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quarta-feira, 26 de março de 2014

CTT e Marinha apresentam livros sobre navios Sagres e Creoula

Os CTT - Correios de Portugal e a Marinha apresentam no próximo dia 27 de Março às 18h00, no Museu de Marinha, em Belém, os livros Sagres, Símbolo de Portugal, e Creoula, Tradição e Juventude.


Estarão presentes nesta apresentação o presidente e CEO dos CTT, Francisco de Lacerda, e o Chefe do estado-Maior da Armada e Autoridade Marítima Nacional, Almirante Macieira Fragoso.
 
Estes dois livros escritos pelo Comandante António Manuel Gonçalves tomaram como ponto de partida a emissão filatélica de 2012 dedicada aos dois navios, que comemoraram neste mesmo ano a Sagres 50 anos e o Creoula 25 anos ao serviço da Marinha Portuguesa.
 
Os CTT reforçam  assim o seu compromisso com a expressão natural da actividade filatélica que é a comemoração dos valores, personagens, criações e acontecimentos que constituem marcas essenciais constituivas e definidoras do “génio português”. 

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Aventura Creoula: 20 dias no mar


O fotojornalista Paulo Maria conta-nos a sua experiência numa expedição científica nos mares do Algarve




Embarquei no Navio de Treino de Mar 'Creoula' integrando a Campanha EMEPC/M@rBis/Algarve2013, organizada pela Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental.
Pensei que seria a forma ideal de passar uns dias de férias nos mares do Algarve e de desfrutar de um dos meus principais hobbies: o mergulho. Mas rapidamente percebi que não seria o caso.
O desafio é simples: acompanhar o grupo de cientistas e biólogos que vão explorar os vários locais representativos da biodiversidade marinha na costa sul de Portugal e que se dedicam a temas de estudo tão distintos como: amostragem do zoo e fitoplancton; identificação e mapeamento de habitats marinhos (projeto MESH Atlântico ); identificação de habitats de corais; recolha de dados sobre lixo e microplásticos nos fundos marinhos da costa algarvia (projeto POIZON), entre muitos outros.
Mal pude acreditar que iria desempenhar várias tarefas a bordo destinadas à guarnição, condição fundamental para todos os que integram esta campanha a bordo do 'Creoula'. Mesmo com mar chão e um pôr-do-sol que nos amarra ao bordo do convés, o tempo aqui passa a correr, sempre preenchido com atividades "lúdicas": descascar batatas na cozinha, lavar pratos na copa ou fazer parte da equipa das limpezas gerais.
Sou fotojornalista e vocaciono o meu trabalho para a indústria e desporto automóvel. Toda esta missão e comunidade ligada à ciência é nova para os meus sentidos. Deixei o pó dos troços de ralis, o ambiente dos circuitos de competição e, durante vinte dias, partilharei o espaço de convés e cobertas com 88 civis e a guarnição da marinha, que me vão assegurar um conhecimento científico mais rico sobre a biodiversidade marinha nacional.
Quero absorver toda a informação possível sobre o mar, a sua biodiversidade e recursos, bem como tentar decifrar os nomes científicos das amostras que os biólogos recolhem em cada mergulho. Para mim ainda são peixes, corais, búzios e estrelas-do-mar, mas estou convicto que, no final da Campanha, já conseguirei vociferar os nomes das principais espécies assim como da família a que pertencem, ou pelo menos das mais fotogénicas que passarem pela minha objetiva.
As minhas missões e projetos a bordo do Creoula passam por filmar os mergulhos e fotografar as espécies recolhidas em micro e macro fotografia para catalogação da biodiversidade marinha nacional.
Maravilhoso e surpreendente mundo novo!
Transformei um espaço do convés num estúdio fotográfico improvisado. Diante de mim, vão desfilando diariamente pequenos e minúsculos exemplares recolhidos pelos biólogos marinhos para catalogação e estudo a bordo. Procuro transformar a ciência em estética fotográfica ainda que sempre com o devido apoio e explicações dos biólogos sobre as características específicas de cada amostra.
A bordo de um dos navios mais icónicos da marinha portuguesa, partilharei com o leitor as aventuras e desventuras deste "instruendo", assim como as melhores imagens. Sobretudo darei a conhecer os vários projetos que estarão em curso durante a Campanha EMEPC/M@rbis/Algarve 2013.




segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Expedição já descobriu 50 espécies novas nas Berlengas

A expedição para conhecer a fauna e a flora subaquáticas das Ilhas Berlengas já observou 50 novas espécies, a juntar-se às cerca de 400 já conhecidas. A missão, que acaba no final do mês, diz que a biodiversidade está cada vez mais mediterrânica.
A expedição já realizou mais de 20 mergulhos a 30 metros de profundidade. Desde o início, já foram observadas 50 novas espécies nas Berlengas a juntar-se às cerca de 400 já conhecidas, nomeadamente briozoários (animais que parecem plantas), um coral, um peixe, algas e poliquetas (semelhantes a vermes). 

O convés do antigo bacalhoeiro Creoula mais parece um laboratório ao ar livre, com uma equipa de cientistas a estudar e catalogar as espécies, aguardando em grande expectativa cada saída de mergulho. 

Desde segunda-feira a bordo do Creoula, Estibaliz Berecibar parte para mais um mergulho, em conjunto com outros investigadores, em busca dos muitos segredos ainda por revelar pela riqueza subaquática das Berlengas, Reserva da Biosfera da Unesco. 

O arquipélago é considerado o maior viveiro natural da costa oeste atlântica, não só por ser a fronteira entre as águas frias e quentes, mas também por beneficiar da proximidade ao Canhão da Nazaré. 

O mergulho, entre os mais de 24 já realizados a 30 metros de profundidade, veio a revelar uma nova descoberta. Pela primeira vez, a investigadora observou nas Berlengas duas espécies de algas (Gloiocladia microspora e Digenea simplex) típicas do Mar Mediterrâneo, à semelhança de outras. 

Após observar fenómenos de emigração idênticos em relação a outras espécies, a bióloga acredita cada vez mais que “as Berlengas são o limite norte para muitas espécies do Mediterrâneo”, que nos últimos anos começaram a expandir-se para a costa oeste do Atlântico. 

“A paisagem debaixo de água está a ficar mais tropicalizada”, afirma, e uma das justificações apontadas pode estar relacionada com as alterações climáticas. 

Frederico Dias, coordenador da missão, não descura também as correntes marítimas “que saem do Estreito de Gibraltar e que têm tendência a virar para norte”, permitindo a fixação de espécies nas Berlengas, dadas as excelentes condições naturais que aí encontram. 

Por outro lado, é a oeste das Berlengas que se situa um importante “corredor marítimo de navios da Marinha mercante oriundos do Mediterrâneo”, cujos cascos poderão trazer algumas dessas espécies que acabam por conseguir sobreviver e desenvolver-se nas Berlengas. 

A campanha é promovida pela Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC), envolvendo cerca de 80 pessoas, entre mergulhadores, investigadores e estudantes universitários que, repartidos em dois grupos, estão a fazer a cartografia e caracterização de espécies e habitats existentes nas Berlengas.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Já está no mar a maior expedição científica dos últimos 20 anos às Berlengas


Nas próximas duas semanas, 80 pessoas vão fazer o levantamento exaustivo da vida marinha das Berlengas, a bordo do navioCreoula. A maior expedição oceanográfica dos últimos 20 anos já está a caminho das ilhas.
A campanha é promovida pela Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC) e envolve cerca de 80 pessoas, entre mergulhadores, investigadores e estudantes universitários de diversas universidades, centros de investigação e laboratórios associados, nacionais e internacionais. Estes, repartidos em dois grupos, vão fazer a cartografia e caracterização de espécies e habitats. 

“Nas Berlengas há muito por conhecer. Têm sido feitos estudos muito localizados, mas não existe um conhecimento extensivo do que existe”, disse Frederico Dias, coordenador do projecto M@rbisna EMEPC. Na sua opinião, há “falta de informação relativamente a um território tão rico em biodiversidade como as Berlengas”.

Segundo a EMEPC, o objectivo da expedição é fazer "a cartografia e caracterização de espécies e habitats marinhos da área envolvente das Ilhas Berlengas, de modo a colmatar as lacunas de informação identificadas para a informação marinha do local".

O investigador lembrou que o arquipélago das ilhas das Berlengas é onde se concentra a maior diversidade de espécies da costa atlântica portuguesa, por causa da proximidade ao Canhão da Nazaré e por estar na fronteira entre as águas mais frias e mais quentes. 

“O melhor que poderá acontecer, e há uma probabilidade elevada, é descobrirmos uma nova espécie para a ciência ou, pelo menos, observar espécies já conhecidas pela ciência mas que nunca foram observadas nas Berlengas”, explicou. 

As três ilhas, que compõem o arquipélago, albergam cerca de 400 espécies diferentes, entre peixes, esponjas, algas, gorgónias (espécie de corais) e outros organismos, como ouriços e estrelas-do-mar. “Finda a expedição, estamos à espera de aumentar esse número”, frisou. 

Os estudos vão ser feitos através de mergulhos a 35 metros de profundidade, sendo os cientistas acompanhados por mergulhadores para garantir todas as condições de segurança. Os dados recolhidos através de censos visuais, registo de imagem e amostragem serão carregados no sistema M@rBis, permitindo armazenar informação detalhada da biodiversidade daquelas áreas que será utilizada pela comunidade científica.

A comitiva vai estar até ao dia 30 a bordo do navio Creoula, um antigo bacalhoeiro, que entre 1937 e 1973 participou em campanhas à Terra Nova, reconvertido pela Marinha nos anos 80 como navio-museu e de apoio ao treino militar. 

A EMEPC tem vindo a realizar expedições idênticas desde 2010, ano em que o território a ser estudado foi as ilhas Selvagens (Madeira), enquanto em 2011 foram as Desertas, também nas regiões autónomas, no âmbito do M@rbis, um sistema que reúne informação georeferenciada da biodiversidade marinha nacional, destinada a cumprir os objectivos da União Europeia de alargar a Rede Natura 2000 ao meio marinho, nas águas sob jurisdição portuguesa.