharam o rei Jufu, baptizado como Keops pelo grego Heródoto, para a sua vida depois da morte.

A primeira barca é composta por 651 peças que o arqueólogo egípico Kamal el Mallaj demorou 13 anos a montar. Mede 43, 4 metros de comprimento, 5,6 de largura e 1,5 metros de calado. Foi construída com cedro do Líbano e as tábuas do casco estão unidas com cordas.

Esta segunda embarcação é menor e a sua montagem requer menos tempo, até porque existem novas técnicas e mais experiência. Outras duas barcas foram roubadas e a quinta ainda não foi desenterrada.

LPN critica projecto de afundamento de navios de guerra para mergulho recreativo


A Liga para a Protecção da Natureza (LPN) criticou hoje o projecto de afundar quatro navios de guerra ao largo de Portimão, argumentando que o projecto prejudica o ambiente e que não há Estudo de Impacto Ambiental (EIA) sobre o assunto.
Em comunicado, a Direcção Nacional da LPN informa que enviou uma carta à ministra do Ambiente, Assunção Cristas, e ao ministro da Defesa, Aguiar Branco, em que sustenta que o projecto viola a legislação nacional e europeia sobre resíduos.
Na passada segunda-feira chegaram a Portimão dois dos quatro navios de guerra desactivados cedidos pela Marinha para um projecto de criação de recifes artificiais para mergulho recreativo.
Nas próximas semanas, o navio oceanográfico Almeida Carvalho e a fragata Hermenegildo Capelo serão descontaminados, após o que serão afundados, num projecto privado que conta com a participação da câmara de Portimão e com o apoio da Marinha de Guerra Portuguesa.
Em declarações à Lusa, a presidente da LPN, Alexandra Cunha, criticou o projecto, sustentando que os navios «são resíduos e deviam ser tratados como tal», sendo «reciclados e não colocados no fundo do mar».
Reconhecendo que nestes casos a lei não obriga à execução de EIA, a Liga pede à ministra que lhe dê a conhecer o historial do projecto e as cláusulas do seu licenciamento, pedindo ao Governo que no futuro aquele tipo de estudo seja obrigatório, bem como a devida discussão pública que se lhe segue.
Os «navios são cinco mil toneladas de ferro no fundo do mar e é um resíduo como qualquer outro», disse, sustentando que, do ponto de vista de conservação da natureza, enquanto eventual recife artificial acolhedor de biodiversidade, os navios «não têm interesse nenhum».
A LPN questiona porque razão a empresa e a autarquia não utilizam nenhum dos 12 destroços de embarcações existentes ao longo da costa algarvia, desde Sagres ao Guadiana.
Segundo a organização ambientalista, o afundamento de navios para a criação de um parque subaquático para mergulho recreativo viola várias directivas e convenções nacionais e internacionais de defesa do ambiente, entre as quais a Diretiva-Quadro Estratégia Marinha e a Directiva-Quadro da Água.
«Ao optar-se por afundar navios, qualquer que seja o propósito, desrespeitam-se os objectivos de gestão de resíduos, as acções de prevenção da poluição marinha e a preservação de espécies e habitats marinhos», afirma a LPN no comunicado.

CURSO DE TOW-IN SURF E RESGATE COM MOTA DE ÁGUA!


NA SEDE SURF ACADEMIA (de João Macedo e Pedro Monteiro – Pecas). Ramon Laureano  responsável pela formação da RESGATE Portugal juntamente, com o  Tow-in surfer  António Silva organizou este curso. Direcionado para  atletas e profissionais  que procuram conhecimento prático e teórico nas técnicas de Tow In Surf e Resgates, abordando os riscos envolvidos no desporto, suas variáveis e conduta perante a sociedade e o Meio Ambiente. A Jet Resgate Portugal atua na area de segurança aquática e formação de Tow-in surf e O.R.M.A.(Operador de Resgate com Mota de Água) em território nacional desde  2007. Alguns dos melhores Tow-surfers nacionais foram treinados por, Ramon Laureano, entre eles  António Silva ,Pedro Monteiro( pecas) João Macedo entre outros …
Fim de semana                           
dias 02 – 03 e 04 de Março
 
Programa:
Para mais informações: http://oceanlook.stgserver.com/?p=2017

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Programa de Palestras CPAS (Fevereiro e Março)


17-Fev-12, Ana Bragança, Nutrição e o Mergulho
24-Fev-12, Miguel Lopes, NEUA na Grota, Mindinho e Contenda
02-Mar-12, In-Silence, Operation Deadlight
09-Mar-12, José Bettencourt, Arqueologia Subaquática Açores
16-Mar-12, Jorge Freire, Património Subaquático de Cascais: Thermopylae
23-Mar-12, Paulo Costa / Jorge Russo, Historiografia de um destroço: SS Dago
30-Mar-12, Paulo Costa, Um submarino alemão na costa do Algarve

Para mais informações: http://www.cpas.pt/index.php?p=contactos

Portugueses descobrem ser vivo mais antigo à face da Terra


A equipa científica luso-espanhola acaba de revelar a descoberta, no Mar Mediterrânico, do ser vivo mais velho da Terra, uma planta marinha que terá pelo menos 100 mil anos, disse hoje à Lusa uma das autoras da investigação.


A descoberta foi publicada na semana passada na revista Public Library  of Science One e refere-se a um trabalho científico que decorreu entre 2005  e 2009, tendo por objeto a planta Posidónia oceânica. 
 "Descobrimos espécimes da Posidónia oceânica que poderão ter entre 10  mil e 100 mil anos e possivelmente mais. Nunca se tinha encontrado na Terra  um ser com uma idade tão avançada", garantiu a investigadora Ester Serrão,  do Centro de Ciências do Mar da Universidade do Algarve, que liderou a equipa  portuguesa. 
O trabalho científico tinha como objetivo medir a área abrangida por  um mesmo indivíduo daquela espécie, de forma a calcular a sua idade, com  base no conhecimento de que a taxa de crescimento da espécie é de 4 centímetros  ao ano. 
"A espécie conhece-se há muito tempo, mas o que nós conseguimos agora  foi descobrir onde começa e acaba um mesmo indivíduo da espécie", explica  Ester Serrão, observando que, "quando vemos uma pradaria marinha, não sabemos  à partida se vem de uma mesma semente ou de várias sementes". 
Assim, o estudo visava determinar se uma planta com um segmento em determinado  local do Mediterrâneo era a mesma que tinha um segmento num outro local,  investigação que foi feita com recurso ao estudo das características genéticas  desses segmentos, feito posteriormente em laboratório. 
"Através das características genéticas, podemos ver se as plantas que  se encontram em determinado local vêm todas da mesma semente e portanto  se é o mesmo indivíduo, que se vai reproduzindo, formando clones de si próprio",  afirma Ester Serrão. 
Sublinha que, nos casos em que se copia a si própria, um mesmo espécime  de Posidónia oceânica "pode ocupar centenas de metros ou quilómetros, sem  que se forme um indivíduo novo, pois é sempre o mesmo indivíduo a crescer".
Ester Serrão compara os métodos laboratoriais para determinar a "pegada  genética" dos espécimes aos usados para fazer testes de paternidade em humanos  ou nas investigações que se podem seguir a um crime, baseados nos marcadores  genéticos existentes nas amostras recolhidas.  
Assentes naqueles métodos, a equipa luso-espanhola descobriu vários  indivíduos com cerca de 7 quilómetros e um mesmo indivíduo com um comprimento  total de 15 quilómetros. 
Contudo, a investigadora da Universidade do Algarve considera que os  casos mais extremos "não são necessariamente o resultado da propagação por  clones", pois alguns dos fragmentos dispersos ao longo do fundo marinho  podem ter-se desprendido e sido arrastados pelas marés, enterrando-se nos  sedimentos e crescendo a partir daí. 
Daí que, e partindo de uma perspetiva conservadora, os cientistas não  tenham considerado o maior espécime, de 15 quilómetros, como sendo contínuo,  o que faria com que, aplicando-se a taxa de crescimento conhecida, a sua  idade rondasse os 200 mil anos, optando por datá-lo em 100 mil anos, datação  que Ester Serrão garante ser cientificamente fiável, como "idade mínima".
Ainda assim, há vários outros indivíduos com dezenas de milhares de  anos, recolhidos nos 1.544 campos de amostras existentes em 40 pradarias  marinhas ao longo dos 3.500 quilómetros de comprimento do Mar Mediterrânico.
A cientista lamenta que, apesar da sua resistência e longevidade, a  Posidónia oceânica esteja a desaparecer a uma taxa que se estima em 10%  nos últimos 100 anos, sobretudo devido à turvação da água provocada pela  poluição marítima, lembrando que a erva marinha se alimenta da luz do sol,  pois faz a fotossíntese. 
Sublinhou que se trata de uma planta indispensável para o desenvolvimento  da biodiversidade no sul da Europa, sendo essencial para o crescimento e  desenvolvimento de várias espécies de peixe, como elo da cadeia alimentar  oceânica. 
O trabalho de campo do estudo foi efetuado entre 2005 e 2008 e os posteriores  trabalhos de investigação laboratorial decorreu em 2009 no Centro de Ciências  do Mar da Universidade do Algarve.  
Contudo, a primeira publicação científica do trabalho só teve lugar  na semana passada, encontrando-se gratuitamente acessível online à comunidade  científica de todo o Mundo. 

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Os grandes eventos náuticos em Portugal em 2012


Os grandes eventos náuticos em Portugal em 2012
Uma etapa do circuito internacional RC44 em Cascais, a escala da regata volta ao mundo Volvo Ocean Race em Lisboa, um evento da Extreme Sailing Series no Porto e a parada naval da Tall Ships Races, também em Lisboa, são os mais importantes eventos náuticos internacionais a terem lugar em Portugal este ano. Na conferência do Fórum Permanente para os Assuntos do Mar realizada hoje na Nauticampo foram apresentados mais detalhes. A frota de veleiros RC 44 chega a 28 de Março na marina de Cascais e a doca de Pedrouços está em remodelação para abrigar os veleiros da regata à volta do mundo, em finais de Maio.
Fotos Ian Roman/Volvo Ocean Race e Nico Martinez/RC44 
A mais importante regata de circum-navegação, Volvo Ocean Race, fará escala pela primeira vez em Lisboa e a frota de seis veleiros VOR 70, expoente máximo de veleiros monocascos de alta competição estará na renovada Doca de Pedrouços durante 10 dias, entre finais de Maio até dia 10 de Junho, dia de Portugal.
Quinto maior evento desportivo mundial, a Volvo Ocean Race somou na edição passada uma audiência de mais de 1,5 mil milhões no mundo inteiro, através da imprensa escrita, da transmissão televisiva e da divulgação nos meios de media digital. Com um tripulante a bordo inteiramente dedicado a captar imagens, vídeos e som, transmitindo-os via satélite quase em tempo real, a mais extrema aventura oceânica chega agora aos écrans de milhões de pessoas.
Com um impacto económico estimado na ordem dos 60 milhões de euros, e um público de 400 mil visitantes, a escala em Lisboa servirá para alavancar projeto futuros como atrair a sede do evento para instalar-se na doca de pesca de Pedrouços – atualmente a sede é em Alicante, Espanha -, organizar uma tripulação portuguesa na prova e ainda atrair equipas internacionais para treinos em Portugal, aproveitando assim as novas instalações, que incluirão também um estaleiro naval no doca.
Mais que isso, há a ideia partilhada com os organizadores de se criar um circuito entre cada edição da circum-navegação, aumentando ainda mais a expoisção das macas patrocinadoras de cada barco e do próprio evento, que já conta com parcerios de peso como a IWC, a DHL e cidade de Abu Dhabi.
Durante a escala em Lisboa está prevista uma programação variadíssima, a par com as festas de Lisboa e de Oeiras, incluindo a comemoração do dia Mundial dos Oceanos, concursos do projeto Ciência Viva, eventos de vela adaptada, regatas para jovens, concertos musicais. Além haverá também as próprias regatas treinos da frota, a regata costeira, a 9 de Junho, e a largada a 10 de Junho, dia de Portugal, com a presença do presidente da República.
A frota RC 44 em Cascais em Março
Já os quatorze veleiros da classe RC 44 serão os primeiros a chegarem a Portugal, em Cascais, para o segundo evento do circuito internacional que arrancou esta semana em Puerto Calero, Lanzarote. Vários navegadores e táticos de elite – como o neozelandês Brad Butterworht, tetra-campeão da Taça América, o americano Ed Baird, também veterano da Taça America, o tático italiano Vasco Vascotto, o francês Mathieu Richard e o velejador olímpico canadiano Ross MacDonald entre outros -, estarão a bordo destas velozes embarcações à vela em provas 'match racing' e regatas em frota a partir do dia 28 de Março até 1 de Abril.
A Extreme Sailing Series no Porto em Julho
Seguindo para norte, na cidade do Porto, a frota de catamarãs Extreme 40 irá ocupar as águas do Douro, num espetáculo náutico sem precedentes, entre os dias 5 e 8 de Julho. Entre a Ribeira e a Ponte d. Luís, os velozes catamarãs irão disputar as regatas estilo 'stadium', uma inovação que foi abraçada também pela Taça América, cativando um público estimado em milhares de pessoas, a exemplo do que ocorre nos demais países em diversos continentes que sediam etapas deste circuito. Além disso, uma equipa portuguesa integrará a frota, sob a liderança de um ex-velejador olímpico luso, cujo nome será brevemente anunciado
Para se ter uma ideia da atração deste circuito náutico internacional, mais de 280.000 pessoas assistiram aos nove eventos por todo o mundo em 2011. Com oito regatas por dia, todas realizadas o mais próximo da costa possível, durante quatro dias consecutivos, a Extreme Sailing Series é hoje um dos eventos náuticos internacionais com o maior crescimento tanto de audiência como de exposição mediática. Em 2011, foram registados retornos mediáticos na ordem de 23 a 30 milhões de euros, um salto feonomenal se comparado com os 3 milhões de euros na primeira edição do evento em 2007.
Os Grandes Veleiros em Lisboa em Julho
Já entre os dias 19 e 22 de Julho, o rio Tejo abrigará os imponentes Tall Ships naquele que é a maior evento náutico a manter vivos a tradição e o património marítimo - a Tall Ships Races, Lisboa 2012. Dezenas destas embarcações tradicionais à vela, entre elas a Sagres e o Creoula, juntar-se-ao em uma parada naval no Tejo, numa iniciativa da Aporvela, a Associação Portuguesa de Treino de Vela, que proporcionará uma oportunidade única a 150 jovens portugueses de embarcarem num dos grandes veleiros, no programa Jovens e o Mar – www.jovenseomar.com, numa parceria especial com a caravela Vera Cruz e o veleiro Creoula, da Armada Portuguesae apoiado pela União Europeia.
A regata começa em St. Malo, França, a 5 de Julho, e a rota segue direto para Lisboa, de onde a frota ruma para Cádiz, Espanha. Daí os diversos veleiros regressam pela costa portuguesa e os organizadores portugueses pretendem que muitos deles façam escalas estratégicas em Faro, Portimão, Sesimbra, Cascais, Ílhavo, Porto e Viana do Castelo, antes de retomarem a rota para os portos seguintes – La Coruña, Espanha, e Dublin, Irlanda.