quinta-feira, 12 de junho de 2014

Primeiro iate de turismo reforça aposta no mar e na construção naval

A ministra da Agricultura defendeu hoje uma aposta no turismo ligado ao mar, considerando ser necessário aproveitar a proximidade ao Atlântico e, ao mesmo tempo, usar a capacidade portuguesa para a construção naval.

"Lisboa é a única capital europeia virada para o Atlântico, tem um estuário absolutamente excecional e, por isso, temos tudo a ganhar em aproveitá-lo, em dá-lo a conhecer e em criar cada vez mais esta proximidade grande entre o rio, o mar, o estuário e a própria cidade", afirmou Assunção Cristas, no lançamento do primeiro iate de turismo que vai percorrer o Tejo a partir de hoje.
A embarcação, desenhada e construída em Portugal, vai servir para empresas e grupos que pretendam fazer eventos em roteiros pelo rio Tejo e "oferecer visitas de qualidade", já que os turistas ficam habitualmente "pela cidade e pelas zonas circundantes".
O projeto, que conta com um investimento de 720 mil euros, dos quais 468 mil atribuídos pelo QREN, é, para a ministra da Agricultura, "um excelente exemplo" de economia do mar em Portugal.
"Estamos a falar de um projeto que tem design português, que tem projeto português e que tem construção naval portuguesa, foi totalmente elaborado nos estaleiros de Vila Real de Santo António. Isto significa que temos um valor acrescentado nacional extraordinário", sublinhou.
Para Assunção Cristas -- que visitou o projeto, acompanhada do secretário de Estado do Turismo, Adolfo Mesquita Nunes -, esta nova atividade "insere-se que no plano nacional de turismo, quer na estratégia nacional do mar", áreas que, em complemento com a construção naval, são "muitíssimo importantes" e nas quais o país "tem cartas para dar".

terça-feira, 10 de junho de 2014

Projeto Barril e Junta de Freguesia de Santa Luzia organizam encontro com antigos pescadores

Projeto Barril e a Junta de Freguesia de Santa Luzia juntaram-se para promover um encontro de antigos pescadores, naquela que será uma iniciativa de partilha das suas vivências, na antiga armação do Barril. Esta iniciativa terá lugar na Praia do Barril, no próximo dia 26 de junho, pelas 15 horas.
Este encontro tem como objetivos principais o reencontro de antigos pescadores e a troca de memórias alusivas à época da armação do Barril, que cessou a sua atividade em 1966/1967.
Nesta iniciativa estarão presentes os antigos pescadores, as suas famílias, representantes da Junta de Freguesia de Santa Luzia e do Projeto Barril.
As temáticas abordadas neste encontro serão as vivências que cada pescador teve na armação, a disposição do edificado da antiga armação, bem como o modo de realização das diversas tarefas.
Haverá ainda um lanche de convívio entre todos os participantes do encontro. 

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Pela preservação do Cemitério de Âncoras:

segunda-feira, 9 de junho de 2014

XI Curso Livre de História do Algarve - "As Pescarias do Algarve"



XI Curso Livre de História do Algarve, que tem como tema "As Pescarias do Algarve", decorre de 1 a 31 de Julho, das 18h00 às 20h00, na Universidade do Algarve, no Anfiteatro A do Complexo Pedagógico.


Informações: 289800914 / gefchs@ualg.pt

Ambientalistas aplaudem Portugal por limitar pesca que destrói fundos marinhos

Portaria do Governo afasta arrasto de fundo de vastas áreas da plataforma continental portuguesa.

É raro, mas desta vez os ambientalistas estão satisfeitos com o Governo português. Uma portaria publicada há pouco mais de uma semana, regulamentando a pesca na maior parte das águas portuguesas, proíbe o arrasto de fundo, uma técnica temida pelos seus efeitos sobre o leito do oceano.
Publicada dia 28 de Maio, a portaria fixa que só a pesca com anzol e linha será autorizada numa vasta área, com mais de dois milhões de quilómetros quadrados, sobretudo nas zonas abrangidas pela extensão da plataforma continental do país além das 200 milhas da zona económica exclusiva (ZEE).
Mesmo deixando de fora grandes áreas da ZEE mais próximas do Continente, Açores e Madeira, a medida foi bem recebida por organizações de defesa dos oceanos por proibir, na prática, o arrasto de profundidade. Esta arte de pesca envolve submergir uma enorme rede, atada a pesos, que pousa sobre o fundo e depois é arrastada, capturando peixes e outros organismos que vivem junto ao leito. O problema é que, no trajecto, o arrasto literalmente varre tudo o que está pela frente, deixando atrás de si um autêntico deserto.
Muitos países introduziram já legislação a proibir ou limitar o arrasto de fundo. Na União Europeia, uma proposta da Comissão para banir esta arte de pesca abaixo dos 600 metros de profundidade foi rejeitada pelo Parlamento  em Dezembro passado, por uma escassa maioria.
É em grande parte por isso que algumas organizações ambientalistas saudaram a iniciativa de Portugal  “Acreditamos que esta medida vai ter ecos fora do país”, afirma Gonçalo Carvalho, da Associação de Ciências Marinhas e Cooperação, uma das 70 organizações, de vários países, que integram a Coligação para a Conservação dos Fundos Oceânicos. “É um sinal de que Portugal quer gerir bem essa área e explorar de forma sustentável os recursos que aí existem”, completa Carvalho.
Na quarta-feira, a Oceana, uma organização internacional dedicada à protecção dos mares, já tinha saudado a decisão de Portugal. “Esperamos que esta medida, que afecta uma área quatro vezes maior do que a Península Ibérica, inspire outros países com interesses de pesca na área a adoptaram proibições semelhantes”, disse Xavier Pastor, coordenador executivo da Oceana para a Europa, num comunicado.
A portaria aplica-se apenas às embarcações portuguesas. “Isto para já é um exemplo e estamos a convidar os outros a aderirem à nossa iniciativa”, afirma o secretário de Estado do Mar, Manuel Pinto de Abreu.
O governante diz que as normas agora aprovadas seguem-se a outras para garantir uma exploração sustentável dos fundos marinhos na plataforma continental. “Temos vindo a tomar uma série de medidas de precaução”, refere, dando como exemplo a constituição de cinco áreas marinhas protegidas na zona abrangida pela extensão da plataforma.
“Não estamos a impedir a exploração, queremos é que seja sustentável”, afirma Pinto de Abreu. “Não há um preconceito contra artes de pesca. Há formas de arrasto que não representam problemas”, completa.
A portaria pode, na prática, ter um efeito limitado sobre a frota nacional. Áreas importantes onde a pesca é exercida não estão abrangidas pela legislação. E nos mares mais próximos dos Açores e da Madeira, o arrasto de fundo já está proibido desde 2005.
Além disso, uma boa parte da pesca de profundidade no país é feita com a arte do palangre – longas linhas, com centenas de anzóis, com as quais se captura por exemplo o peixe-espada preto. “Portugal, na pesca de profundidade, é um exemplo. São pescarias sustentáveis”, afirma Gonçalo Carvalho.

Mas tanto ambientalistas, como o Governo, estão contentes. “Tudo isto cria uma vaga de fundo que pode ganhar força”, justifica o secretário de Estado do Mar.