segunda-feira, 26 de março de 2012

Lançamento do "KIT EDUCATIVO Património Cultural Subaquático

Manual de Materiais Didáticos para Professores

Universidade Nova de Lisboa
Horário:18:00 até 20:00
Onde:Auditório 1 (Torre B, Piso 1)
Organização: CHAM - Centro de História de Além-Mar

Mais informações:
E-mail: cham@fcsh.unl.pt

Açores: Draga a caminho da sucata pode ser novo atrativo do turismo subaquático

Uma draga de areia que se encontra no Porto de Ponta Delgada, nos Açores, para ser desmantelada e vendida para sucata deveria ser afundada nas imediações do navio ‘Dori’ para potenciar o turismo subaquático, defende um grupo de mergulho.
“Penso que seria uma oportunidade interessante”, afirmou Carlos Paulus, da Associação Amigos do Mergulho, em declarações à Lusa, recordando que os destroços do ‘Dori’ foram recentemente classificados como Parque Arqueológico Visitável, pelo que o afundamento de mais um navio nas proximidades permitiria criar mais um atrativo para os mergulhadores.
Carlos Paulus salientou que o afundamento teria “custos irrisórios” e seria fácil de concretizar, propondo que a draga fosse colocada num local próximo daquele onde naufragou o ‘Dori’.
A draga, com cerca 90 metros de comprimento, encontra-se no Porto de Ponta Delgada para ser desmantelada e vendida para sucata por cerca de 30 mil euros, tendo este mergulhador desafiado as autoridades regionais e locais a aproveitar a oportunidade para promover o turismo subaquático.
“Não podemos pretender que o turismo subaquático se desenvolva pela simples razão de irmos lá fora dizer que os Açores são bons, têm de ser criadas condições para que as pessoas sejam atraídas”, afirmou, salientando que “por pouco dinheiro podia-se fazer muito e chamar mais gente”.
Carlos Paulus frisou que a draga, além de ter vários atrativos para os mergulhadores, como a casa das máquinas ou a zona de comando, permitiria também “criar vida” naquela área, tornando-a ainda mais atrativa para os turistas que praticam mergulho em naufrágios.
O Governo dos Açores aprovou em meados de março a classificação do sítio do naufrágio do navio 'Dori', ao largo de Ponta Delgada, como Parque Arqueológico Visitável.
O cargueiro, que participou no desembarque das tropas aliadas nas praias da Normandia, em junho de 1944, afundou a 16 de janeiro de 1964 a cerca de 800 metros da costa sul de S. Miguel, perto de Ponta Delgada, encontrando-se a 18 metros de profundidade.
Os destroços deste navio, que é uma cópia idêntica de outros 2.750 'Liberty Ship', construídos entre 1941 e 1945 para reforçar o abastecimento da Europa pelos EUA, são atualmente um dos locais de mergulho mais visitados dos Açores.

Fonte:http: //www.acorianooriental.pt/noticias/view/224738

segunda-feira, 19 de março de 2012

Lisboa: Identificada rampa de lançamento de barcos do século XVI



 
Enorme rampa de lançamento de barcos do séc. XVI foi descoberta debaixo da Praça D. Luís, juntamente com vestígios de estruturas de séculos posteriores

A descoberta tem menos de um mês. Os arqueólogos encontraram uma enorme rampa de lançamento de barcos do séc. XVI junto ao mercado da Ribeira, em Lisboa. Feita com troncos de madeira sobrepostos, a estrutura ocupa 300 metros quadrados e data de uma época em que a cidade sofria os efeitos de sucessivos surtos de peste e epidemias, graças aos contactos com outras gentes proporcionados pelos Descobrimentos.

Para continuar a trazer de além-mar o ouro, a pimenta e o marfim que lhe permitiam pagar as contas, o reino investia na construção naval, e a zona ribeirinha da cidade foi designada como espaço privilegiado de estaleiros. Os relatos da altura dão conta de uma cidade cheia de escravos vindos de além-mar, mas também de mendigos fugidos do resto do país para escapar à fome.
Os arqueólogos nem queriam acreditar na sua sorte quando depararam com a rampa enterrada no lodo debaixo da Praça D. Luís, a seis metros de profundidade, e muito provavelmente associada a um estaleiro naval que ali deverá ter existido. "É impressionante: é muito difícil encontrar estruturas de madeira em tão bom estado", explica uma das responsáveis da escavação, Marta Macedo, da empresa de arqueologia Era. No Instituto Português do Património Arquitectónico e Arqueológico o achado também tem sido motivo de conversa, até porque os técnicos desta entidade foram chamados a acompanhar os trabalhos, que estão a ser feitos no âmbito da construção de um parque de estacionamento subterrâneo. A subdirectora do instituto, Catarina de Sousa, diz que esta e outras estruturas encontradas são, apesar de muito interessantes, perecíveis, pelo que a sua conservação e musealização na Praça D. Luís é "praticamente inviável". Como a escavação ainda não terminou, os arqueólogos acalentam a esperança de ainda serem brindados, em níveis mais profundos, com algum barco submerso no lodo, como já sucedeu ali perto, tanto no Cais do Sodré como no Largo do Corpo Santo e na Praça do Município. "É possível isso acontecer", admite Catarina de Sousa.
Musealização em estudo

No séc. XVI toda a zona entre o mercado da Ribeira e Santos era de praias fluviais. Mas não era para lazer que serviam os areais banhados pelo Tejo. Na História de Portugal coordenada por José Mattoso, Romero Magalhães conta como, poucos anos após a primeira viagem de Vasco da Gama à India, "a zona ribeirinha da cidade é devassada pelos empreendimentos do monarca [D. Manuel I] e dos grandes armadores".

Depressa surgem conflitos com a Câmara de Lisboa, ao ponto de o rei ter, em 1515, retirado ao município a liberdade de dispor das áreas ribeirinhas para outros fins que não os relacionados com o apetrecho e reparação das naus, descreve o mesmo autor. São as chamadas tercenas, locais dedicados à função naval e representados em vários mapas da época. Mais tarde a mesma designação passa a abranger também o lugar onde se produziam e acondicionavam materiais de artilharia.
O espólio encontrado pelos arqueólogos inclui uma bala de canhão, um pequeno cachimbo, um pião, sapatos ainda com salto - na altura os homens também os usavam -, restos de cerâmica e uma âncora com cerca de quatro metros de comprimento, além de cordame de barco. Também há uma casca de coco perfeitamente conservada, vinda certamente de paragens exóticas para as quais os portugueses navegavam.
Um relatório preliminar dos trabalhos arqueológicos em curso explica como a zona da freguesia de S. Paulo se transformou de um aglomerado de pescadores, fora dos limites da cidade de Lisboa, num espaço importante para a diáspora: "A expansão ultramarina contribuiu para uma reestruturação do espaço urbano de Lisboa, que se organiza desde então a partir de um novo centro: a Ribeira". Em redor do Paço Real reúnem-se os edifícios administrativos. "É na zona ocidental da Ribeira que a partir das doações de D. Manuel se irão instalar os grandes mercadores e a nobreza ligada aos altos funcionários de Estado, que irão auxiliar o rei (...) na expansão ultramarina e na centralização do poder", pode ler-se no mesmo relatório.
A escavação detectou ainda restos de outras estruturas mais recentes. É o caso de uma escadaria e de um paredão do Forte de S. Paulo, um baluarte da artilharia costeira construído no âmbito das lutas da Restauração, no séc. XVII. E também do vestígios do cais da Casa da Moeda, local onde se cunhava o metal usado nas transacções. Por fim, foram descobertas fornalhas da Fundição do Arsenal Real, uma unidade industrial da segunda metade do séc. XIX.
"Esta escavação vai permitir conhecer três séculos de história portuária", sublinha outro responsável pela escavação, Alexandre Sarrazola. Embora esteja ciente de que a maioria dos vestígios terá ser destruída depois de devidamente registada em fotografia e desenho, o arqueólogo diz que algumas das peças encontradas poderão vir a ser salvaguardadas e mesmo integradas no projecto do estacionamento, como já sucedeu com os vestígios do parque de estacionamento subterrâneo do Largo do Camões - ou então transportadas para um museu.
"Face ao desconhecimento do que ainda pode vir a ser encontrado por baixo da estrutura de madeira do séc. XVI está tudo em aberto", salienta, acrescentando que a decisão final caberá ao Instituto do Património Arquitectónico e Arqueológico. 

sexta-feira, 16 de março de 2012

Hoje no CPAS: Valorização do Património Subaquático de Cascais, Jorge Freire


A nossa discussão diz respeito aos vestígios subaquáticos do grande veleiro comercial Thermopylae, construído na Escócia em 1868 e afundado em manobras navais ao largo de Cascais em 1907, já sob a forma do pontão Pedro Nunes. Reduzidos ao estatuto de pesqueiro anónimo frequentado pelos pescadores foram formalmente identificados quase um século após o afundamento e pouco depois integrados no tecido patrimonial da região. Os trabalhos realizados no arqueositio, enquadrados no projecto Carta Arqueológica Subaquática de Cascais, têm permitido por em destaque os parâmetros técnicos, físicos e culturais associados a este naufrágio que se cruza com a história da oceanografia, gestão das pescas e do mergulho em Portugal. Este particularismo conduz a uma abordagem transdisciplinar na qual a arqueologia deste navio se molda no espaço identitário, físico e cultural permitindo nesta nossa reflexão conjunta, partindo da primeira avaliação aos destroços submersos, uma ampla discussão sobre o futuro do sítio. 

Nota Curricular: JORGE FREIRE – Licenciou-se em História, Variante de Arqueologia, pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra em 2002. Frequenta o Mestrado em Arqueologia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Entre 2005 e 2010 foi colaborador do Departamento de Cultura da Câmara Municipal de Cascais tendo desenvolvido trabalhos e estudos na área de Arqueologia Subaquática e co-dirigido prospecções subaquáticas em várias zonas do litoral de Cascais relacionadas com projecto PROCASC2009 fase A. É actualmente membro da equipa da linha de investigação Arqueologia Moderna e da Expansão Portuguesa do Centro de História de Além - Mar da FCSH-UNL/UAç. Como investigador tem-se dedicado ao estudo do litoral de Cascais e é co-responsável pelo Projecto Carta Arqueológica Subaquática do Concelho de Cascais (PROCASC 2011). Entre os seus trabalhos publicados destacam-se os seguintes títulos: FREIRE, Jorge; BLOT, Jean Yves; VIEITES, Ana; FIALHO, António; REICHERDT, Fabian - Missão de Avaliação e Levantamento do Sítio Submarino do Clipper Thermopylae. Revista Portuguesa de Arqueologia, 2009, pp. 221-244; FREIRE, Jorge - A Era dos Grandes Veleiros. In THERMOPYLAE - A História do Clipper mais Veloz do Mundo. Câmara Municipal de Cascais. 2009, pp.19-42; FREIRE, Jorge; FIALHO, António; REICHERDT, Fabian; FROTA, Mauro; MALHADAS, Ludovino - Prospecção Arqueológica Subaquática em S. Pedro e São João do Estoril. Al-madan – centro de arqueologia de Almada, II série, nº 16, 2008, pp. 169-170. 

CPAS - Centro Português de Actividades Subaquáticas


Um mergulho no Dori, Açores



Uma sugestão de blogue para quem quer conhecer um pouco mais da história do naufrágio: 
http://amigosdodori.blogspot.com/ http://amigosdodori.blogspot.com/

quinta-feira, 15 de março de 2012

20 links para quem procura um emprego ligado ao Mar


A tradicional procura de empregos através de anúncios em jornais, tem vindo a perder preponderância para os variadíssimos sites de anúncios de emprego e para plataformas de relacionamento social genéricas como, o Facebook, o Twiter ou mais especificas como o LinkedIn.
Se é da marinha mercante ou da náutica de recreio é provável que já tenha procurado o seu futuro no mar. Mas se é da hotelaria, se é um soldador, se é um electricista e procura emprego, talvez seja a altura de pensar em procurá-lo também também aí e não apenas em terra.
Por isso o Fórum do Mar reuniu neste post um conjunto 20 de sites de empregos ligados às diversas actividades marítimas, que o podem ajudar a encontrar a sua nova colocação. São, como seria de esperar, sites de língua oficial inglesa atendendo à enorme internacionalização deste sector.
1).  Maritime Connector – Um dos mais conhecidos sites para quem procura emprego nos vários sectores da marinha mercante.
2)   Ship Talk jobs – Não sendo um site puro de empregos ligados às actividades marítimas, mantém uma lista regular e actualizada.
3)   G Captain Jobboard – Tem anúncios ligados quer à marinha mercante que ao sector do offshore.
4)   Find a mariner – Site com forte presença nas redes sociais, apresenta como o nome indica anúncios para marinheiros.
5)   Vacanseas – Um site com um nome engraçado e com um sistema de busca muito intuitivo.
6)   Job Ships – Apresenta oportunidades de emprego essencialmente para o continente asiático.
7)  Maritime Jobs 4 You – Site dedicado à colocação de empregos em todas as vertentes e sectores da industria marítima.
8). Seafarer Jobs – Outro site de empregos do sector com oferta essencialmente para a Ásia.
9) Sea job – Outro idêntico ao anterior.
10)  marine-jobs- Lista extensa de categorias, focado essencialmente no Reino Unido e áreas geográficas circundantes.
11)  Jobs at Sea - Oferta de âmbito mundial nos sectores da marinha mercante e turismo.
12)  Job on Yachts - Site muito activo dedicado fundamentalmente à náutica de recreio.
13)  Offshore Jobs Online – Apesar do nome o site oferece oportunidades tanto no offshore como na marinha mercante.
14)  Water Crew – Lista interessante apresenta várias categorias de empregos marítimos.
15)  Cruise Careers – Essencialmente dedicado aos empregos em navios de cruzeiro asiáticos.
16)  Seaman Website – Oferta global mas pouco activa e regular.
17)  Maritime Career – Como a de cima.
18)  Sea Job Hunt – Site recente ainda com pouca oferta.
19) Job 2 Sea -  Um site em grande crescimento.
20) Maritime Employment - Site global com a particularidade de ser gratuito tanto para quem procura como para oferece empregos.

'Dori' classificado como Parque Arqueológico Subaquático dos Açores

O Governo dos Açores aprovou a classificação do sítio do naufrágio do navio 'Dori', ao largo de Ponta Delgada, em S. Miguel, como Parque Arqueológico Visitável, atendendo ao "impacto significativo" que tem na comunidade local de mergulhadores. 


O executivo regional, segundo o comunicado final da reunião do Conselho de Governo realizada em Vila do Porto, na ilha de Santa Maria, considera que "o elevado potencial patrimonial que este sítio encerra fará com que se torne mais um exemplo da boa preservação e promoção do património náutico e subaquático dos Açores".

Os destroços do navio 'Dori' são um dos locais de mergulho mais visitados dos Açores, tendo Jorge Bruno, diretor regional da Cultura, salientado à Lusa que "o turismo subaquático tem um grande potencial".

Neste caso concreto, Jorge Bruno frisou que o local "tem boas condições para se poder observar o que é um navio afundado", acrescentando que existem elementos, como a hélice, a âncora e maquinaria que "são facilmente detetáveis por quem mergulha".

O cargueiro, que participou no desembarque das tropas aliadas nas praias da Normandia, em junho de 1944, afundou a 16 de janeiro de 1964 a cerca de 800 metros da costa sul de S. Miguel, perto de Ponta Delgada, encontrando-se a 18 metros de profundidade.

O 'Dori' é uma cópia idêntica de outros 2.750 'Liberty Ship', construídos entre 1941 e 1945 para reforçar o abastecimento da Europa pelos Estados Unidos, sendo um dos 200 que participou no desembarque aliado na Normandia, que virou o curso da II Guerra Mundial.

"A classificação permite criar condições para preservar o sítio e conservar a biodiversidade que existe naquela zona", salientou o diretor regional da Cultura.

Com a criação deste Parque Arqueológico Visitável, o arquipélago dos Açores fica com dois sítios com esta classificação, juntando-se o de Ponta Delgada ao que já existe em Angra do Heroísmo. 

quarta-feira, 14 de março de 2012

Carta Arqueológica Subaquática de Cascais


O projeto da Carta Arqueológica Subaquática de Cascais (ProCASC) teve início em 2005, na sequência da assinatura de um protocolo entre a Câmara Municipal de Cascais e o antigo Instituto Português de Arqueologia – Centro Nacional de Arqueologia Náutica e Subaquática, atual Divisão de Arqueologia Náutica e Subaquática do Instituto de Gestão do Património Arquitetónico e Arqueológico.
Pioneiro em Portugal, este projeto desenvolve-se por fases e com uma perspetiva temporal de longo prazo. Essencialmente o ProCASC é um banco de dados, uma ferramenta de gestão do património subaquático, na qual são georreferenciados todos os sítios arqueológicos identificados e os materiais neles recolhidos, fruto de achados fortuitos, de missões de prospeção ou de acompanhamento arqueológico de obras de construção civil. A agregação dessa informação e o seu cruzamento com fontes orais e documentais permitirá, por exemplo, sistematizar e estabelecer medidas de proteção e valorização dos sítios arqueológicos identificados, bem como contribuir para o estudo da história do concelho.
Desde que se iniciou o projeto do ProCASC, foi possível relocalizar, entre a Guia e Carcavelos, grande da parte dos sítios conhecidos. Depois de prospeções realizadas em São Pedro e São João do Estoril, em 2008, e de uma missão de monitorização do clipperThermopylae, em 2009, já em 2011, no âmbito de um protocolo entre a Câmara Municipal de Cascais e o Centro de História de Além-Mar com o apoio do IGESPAR, Câmara Municipal de Oeiras, Clube Naval de Cascais, Porto de Recreio de Oeiras e da escola de mergulho Exclusive Divers, uma equipa de 12 técnicos desenvolveu um trabalho de investigação sobre a zona de São Julião da Barra, ícone da arqueologia subaquática, onde estão identificados 28 sítios, decorrentes de naufrágios de navios (comerciais e de guerra) portugueses, espanhóis, ingleses e franceses, entre os séculos XVI e XX, incluindo os destroços da nauNossa Senhora dos Mártires, que naufragou em São Julião da Barra em 1606. Sete meses de trabalho, em que apenas dois foram “debaixo de água” e os restantes reservados à recolha de toda a informação disponível sobre o sítio e respetivo espólio, e à sua confrontação com os dados obtidos após a campanha. Há ainda um grande volume de trabalho pela frente, não só em matéria de prospeção e sondagens de avaliação, que permitam revelar mais vestígios ocultos pelo assoreamento no mar de Cascais, mas também de estudo dos materiais que, sendo recolhidos em pontos de ocorrência de múltiplos naufrágios, podem facilmente originar erros ou imprecisões. 
Uma parte dos materiais recolhidos ao longo dos anos encontra-se em exposição na salaCascais na Rota dos Naufrágios do Museu do Mar Rei D. Carlos, que constitui uma abordagem exploratória sobre os muitos “tesouros” da costa de Cascais que, pouco a pouco, ajudam a construir a história do comércio marítimo, pesca e navegação no nosso território.

domingo, 11 de março de 2012

Brasil: Identificada Nau espanhola, possivelmente de 1583, em Santa Catarina

É no fundo do oceano onde se encontra uma boa parte da história das navegações que passaram pelo Brasil, principalmente no período do Descobrimento e da ocupação do território nacional. Esses cemitérios arqueológicos intactos aos poucos são desvendados por arqueólogos que aderiram ao mergulho como uma forma de desvendar o que há nesse mundo submerso. Em Santa Catarina, foi recentemente descoberto um naufrágio de uma nau espanhola possivelmente de 1583. Ela trazia material (roupas, armas, munições e alimentos) para abastecer os colonizadores da região. “Os objetos encontrados mostram que se trata da nau La Provedora, que fazia parte de uma armada de 23 navios. Precisamos fazer mais escavações e investigar outros objetos para confirmar estas informações”, afirma a arqueóloga Deisi Scunderlick Eloy de Farias, da Unisul, universidade parceira na pesquisa junto com a ONG Projeto Barra Sul.

A nau naufragada estaria abastecida com suprimentos capazes de manter 3 mil pessoas por cerca de 18 meses. O diário de bordo de Pedro Sarmiento de Gamboa, um dos comandantes da armada, narra que em La Provedora estariam embarcados 1,4 mil soldados e cerca de 300 pessoas entre padres, franciscanos, crianças, mulheres, ferreiros e carpinteiros saídos da Europa e que iriam se fixar na América do Sul.
Até agora, quatro artefatos foram retirados do fundo do mar. O mais curioso é uma lápide de cerca de 800 kg com entalhe de dois leões e dois castelos e um símbolo de cinco quinas que é usado na bandeira de Portugal. “Isso nos remete à era Filipina, quando Felipe II da Espanha assume os dois reinados [de León y Castilla]”, diz o coordenador do Projeto da ONG Barra Sul, Bruno Gerner. Felipe II teria enviado a armada também com o objetivo de construir duas fortalezas no Estreito de Magalhães – passagem entre os oceanos Pacífico e Atlântico – para conter o avanço dos piratas ingleses.
Nos próximos meses, a equipe pretende retirar da região pesquisada – uma área submersa de 660 metros quadrados – um canhão de bronze que pode ter sido usado para a proteção da nau. Já se estuda levar os objetos a um museu para, futuramente, expô-los em caráter permanente.
O litoral de Santa Catarina foi rota de várias expedições espanholas no século 16. Elas costumavam parar naquele estado porque era o último porto seguro (para quem seguia ao extremo sul) para conseguir água e comprar alimentos. Há duas hipóteses para o naufrágio do La Provedora: ela ter encalhado em um banco de areia ou ter batido no canal que precisa ser ultrapassado nas proximidades de Florianópolis, uma região complicada para navegação, porque é bem estreita. 
Fonte: http://molinacuritiba.blogspot.com/2012/03/arqueologia-subaquatica-encontra-em.html

sábado, 3 de março de 2012

2º Fórum do Mar - Matosinhos


O evento vai decorrer na Exponor, em Matosinhos, entre 10 e 12 de Maio.
A Associação Empresarial de Portugal e a Oceano XXI - cluster para o conhecimento e economia do Mar -, assinaram hoje um protocolo de cooperação que visa a organização da 2ª edição do Fórum do Mar.
O Fórum do Mar vai decorrer na Exponor, em Matosinhos, entre 10 e 12 de Maio. Nesta edição voltam a realizar-se encontros de negócios, ao mesmo tempo que decorre uma Feira do Mar (com os stakeholders da economia do mar) e diversas conferências sobre a matéria.
O Fórum do Mar é uma "interessante plataforma de negócios e partilha de conhecimentos", diz o presidente da AEP, José António Barros. O evento "voltará a contribuir para a afirmação económica, científica e social do mar", disse ainda o presidente da AEP.
O presidente da Oceano XXI, José Ribau Esteves, disse por sua vez que o Fórum é "em primeira instância um local para a promoção de negócios" da economia do mar. Para Ribau Esteves esta iniciativa deve ser um espaço "que marque o crescimento da eficiência colectiva à volta do mar".