segunda-feira, 30 de maio de 2016

Sesimbra inaugura museu dedicado ao mar e à pesca

O Museu Marítimo de Sesimbra é inaugurado no Dia do Pescador, 31 de maio, na Fortaleza de Santiago, monumento seiscentista que foi recentemente recuperado pela Câmara Municipal. O Museu reúne, em várias salas, com diferentes temáticas, um vasto património fruto, em grande parte, de um trabalho de proximidade feito com a comunidade piscatória. Um cepo de âncora com 5000 anos associado à navegação no período romano e um conjunto de anzois e pesos de rede situados entre 2500 e 200 a.C. são os artefactos mais antigos da exposição, e transportam o visitante no tempo para conhecer os vários povos que passaram pelo território, assim como a sua forte ligação ao mar.
Novas tecnologias permitem explorar a interatividade e valorizar a componente lúdica
A aposta numa componente lúdica e interativa está patente em vários momentos deste novo museu. As novas tecnologias multimédia assumem-se como um auxiliar precioso para despertar o interesse dos visitantes.
A história de Sesimbra em 3D
Desde o Princípio é o título de uma animação 3D que apresenta os principais momentos da história de Sesimbra. Na vertente geológica destaca-se a recriação da formação da Arrábida e do Cabo Espichel ou a passagem dos dinossáurios, cujas marcas são visíveis no Cabo, e na vertente histórica surgem a vila no tempo dos romanos, a famosa batalha de 1602 ou a Capela do Espírito Santo e o Hospital Medieval em pleno funcionamento.

Aquário virtual
Na sala dedicada ao Parque Marinho Luiz Saldanha, a componente marítima do Parque Natural da Arrábida, um aquário virtual permite-nos “mergulhar” no fundo do mar e conhecer as espécies mais comuns existentes no Parque. Com um leve toque na tela surge um quadro com informação sobre cada espécie.

Sala da Memória
Na Sala da Memória, uma mesa interativa (touch screen) possibilita a consulta de duas bases de dados documentais com registo dos pescadores sesimbrenses desde finais do século XIX, assim como o registo de embarcações sesimbrenses a partir do início do século XX. Este trabalho foi possível com recurso a pesquisas nos arquivos da delegação marítima de Sesimbra e no Arquivo Geral de Marinha. Num ambiente tecnológico e acessível e cativante para o público será possível consultar as informações das cédulas de muitos dos marítimos de Sesimbra e sobre muitas das embarcações sesimbrenses. A mesa permite quatro utilizadores em simultâneo e a informação pode ser projetada numa tela, para facilitar as consultas em grupos organizados.

As rotas dos pescadores
As rotas dos pescadores de Sesimbra, os pesqueiros, o tempo de viagem, as artes que usavam, as espécies que capturavam são informações que passam a estar disponíveis ao público num painel multimédia existente na Sala da Viagem. A base de dados traça as várias rotas feitas entre Sesimbra e os locais onde se procedia à pesca. Trata-se de um painel de fácil consulta, que permite aceder a informação bastante relevante.

As Salas
Artes de Pesca
As principais artes de pesca praticadas em Sesimbra ao longo dos tempos estão representadas na sala da Arte, o núcleo central do Museu. Nas duas divisões que em tempos formaram o quartel dos artilheiros da Fortaleza é feita uma abordagem às artes de redes, onde marcam presença a popular “chincha” ou xávega, a sacada e as armações à valenciana e às artes de anzol, que representam a pesca de excelência de Sesimbra, e onde a técnica do palangre, que se continua a usar atualmente, sobretudo na pesca do peixe-espada preto, tem posição de destaque. A pesca desportiva ao espadarte, atividade que teve enorme relevância nos anos 50 e contribuiu para dar a conhecer Sesimbra ao mundo, está também patente.
Todas estas temáticas são apresentadas com recurso a um conjunto de maquetas de grande pormenor e beleza, da autoria do artesão local Ângelo Sobral Farinha, que faziam parte do espólio do Museu do Mar e foram integradas agora num contexto que as valoriza, e a representações, à escala, do maquetista Carlos Loureiro. Na segunda sala, o espaço é dominado por uma aiola em construção, em tamanho real, associada ao mestre Acácio Farinha.
Estes objetos são complementados por fotografias e vídeos com um valor documental enorme, de vários autores e proveniências. Na fotografia destacam-se imagens de Artur Pastor, um dos mais reputados fotógrafo portugueses, que durante 60 anos registou a atividade humana em Portugal, sobretudo a agricultura e pesca, ou o sesimbrense José Arsénio, autor de várias publicações e exposições sobre a pesca em Sesimbra.
Os vídeos, integrados nos próprios módulos expositivos, são provenientes, em grande parte, dos arquivos da RTP e Cinemateca e de doações de particulares e do próprio arquivo da Câmara Municipal.

Sala da Viagem
Há três momentos na navegação dos sesimbrenses. O primeiro, nos séculos XV e XVI, diz respeito aos pilotos e navegadores que participaram nos descobrimentos. O segundo, a navegação costeira, com terra à vista e orientação por bússola e estrela polar, feita essencialmente entre a Ericeira e a Costa da Galé, e um terceiro momento, a partir dos anos 60, que foi a navegação oceânica. Nesta sala é possível descobrir as formas como foi feita cada uma destas navegações e que instrumentos se utilizavam para a orientação no mar. A sala é enriquecida por uma exposição de equipamentos apoio à navegação cedidos pelo eletricista naval sesimbrense José Satiro, que representam a evolução das técnicas. Na sala está disponível um painel multimédia que possibilita a consulta das rotas e pesqueiros marítimos de Sesimbra.

Memória e Devoção
As devoções marinheiras e marítimas, tais como o Senhor Jesus das Chagas, Nossa Senhora do Cabo e Nossa Senhora da Boa Viagem, estão representadas nesta sala através de um conjunto de peças doadas e cedidas pela comunidade, entre as quais ex-votos, ofertas que eram dedicadas a um santo como agradecimento de um milagre, normalmente associado a um salvamento, ou a boas pescarias. Na maioria são peças de arte popular, que guardam em si um significado enorme e são fundamentais para a compreensão destas devoções.

Carlos de Bragança, O Rei Pescador
A Casa do Governador da Fortaleza recebe uma exposição sobre o rei D. Carlos, centrada sobretudo nos seus vastos estudos sobre o mar e sobre as suas campanhas nos mares de Sesimbra, onde conquistou a admiração e o respeito dos pescadores, que também nutriam grande apreço pelo monarca. Muitas das peças expostas foram cedidas pelo Aquário Vasco da Gama.

Sala da Comunidade
Esta sala demonstra a ligação estreita entre o museu e a comunidade sesimbrense, sobretudo ligada à pesca e ao mar. Apresenta quatro doações que representam quatro áreas de atividade que foram muito relevantes para a história recente de Sesimbra: pesca desportiva, apanha de algas, marcenaria e indústria conserveira. Em exposição estão a famosa cadeira de pesca ao espadarte que pertenceu a Arsénio Cordeiro, médico, e grande impulsionador desta pesca em Sesimbra, um compressor hidráulico de bordo e regulador usado na apanha de algas, o torno de pedal pertencente ao marceneiro Elias Corrêa, figura de grande destaque na vila, e, por fim, uma série de peças ligadas à indústria conserveira, que teve enorme relevo na economia local.

Audiovisuais
O enorme acervo audiovisual do Museu justifica um espaço próprio para a visualização de filmes e documentários. Nesta sala serão passados vários vídeos sobre a temática marítima, na íntegra, de acordo com uma programação semanal.

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Tesouro com 1600 anos descoberto em navio submerso - Israel

Arqueólogos descobriram junto a um porto antigo da Cesárea parte de um navio submerso com milhares de moedas com 1600 anos, estátuas de bronze e outros objetos enterrados no mar.


Trata-se do maior conjunto de objetos descobertos no fundo do mar nas últimas três décadas, localizado de forma fortuita num primeiro momento por dois amantes do mergulho submarino, informou a Autoridade de Antiguidades de Israel (AAI).
O espólio descoberto inclui ainda âncoras de ferro e restos de âncoras de madeira, e objetos que foram empregados na construção e navegação da embarcação afundada.
A investigação para recuperar os vestígios da carga decorreu nas últimas semanas com a colaboração de submarinistas especializados e de voluntários que integraram equipas avançadas e desenterraram numerosos artefactos que eram transportados na embarcação afundada.
Muitos dos objetos são de bronze e encontram-se em extraordinário estado de conservação, como uma lâmpada com a imagem gravada de um deus sol, ou uma estatueta de uma deusa lua, assim como uma lâmpada com a imagem da cabeça de um escravo africano, mas o maior destaque vai para três estátuas em bronze fundido de tamanho real.
Foram também localizados fragmentos de grandes jarras usadas para transportar água potável para a tripulação do barco.
Uma das grandes surpresas foi a descoberta dentro de uma vasilha de dois sacos com milhares de moedas com cerca de 20 quilos.
De acordo com Jacob Sharvit, diretos da Unidade de Arqueologia Marinha da AAI, e Dror Planer, vice-diretor do mesmo departamento, "a localização e distribuição dos artefactos antigos no fundo marinho sugerem que um grande navio mercante transportava um carregamento de metal para ser reciclado, quando foi surpreendido por uma tormenta à entrada no porto, afundando-se ao embater contra as suas paredes rochosas".
As mesmas fontes sublinham a importância e o bom estado das estátuas, que devem a boa preservação ao facto de terem ficado enterradas na areia do fundo marinho.
As moedas têm inscritas a imagem do imperador Constantino, o Grande (274-337) e do seu rival Licínio, imperador que governou a parte este do império entre 308 e 324.



Leia mais: Tesouro com 1600 anos descoberto em navio submerso http://www.jn.pt/mundo/interior/tesouro-com-1600-anos-descoberto-em-navio-submerso-5176864.html#ixzz48pJraulA 

quarta-feira, 11 de maio de 2016

La Unesco busca ampliar la protección del patrimonio cultural subacuático

París, 9 may (EFE).- La Unesco presentó hoy una estrategia para que más Estados ratifiquen su convención de lucha contra el saqueo, la explotación comercial y el tráfico ilícito del patrimonio cultural subacuático para evitar así lo ocurrido con el galeón San José, en Panamá.
La estrategia de cinco puntos es la conclusión de la quinta conferencia de países miembros de la Unesco para la protección del patrimonio cultural subacuático, que se celebró los pasados 28 y 29 y de la jornada de intercambios por grupos regionales que tuvo lugar un día antes.
Según los elementos comunicados en un acto con el presidente de la conferencia, el hondureño Alejandro Palma Cerna, los participantes en esos eventos examinaron la forma de que haya nuevas incorporaciones y mejoras en la ejecución de la Convención sobre la Protección del Patrimonio Cultural Subacuático, creada en 2001 y que hasta ahora ha sido aceptada por 53 Estados.
Para que se adhieran más, una de las medidas principales es dar una mejor comprensión de la convención por medio de una asistencia jurídica y de expertos que puedan resolver inquietudes y exponer a los Estados la importancia de este patrimonio.
Esta cuestión tiene -según la Unesco- una mayor relevancia en la región de Asia-Pacífico, puesto que se trata de una zona con muchos contenciosos en materia de soberanía.
Otras prioridades son convertir la ratificación en un asunto de debate público, sensibilizar a la población especialmente a los jóvenes, acerca de la importancia del patrimonio cultural subacuático y movilizarla en su favor.
También promover medidas educativas, como un manual informativo para los colegios y los medios de comunicación, la puesta en marcha de una red de universidades que tengan especialidades en arqueología subacuática o el desarrollo de una investigación para tener personal capacitado.
Expertos del Consejo consultor de la Unesco señalaron que el saqueo sigue siendo una realidad, y que algunas piezas terminan vendiéndose por Internet. Por eso, pidieron trabajar por la restitución de los objetos.
Michel L'Hour, jefe de la misión del Consejo consultor del galeón Sainte-Marie, en Madagascar, aseguró que cuando un gobierno aprueba una investigación en su territorio subacuático, "debe ser llevada a cabo por arqueólogos y no por neófitos que quieren hacer un vídeo o una película".
Xavier Nieto Prieto, jefe de la misión del Consejo consultor del galeón San José, en Panamá, añadió que los países firman contratos y permisos con empresas que aseguran actuar en sus aguas con fines biológicos, pero en realidad "buscan hacer explotaciones de los materiales recuperados".
Nieto recordó que una compañía caza-tesoros escondió partes de lo que se extraía del Galeón San José y luego intentó sacarlas del país, pero fueron detenidos en la aduana de Panamá y recuperadas.
Otro aspecto descrito por Nieto consiste en las restauraciones que hacen estas empresas, las cuales "tienden más a mostrar la belleza de la pieza para hacerla atractiva a los compradores y no para subrayar su valor arqueológico y patrimonial".
Igualmente se refirió a que en el galeón San José el capitán del barco dedicado a las explotaciones recibió como pago de su trabajo una serie de monedas de plata extraídas del océano.
Los expertos concluyeron que esos casos de explotación indebida son el resultado de la falta de vigilancia y de sanciones adecuadas, en algunos casos por falta de leyes de protección. EFE.

Nazaré Aumenta Número De Embarcações Em Exposição No Areal

A exposição de embarcações antigas no areal da Nazaré, junto da antiga lota e do estendal do peixe seco, foi aumentada recentemente com mais um elemento.



Sol da Vida é um barco de pesca local que se junta ao N. S. dos Aflitos, Perdido, Vagos, Ilda, Mimosa e Três Irmãos Leais, perfazendo assim um total de sete embarcações e um sem número de histórias, pretendendo-se assim acrescentar valor ao conjunto museológico exposto na praia e ao mesmo tempo prestar homenagem à arte da Pesca.
Durante décadas, este barco praticou várias artes de pesca no mar da Nazaré [com aparelho de anzol, tresmalho, redes de cerco e alcatruzes], para o qual foi devidamente concebido.
“Construído em 1981 pelo mestre Fernando de Carvalho Oliveira, foi cedido pela família do antigo proprietário, José Manuel Limpinho, à Câmara Municipal, passando a ser um testemunho vivo da extraordinária riqueza da arte naval”, informa a autarquia em comunicado.
Os barcos expostos no areal são uma das principais atracções turísticas da região, sendo um dos pontos mais fotografados na Nazaré e partilhado massivamente nas redes sociais, resultando numa iniciativa da Câmara da Nazaré, com a colaboração do Museu Dr. Joaquim Manso.

terça-feira, 12 de abril de 2016

Marítimo-turística: é preciso simplificar e desburocratizar

Falta de legislação específica e excesso de burocracia dificultam a actividade.
Decorreu ontem, na Nauticampo, a Disputatio organizada pelo Jornal da Economia do Mar e com o tema “Que Maritimo-Turística Queremos”. O evento contou com a participação de João Mendonça, da WaterX, de Rui Roque, da Nautiber, do consultor Eduardo Almeida Faria, de Tomás Costa Lima, da Luso Yacht, de Pedro Vieira, da Lindley, e de Rui Azevedo, do Fórum Oceano.
Questionado sobre os principais desafios de quem tem um negócio marítimo-turístico João Mendonça apontou a questão do excesso de burocracia, nomeadamente aquando do licenciamento das embarcações. E deu um exemplo claro. A WaterX tem, há três anos, três embarcações que têm estado armazenadas (e sem funcionar) pela dificuldade em obter a licença. O modelo – airboats – não era conhecido em Portugal e só este ano a empresa conseguiu o tão desejado documento. Anteriormente, aquando do lançamento do catamaran, o processo demorou tanto tempo (meses) que a WaterX acabou por “perder” a época e só apresentar a embarcação no ano seguinte.
Ainda na parte da burocracia, mas numa outra vertente do negócio, o executivo acredita que seria possível simplificar. E ter os actuais nove documentos necessários para navegar num único. O que, inclusive, facilitaria o trabalho da Polícia Marítima aquando das fiscalizações.
A solução, para João Mendonça, passa pelo reforço (e qualificação) das entidades estatais que fazem as vistorias e “elaboram a papelada”, ou seja, tratam da parte administrativa. O número actualmente existente faz com que “eles humanamente não consigam fazer mais” (do que já fazem). Quanto à simplificação dos processos João Mendonça dá o exemplo da Capitania online como algo que está a funcionar. E bem.
“Ter e construir um barco em Portugal é um filme de terror”, foi esta a frase de introdução de Rui Roque. O executivo é um activo defensor de que deveria haver um reforço dos meios da DGRM. Mas, mais do que isso. Que é necessário que haja uma mudança de mentalidade da cultura e das atitudes das entidades estatais. Que assumam o papel de parceiros em vez de exclusivamente fiscalizadores. Sem esquecer a legislação. Ou mais precisamente a falta dela. É que Portugal limitou-se a adoptar a directiva europeia correspondente se ter feito as devidas adaptações (como aliás, fizeram a maioria – se não todos – os outros países).
Para Eduardo Almeida Faria tudo começa com algo aparentemente simples: definir o que é uma embarcação de recreio. E depois passar para a simplificação dos registos das embarcações e das cartas náuticas. O consultou apontou igualmente para a necessidade da formação náutica ter uma componente mais prática em detrimento de teórica. Processos que talvez ajudem a reverter a tendência actual de ter embarcações registadas sob a bandeira de outros países, nomeadamente Holanda e Bélgica. Porquê? Porque, por um lado, acarreta menos custos e porquê “traz menos chatices”.
Já Tomás Costa Lima apontou a falta de comunicação existente e a má percepção dos portugueses de Portugal como uma nação náutica. E isso é visível no rácio número de embarcações por habitante. Curiosamente esta percepção negativa é “apenas” uma auto-apreciação. Porque, para os outros países, Portugal é um país náutico, um país de marinheiros. Há é que saber transpor essa noção “cá para dentro” e incentivar a uma mudança de cultura.
Mas não basta ter embarcações. Há que ter serviços e uma envolvente apelativa e útil. E foi isso mesmo que Pedro Vieira chamou à atenção. Faltam infra-estruturas de apoio às embarcações. E relembrou que os navegadores querem visitar a envolvente onde atracam os seus barcos. Faz sentido o marítimo-turístico no rio Sado? Claro, porque há lá golfinhos. Que têm de ser preservados.
Para o executivo o primeiro contacto com terra (a marina ou porto portuário) é normalmente o parente pobre, tende a haver muito foco (e investimento) na embarcação e pouco nos serviços associados. E isto é algo que tem de mudar.
Pedro Vieira exemplificou a sua mensagem com um exemplo muito simples e claro. Em Roterdão, onde há tours para ver o porto, a empresa que comercializa essas visitas investiu tanto na estrutura (de apoio) como nas embarcações.
A solução para os problemas da marítimo-turística passa por se olhar para o negócio numa óptica de fileira. Essa é a opinião de Rui Azevedo que defende uma maior articulação e colaboração entre os vários actores. Só assim se consegue, entre outras coisas, promover a qualidade dos produtos e criar uma marca (para servir de bandeira ao país).
Estes são apenas alguns dos desafios. A audiência mencionou outros, que afligem quem está, diariamente, no terreno. É o caso de Maria José Vale, da Boat Center que apontou um facto muito simples: não há um CAE para a actividade náutica. Para esta executiva seria importante que houvesse um CAE que agregasse todas as actividades relacionadas com o mar. O engenheiro naval José Cruz, por seu lado, apontou falhas na área da regulamentação da profissão de engenheiro naval.

APORVELA e Escola Náutica juntas a bordo da The Tall Ships Races Lisboa 2016

Objectivo da parceria é o de colocar 500 tripulantes portugueses a navegar durante a regata Antuérpia – Lisboa – Cádiz – Corunha.

Associação Portuguesa de Treino de Vela – APORVELA – e a Escola Náutica Infante D. Henrique estabeleceram uma parceria com um fim muito especifico: promover o embarque de jovens tripulantes na The Tall Ships Races Lisboa 2016. A associação surge no decorrer do programa APORVELA Jovem, que se destina a proporcionar treinos de vela e experiências de mar aos jovens. Programa que permite que jovens, que não necessitam de ter qualquer tipo de experiência de mar para se inscreverem, participem, durante o tempo que estão a bordo, em todas as actividades que tornam possível a navegação do navio.
A parceria agora anunciada tem como meta o ultrapassar a fasquia de ter 500 tripulantes portugueses a navegar durante a regata Antuérpia – Lisboa – Cádiz – Corunha.
Para ajudar a promover a The Tall Ships Race Lisboa 2016 e ajudar a alcançar “o” objectivo a APORVELA estará, no próximo dia 13 de Abril, no no Seminário “Náutica de Recreio” e na entrega de prémios da XII Regata da ENIDH & COMM, organizado pela Escola Náutica.A The Tall Ships Races 2016 chega a Lisboa a 22 de Julho e tem como co-organizadores a Câmara Municipal de Lisboa, a Administração do Porto de Lisboa, o Lisbon Cruise Terminals e a APORVELA – Associação Portuguesa de Treino de Vela.

quinta-feira, 7 de abril de 2016

"Museu subaquático" dos Açores vai ter centros interpretativos em terra em 2017

Mil naufrágios documentados tornam o mar dos Açores num "museu subaquático", com "cápsulas do tempo" já visitáveis através de mergulho, mas que o Governo Regional quer potenciar, criando em 2017 centros interpretativos em terra.
 
“Estamos a encetar um processo de criação de centros interpretativos em terra, para que quem não mergulha possa usufruir na mesma dessas histórias de odisseias trágico-marítimas. Simultaneamente, apostamos em barcos com fundo de vidro”, afirmou à agência Lusa o arqueólogo da Direção Regional da Cultura José Luís Neto.
O roteiro do património cultural subaquático nos Açores é atualmente constituído por 25 parques arqueológicos subaquáticos visitáveis através do mergulho. O primeiro foi criado em 2005 na baía de Angra do Heroísmo, ilha Terceira, local onde se conhece a existência de uma centena de naufrágios.
“Aqui chegavam todos os navios de todas a rotas de todo o mundo antes de chegarem à Europa e, por isso mesmo, nós temos aqui pedaços, fragmentos, cápsulas do tempo de toda essa riqueza”, destacou José Luís Neto, acrescentando que nos Açores há navios naufragados que “fizeram a rota do chá, travaram guerras da independência americana e que representam a industrialização agrícola”.
Presentemente, as visitas aos 25 parques arqueológicos subaquáticos são acompanhadas pelos mergulhadores dos clubes navais ou operadores marítimo-turísticos das diferentes ilhas do arquipélago, que funcionam como guias, existindo também como auxílio pequenos documentários em vídeo sobre o que é possível encontrar dentro de água.
“Nestes 25 sítios nós temos navios com graus de integridade e importância histórica muito diferentes. Temos naufrágios a 60 metros de profundidade, mas também temos um naufrágio, que é o caso do ‘Canárias’, que está a três metros e que, portanto, qualquer pessoa que esteja em Santa Maria, na praia Formosa, pode pura e simplesmente, com um par de óculos, usufruir dele, desde que saiba nadar”, adiantou o arqueólogo.
Recentemente, o diretor regional da Cultura vincou que o roteiro do património cultural subaquático, que já foi objeto de manifestações de interesse por parte das Canárias e da Madeira, pretende potenciar este património na vertente turística, estudo e investigação, assim como salvaguardar a sua preservação futura.
Entre os parques subaquáticos açorianos devidamente regulamentados está o 'Dori', próximo da cidade de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, o 'Caroline', na ilha do Pico, o 'Slavonia', na ilha das Flores, o 'Canarias', em Santa Maria, entre muitos outros.
Segundo José Luís Neto, “os tesouros” trazidos a bordo dos navios naufragados estão expostos nos museus da região ou na posse de cidadãos.
“Por exemplo, na ilha das Flores, quando as pessoas queriam receber muito bem alguém de fora, utilizavam as loiças precisamente do transatlântico ‘Slavonia’. O mesmo se passou no Pico com o ‘Caroline’ e o mesmo se verificou em Santa Maria com as peças do ‘Canarias’”, sustentou o arqueólogo.

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Congresso Internacional: “A Guerra no Mar”, Cascais

“A Guerra no Mar” junta especialistas nacionais e internacionais e mostra navio de guerra em Cascais.
No âmbito do Congresso Internacional “A Guerra no Mar: Combates e Poder Naval nos Séculos XIX e XX”, que decorre dias 8 e 9 de abril no Centro Cultural de Cascais, estará ancorada na baía de Cascais, com o apoio da Marinha Portuguesa, a corveta Jacinto Cândido que, caso as condições meteorológicas o permitam, o público terá possibilidade de visitar.
O congresso, de entrada livre mediante inscrição gratuita através de arquivo.historico@cm-cascais.pt ou waratseacascais@gmail.com, abordará diversas temáticas de cariz histórico, com particular destaque para os períodos da I e II Guerras Mundiais, tendo por fio condutor o mar que, ao longo da história, se afirmaria como território de conflito.
Andrew Lambert, do King’s College (Londres) e António José Telo, da Academia Militar, são os conferencistas que abrem a sessão de trabalhos do primeiro dia do evento.
No segundo dia, que comportará uma conferência a cargo do reputado investigador Lincoln Paine, o painel dedicado ao “Património Cultural e Subaquático” contará com comunicações de Fátima Claudino, Alexandre Monteiro, Paulo Costa e de dois arqueólogos subaquáticos ao serviço da autarquia de Cascais, Jorge Freire e António Fialho, em que se evocarão, por exemplo, as histórias do rebocador Patrão Lopes e do caça-minas Roberto Ivens, que têm vindo a atrair a atenção da comunicação social desde o final do ano passado, no âmbito da evocação do centenário da Grande Guerra.
Estes académicos e investigadores – provenientes de instituições de referência como a Academia Militar, o CINAV, a Direção de Infraestruturas do Exército, a Escola Naval, a King’s College, a UNESCO ou as Universidades Nova de Lisboa e do Porto – marcarão presença em Cascais de forma a promover e sedimentar o conhecimento acerca destas importantes temáticas, com repercussões locais, nacionais e internacionais, realçando simultaneamente a milenar ligação de Cascais ao Mar.
O evento é organizado pelo Instituto de História Contemporânea da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa em parceria com a Câmara Municipal de Cascais.
Fonte: C.M.Cascais

Informações úteis
Inscrições para o Congresso: arquivo.historico@cm-cascais.pt | waratseacascais@gmail.com
Inscrições para visita à corveta, limitadas ao n.º de lugares disponíveis: arquivo.historico@cm-cascais.pt | 21 481 57 38

Programa em