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segunda-feira, 9 de junho de 2014

Ambientalistas aplaudem Portugal por limitar pesca que destrói fundos marinhos

Portaria do Governo afasta arrasto de fundo de vastas áreas da plataforma continental portuguesa.

É raro, mas desta vez os ambientalistas estão satisfeitos com o Governo português. Uma portaria publicada há pouco mais de uma semana, regulamentando a pesca na maior parte das águas portuguesas, proíbe o arrasto de fundo, uma técnica temida pelos seus efeitos sobre o leito do oceano.
Publicada dia 28 de Maio, a portaria fixa que só a pesca com anzol e linha será autorizada numa vasta área, com mais de dois milhões de quilómetros quadrados, sobretudo nas zonas abrangidas pela extensão da plataforma continental do país além das 200 milhas da zona económica exclusiva (ZEE).
Mesmo deixando de fora grandes áreas da ZEE mais próximas do Continente, Açores e Madeira, a medida foi bem recebida por organizações de defesa dos oceanos por proibir, na prática, o arrasto de profundidade. Esta arte de pesca envolve submergir uma enorme rede, atada a pesos, que pousa sobre o fundo e depois é arrastada, capturando peixes e outros organismos que vivem junto ao leito. O problema é que, no trajecto, o arrasto literalmente varre tudo o que está pela frente, deixando atrás de si um autêntico deserto.
Muitos países introduziram já legislação a proibir ou limitar o arrasto de fundo. Na União Europeia, uma proposta da Comissão para banir esta arte de pesca abaixo dos 600 metros de profundidade foi rejeitada pelo Parlamento  em Dezembro passado, por uma escassa maioria.
É em grande parte por isso que algumas organizações ambientalistas saudaram a iniciativa de Portugal  “Acreditamos que esta medida vai ter ecos fora do país”, afirma Gonçalo Carvalho, da Associação de Ciências Marinhas e Cooperação, uma das 70 organizações, de vários países, que integram a Coligação para a Conservação dos Fundos Oceânicos. “É um sinal de que Portugal quer gerir bem essa área e explorar de forma sustentável os recursos que aí existem”, completa Carvalho.
Na quarta-feira, a Oceana, uma organização internacional dedicada à protecção dos mares, já tinha saudado a decisão de Portugal. “Esperamos que esta medida, que afecta uma área quatro vezes maior do que a Península Ibérica, inspire outros países com interesses de pesca na área a adoptaram proibições semelhantes”, disse Xavier Pastor, coordenador executivo da Oceana para a Europa, num comunicado.
A portaria aplica-se apenas às embarcações portuguesas. “Isto para já é um exemplo e estamos a convidar os outros a aderirem à nossa iniciativa”, afirma o secretário de Estado do Mar, Manuel Pinto de Abreu.
O governante diz que as normas agora aprovadas seguem-se a outras para garantir uma exploração sustentável dos fundos marinhos na plataforma continental. “Temos vindo a tomar uma série de medidas de precaução”, refere, dando como exemplo a constituição de cinco áreas marinhas protegidas na zona abrangida pela extensão da plataforma.
“Não estamos a impedir a exploração, queremos é que seja sustentável”, afirma Pinto de Abreu. “Não há um preconceito contra artes de pesca. Há formas de arrasto que não representam problemas”, completa.
A portaria pode, na prática, ter um efeito limitado sobre a frota nacional. Áreas importantes onde a pesca é exercida não estão abrangidas pela legislação. E nos mares mais próximos dos Açores e da Madeira, o arrasto de fundo já está proibido desde 2005.
Além disso, uma boa parte da pesca de profundidade no país é feita com a arte do palangre – longas linhas, com centenas de anzóis, com as quais se captura por exemplo o peixe-espada preto. “Portugal, na pesca de profundidade, é um exemplo. São pescarias sustentáveis”, afirma Gonçalo Carvalho.

Mas tanto ambientalistas, como o Governo, estão contentes. “Tudo isto cria uma vaga de fundo que pode ganhar força”, justifica o secretário de Estado do Mar.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Mapa onde se mostra que 97% de Portugal é mar chega às escolas

Novos territórios marítimos estão na proposta – entregue nas Nações Unidas em 2009 – de extensão da plataforma continental portuguesa para lá das 200 milhas. Desde então, o país já pôde começar aí a exercer a sua soberania sobre o solo e subsolo marinhos.

No novo mapa do país, os pedaços de terra parecem estar perdidos no imenso mar português

Mais de 44.000 mapas de Portugal serão pendurados nesta quarta-feira nas paredes das salas de aulas de inúmeras escolas, desde o primeiro ciclo até ao final do ensino secundário e tanto públicas como privadas. O que este novo mapa procura explicitar é que Portugal é praticamente só mar: enquanto o território fora de água tem pouco mais de 92.000 quilómetros quadrados, o território debaixo de água chega quase aos quatro milhões de quilómetros quadrados. Portugal É Mar, o título do mapa, evidencia que 97% do país é mar.
Simbolicamente, vai ser colocado por volta das 10h30 na Escola Básica e Jardim-de-Infância Rómulo de Carvalho, em São Domingos de Rana, no concelho de Cascais, pelo ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, e pela ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas (que já o tinham dado em Fevereiro ao Presidente da República, Cavaco Silva). Pediu-se também às escolas que o receberam que o pendurassem à mesma hora.
Por agora, nem todas as escolas têm o mapa. Hoje, 44.780 mapas serão afixados em salas de aulas e laboratórios de 1008 escolas ou agrupamentos escolares públicos e privados, segundo informou ontem a assessoria de imprensa do Ministério da Educação. O mapa estará em 86% das escolas da rede pública, acrescentou. Por outro lado, iniciaram-se agora os contactos para que chegue às escolas dos Açores e da Madeira, onde existe autonomia regional educativa.
O novo mapa resulta dos trabalhos científicos de alargamento da plataforma continental para lá das 200 milhas náuticas da zona económica exclusiva (ZEE), realizados de forma sistemática a partir de 2005, na transição entre os governos PSD de Pedro Santana Lopes e PS de José Sócrates.
Com 80 centímetros de comprimento por 60 de largura, o mapa tem pouca informação de propósito. Pintados de amarelo, vêem-se os três pedaços de terra que constituem Portugal Continental e os arquipélagos dos Açores e da Madeira, como se fossem jangadas de pedra perdidas num imenso mar azul. À volta desses bocados de terra surge a ZEE, que já dava ao país jurisdição tanto sobre a água como sobre o solo e subsolo marinhos; e pode ir até às 200 milhas, desde que não chegue a território espanhol.
Agora, para lá da ZEE, Portugal (tal como outros países ao abrigo da Lei do Mar das Nações Unidas) pode ainda estender pacificamente o seu território no mar – neste caso, alargar a jurisdição sobre solo e subsolo marinhos. É isto que se designa por extensão da plataforma continental. Os limites da plataforma portuguesa, tal como foram entregues numa proposta às Nações Unidas em 2009, ainda com José Sócrates como primeiro-ministro, é o que finalmente mostra o novo mapa, evidenciando a diferença entre a pequenez da terra e a grandeza do mar.
Os contornos da plataforma continental apresentados às Nações Unidas ainda serão discutidos na Comissão de Limites da Plataforma Continental, em princípio em 2016. Mas a proposta da sua extensão já permite a Portugal exercer direitos de soberania sobre o solo e subsolo marinhos para exploração e aproveitamento de recursos naturais. Mais: não só esses direitos são exclusivos de Portugal, por isso nenhum outro país pode exercer aí actividades de exploração sem o seu consentimento, como não dependem da ocupação deste território.
No total, a área dos novos domínios marítimos portugueses ultrapassa 3.800.000 quilómetros quadrados: desses, 1.600.000 correspondem à ZEE (a terceira maior da Europa) e 2.150.000 à plataforma continental para lá das 200 milhas. O território marítimo é 40 vezes superior ao terrestre.


Continuar a ler: http://www.publico.pt/ciencia/noticia/mapa-que-mostra-que-97-de-portugal-e-mar-chega-as-escolas-1630635

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Portugal. Extensão da plataforma continental prevista para 2015

Se avaliação do processo pela ONU for positiva, território nacional aumenta cerca de 42 vezes



Caso a extensão seja aprovada pelas Nações Unidas, a área da plataforma continental portuguesa será alargada mais de dois milhões de quilómetros quadrados, passando o país a ficar com a 11.a área mais extensa a nível mundial, e a terceira da Europa. A área imersa sob jurisdição nacional, que era quase 18 vezes superior à área emersa, passará assim a ser cerca de 42 vezes superior.
O secretário de Estado do Mar, Manuel Pinto de Abreu, admitiu à Lusa, em Luanda, à margem da visita de trabalho que faz a Angola para o reforço da cooperação bilateral, que a data de início do processo de extensão da plataforma continental ocorra em 2015.
Segundo o governante, Portugal apresentou às Nações Unidas a sua proposta de extensão em 11 Maio de 2009 e aguarda a nomeação da comissão de limites da plataforma continental para a análise formal do processo.
“A nossa expectativa é que no primeiro trimestre, eventualmente até ao final do primeiro semestre de 2014, esteja definida qual é a capacidade de resposta da comissão de limites, que mudou a sua forma de funcionamento”, disse.
O projecto de Portugal é o 44.o, explicou Manuel Pinto de Abreu, e a comissão de limites da plataforma continental está a avaliar processos à volta do 30.
“A nossa expectativa é portanto que em 2015 possa haver a nomeação dessa subcomissão para avaliação do processo de Portugal”, realçou.
Relativamente ao diferendo com Espanha em torno da pretensão portuguesa de alargar a sua jurisdição em águas à volta das ilhas Selvagens, o secretário de Estado do Mar disse que Portugal entregou já às Nações Unidas a sua nota verbal sobre o assunto, em resposta a uma outra apresentada pelos vizinhos espanhóis.
“Já foi entregue a nota verbal de Portugal, está já no sítio (da Internet) da Division for Ocean and Affairs and Law of the Sea, das Nações Unidas. Está lá a nota verbal de Portugal em resposta à nota verbal de Espanha”, reforçou o governante português.
A resposta de Portugal surgiu depois de Espanha ter voltado a contestar junto das Nações Unidas a pretensão de Portugal de alargar a sua zona económica exclusiva (ZEE) de 200 para 350 milhas com base na jurisdição sobre as ilhas Selvagens.
Espanha alega que as Selvagens não podem ser consideradas “ilhas”, mas “rochedos”, o que significa uma redução substancial da ZEE.
Caso a pretensão portuguesa seja aceite, o território nacional passa a ser de cerca de quatro milhões de quilómetros quadrados, equivalente a 91% da área emersa da União Europeia. “Foram feitos levantamentos hidrográficos, utilizando sistemas sondadores, num dos maiores levantamentos sistemáticos jamais realizados a nível global, cobrindo uma área aproximada de 2 140 000 km², ao longo de mais de 800 dias de missão”, de acordo com a Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC).
Com agência Lusa

http://www.ionline.pt/artigos/portugal/portugal-extensao-da-plataforma-continental-prevista-2015

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Aventura Creoula: 20 dias no mar


O fotojornalista Paulo Maria conta-nos a sua experiência numa expedição científica nos mares do Algarve




Embarquei no Navio de Treino de Mar 'Creoula' integrando a Campanha EMEPC/M@rBis/Algarve2013, organizada pela Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental.
Pensei que seria a forma ideal de passar uns dias de férias nos mares do Algarve e de desfrutar de um dos meus principais hobbies: o mergulho. Mas rapidamente percebi que não seria o caso.
O desafio é simples: acompanhar o grupo de cientistas e biólogos que vão explorar os vários locais representativos da biodiversidade marinha na costa sul de Portugal e que se dedicam a temas de estudo tão distintos como: amostragem do zoo e fitoplancton; identificação e mapeamento de habitats marinhos (projeto MESH Atlântico ); identificação de habitats de corais; recolha de dados sobre lixo e microplásticos nos fundos marinhos da costa algarvia (projeto POIZON), entre muitos outros.
Mal pude acreditar que iria desempenhar várias tarefas a bordo destinadas à guarnição, condição fundamental para todos os que integram esta campanha a bordo do 'Creoula'. Mesmo com mar chão e um pôr-do-sol que nos amarra ao bordo do convés, o tempo aqui passa a correr, sempre preenchido com atividades "lúdicas": descascar batatas na cozinha, lavar pratos na copa ou fazer parte da equipa das limpezas gerais.
Sou fotojornalista e vocaciono o meu trabalho para a indústria e desporto automóvel. Toda esta missão e comunidade ligada à ciência é nova para os meus sentidos. Deixei o pó dos troços de ralis, o ambiente dos circuitos de competição e, durante vinte dias, partilharei o espaço de convés e cobertas com 88 civis e a guarnição da marinha, que me vão assegurar um conhecimento científico mais rico sobre a biodiversidade marinha nacional.
Quero absorver toda a informação possível sobre o mar, a sua biodiversidade e recursos, bem como tentar decifrar os nomes científicos das amostras que os biólogos recolhem em cada mergulho. Para mim ainda são peixes, corais, búzios e estrelas-do-mar, mas estou convicto que, no final da Campanha, já conseguirei vociferar os nomes das principais espécies assim como da família a que pertencem, ou pelo menos das mais fotogénicas que passarem pela minha objetiva.
As minhas missões e projetos a bordo do Creoula passam por filmar os mergulhos e fotografar as espécies recolhidas em micro e macro fotografia para catalogação da biodiversidade marinha nacional.
Maravilhoso e surpreendente mundo novo!
Transformei um espaço do convés num estúdio fotográfico improvisado. Diante de mim, vão desfilando diariamente pequenos e minúsculos exemplares recolhidos pelos biólogos marinhos para catalogação e estudo a bordo. Procuro transformar a ciência em estética fotográfica ainda que sempre com o devido apoio e explicações dos biólogos sobre as características específicas de cada amostra.
A bordo de um dos navios mais icónicos da marinha portuguesa, partilharei com o leitor as aventuras e desventuras deste "instruendo", assim como as melhores imagens. Sobretudo darei a conhecer os vários projetos que estarão em curso durante a Campanha EMEPC/M@rbis/Algarve 2013.




sábado, 4 de maio de 2013

Apontadas "omissões" na Estratégia Nacional para o Mar em relação aos Açores em sessão pública


A Estratégia Nacional para o Mar, um documento que define as linhas de preservação e utilização sustentável dos recursos marinhos até 2020 em Portugal, apresenta muitas omissões em relação aos Açores, foi defendido.

A denúncia foi feita na noite de quinta-feira, nas Lajes do Pico, durante a primeira de um conjunto de sessões públicas para debate em torno do documento, que o Governo dos Açores está a realizar em todas as ilhas do arquipélago.
Ricardo Serrão Santos, pró-reitor da Universidade dos Açores, disse, na ocasião, que o documento principal "é excelente", mas que a informação que está em anexo, apresenta várias falhas que é necessário corrigir.
"O diabo está nos detalhes!", ironizou o investigador, referindo-se à ausência de referências no documento aos portos e transportes nas ilhas, a aspetos relacionados com a pesca e a monitorização dos recursos, e até a arqueologia subaquática.
A Estratégia Nacional para o Mar, que está em fase de discussão pública, devia incluir também, no entender de Manuel Costa, diretor do Museu dos Baleeiros, referências históricas, culturais e religiosas, ligadas, por exemplo, à caça à baleia ou à pesca.
No seu entender, "o mar é um elemento essencial" da vida dos açorianos, que têm sobre ele uma "perspetiva antropológica e cultural", povoada de "histórias, lendas, medos, conquistas, fracassos e tragédias".
Confrontado com estas omissões, o secretário regional dos Recursos Naturais, Neto Viveiros, disse que o Governo "já tinha feito uma análise prévia" do documento e que "tem noção" daquilo que é necessário alterar para enriquecê-lo.
O governante lembrou, no entanto, que este período de discussão pública sobre a Estratégia Nacional para o Mar, serve exatamente para acrescentar contributos ao projeto inicial, e apelou para que os açorianos participem neste processo.
Mesmo com omissões, a Estratégia Nacional para o Mar pretende definir um modelo de desenvolvimento assente na preservação e utilização sustentável dos ecossistemas marinhos em todo o país.
No caso das pescas, a solução nos Açores poderá passar pelo financiamento comunitário ao abate dos barcos de maior dimensão, como propõe José António Fernandes, da Federação de Pescas dos Açores.
Na sua opinião, só através do abate das grandes embarcações será possível reduzir o esforço de pesca, sobretudo numa altura em que há escassez de recursos piscatórios e em que a classe está mergulhada "numa das maiores crises de que há memória".

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Expedição já descobriu 50 espécies novas nas Berlengas

A expedição para conhecer a fauna e a flora subaquáticas das Ilhas Berlengas já observou 50 novas espécies, a juntar-se às cerca de 400 já conhecidas. A missão, que acaba no final do mês, diz que a biodiversidade está cada vez mais mediterrânica.
A expedição já realizou mais de 20 mergulhos a 30 metros de profundidade. Desde o início, já foram observadas 50 novas espécies nas Berlengas a juntar-se às cerca de 400 já conhecidas, nomeadamente briozoários (animais que parecem plantas), um coral, um peixe, algas e poliquetas (semelhantes a vermes). 

O convés do antigo bacalhoeiro Creoula mais parece um laboratório ao ar livre, com uma equipa de cientistas a estudar e catalogar as espécies, aguardando em grande expectativa cada saída de mergulho. 

Desde segunda-feira a bordo do Creoula, Estibaliz Berecibar parte para mais um mergulho, em conjunto com outros investigadores, em busca dos muitos segredos ainda por revelar pela riqueza subaquática das Berlengas, Reserva da Biosfera da Unesco. 

O arquipélago é considerado o maior viveiro natural da costa oeste atlântica, não só por ser a fronteira entre as águas frias e quentes, mas também por beneficiar da proximidade ao Canhão da Nazaré. 

O mergulho, entre os mais de 24 já realizados a 30 metros de profundidade, veio a revelar uma nova descoberta. Pela primeira vez, a investigadora observou nas Berlengas duas espécies de algas (Gloiocladia microspora e Digenea simplex) típicas do Mar Mediterrâneo, à semelhança de outras. 

Após observar fenómenos de emigração idênticos em relação a outras espécies, a bióloga acredita cada vez mais que “as Berlengas são o limite norte para muitas espécies do Mediterrâneo”, que nos últimos anos começaram a expandir-se para a costa oeste do Atlântico. 

“A paisagem debaixo de água está a ficar mais tropicalizada”, afirma, e uma das justificações apontadas pode estar relacionada com as alterações climáticas. 

Frederico Dias, coordenador da missão, não descura também as correntes marítimas “que saem do Estreito de Gibraltar e que têm tendência a virar para norte”, permitindo a fixação de espécies nas Berlengas, dadas as excelentes condições naturais que aí encontram. 

Por outro lado, é a oeste das Berlengas que se situa um importante “corredor marítimo de navios da Marinha mercante oriundos do Mediterrâneo”, cujos cascos poderão trazer algumas dessas espécies que acabam por conseguir sobreviver e desenvolver-se nas Berlengas. 

A campanha é promovida pela Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC), envolvendo cerca de 80 pessoas, entre mergulhadores, investigadores e estudantes universitários que, repartidos em dois grupos, estão a fazer a cartografia e caracterização de espécies e habitats existentes nas Berlengas.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

"O Alargamento da Plataforma Continental", Ílhavo



Nesta primeira edição, organizada em parceria com a Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC) e com o Centro de Estudos do Ambiente e do Mar da Universidade de Aveiro (CESAM), a decorrer a 15 de Setembro de 2012, o tema abordado é o alargamento da plataforma continental e as potencialidades, estratégias e recursos que esse processo de estratégico de investigação tem revelado.
 
 
O Centro de Investigação e Empreendedorismo do Mar do Município de Ílhavo, foi criado no âmbito do Museu Marítimo de Ílhavo a fim de realizar investigação socialmente relevante sobre temas de cultura do mar. Além desse objetivo essencial e do estímulo ao empreendedorismo cultural, o CIEMar-Ílhavo pretende promover uma educação informal em torno dos assuntos marítimos, tarefa que foi atribuída à sua valência de formação cultural e educativa, o ForMar-Ílhavo. As atividades a promover neste âmbito da nossa missão visam socializar temas de grande atualidade para a construção cívica de uma cultura marítima, tarefa que nos propomos realizar em articulação com as mais diversas instituições e comunidades de público.
Concretizando esta ambição,o CIEMar-Ílhavo definiu um programa bianual de Seminários, intitulado Desafios do Mar Português, encontros abertos a todos os cidadãos que queiram obter conhecimento na área dos temas marítimos mais atuais e relevantes para a sociedade portuguesa.
 
Nesta primeira edição, organizada em parceria com a Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC) e com o Centro de Estudos do Ambiente e do Mar da Universidade de Aveiro (CESAM), a decorrer a 15 de Setembro de 2012, o tema abordado é o alargamento da plataforma continental e as potencialidades, estratégias e recursos que esse processo de estratégico de investigação tem revelado.