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domingo, 11 de março de 2012

Brasil: Identificada Nau espanhola, possivelmente de 1583, em Santa Catarina

É no fundo do oceano onde se encontra uma boa parte da história das navegações que passaram pelo Brasil, principalmente no período do Descobrimento e da ocupação do território nacional. Esses cemitérios arqueológicos intactos aos poucos são desvendados por arqueólogos que aderiram ao mergulho como uma forma de desvendar o que há nesse mundo submerso. Em Santa Catarina, foi recentemente descoberto um naufrágio de uma nau espanhola possivelmente de 1583. Ela trazia material (roupas, armas, munições e alimentos) para abastecer os colonizadores da região. “Os objetos encontrados mostram que se trata da nau La Provedora, que fazia parte de uma armada de 23 navios. Precisamos fazer mais escavações e investigar outros objetos para confirmar estas informações”, afirma a arqueóloga Deisi Scunderlick Eloy de Farias, da Unisul, universidade parceira na pesquisa junto com a ONG Projeto Barra Sul.

A nau naufragada estaria abastecida com suprimentos capazes de manter 3 mil pessoas por cerca de 18 meses. O diário de bordo de Pedro Sarmiento de Gamboa, um dos comandantes da armada, narra que em La Provedora estariam embarcados 1,4 mil soldados e cerca de 300 pessoas entre padres, franciscanos, crianças, mulheres, ferreiros e carpinteiros saídos da Europa e que iriam se fixar na América do Sul.
Até agora, quatro artefatos foram retirados do fundo do mar. O mais curioso é uma lápide de cerca de 800 kg com entalhe de dois leões e dois castelos e um símbolo de cinco quinas que é usado na bandeira de Portugal. “Isso nos remete à era Filipina, quando Felipe II da Espanha assume os dois reinados [de León y Castilla]”, diz o coordenador do Projeto da ONG Barra Sul, Bruno Gerner. Felipe II teria enviado a armada também com o objetivo de construir duas fortalezas no Estreito de Magalhães – passagem entre os oceanos Pacífico e Atlântico – para conter o avanço dos piratas ingleses.
Nos próximos meses, a equipe pretende retirar da região pesquisada – uma área submersa de 660 metros quadrados – um canhão de bronze que pode ter sido usado para a proteção da nau. Já se estuda levar os objetos a um museu para, futuramente, expô-los em caráter permanente.
O litoral de Santa Catarina foi rota de várias expedições espanholas no século 16. Elas costumavam parar naquele estado porque era o último porto seguro (para quem seguia ao extremo sul) para conseguir água e comprar alimentos. Há duas hipóteses para o naufrágio do La Provedora: ela ter encalhado em um banco de areia ou ter batido no canal que precisa ser ultrapassado nas proximidades de Florianópolis, uma região complicada para navegação, porque é bem estreita. 
Fonte: http://molinacuritiba.blogspot.com/2012/03/arqueologia-subaquatica-encontra-em.html

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Brasil: Unisul - Naufrágio do século XVI: pesquisas reiniciam

Um trabalho de educação patrimonial marcou a retomada, neste ano, dos trabalhos do Projeto Barra Sul no litoral próximo à Praia da Pinheira e do Sonho, no sul da Ilha de Santa Catarina, local em que foram localizados destroços do que está sendo considerado o naufrágio mais antigo localizado até agora no país.


Distribuímos folhetos, conversamos com a comunidade e realizamos entrevistas com os moradores da Ponta do Papagaio e Praia do Sonho, para diagnosticar o nível de conhecimento da população em relação ao Património subaquático catarinense”, afirma a arqueóloga Deisi Scunderlick Eloy de Farias, professora da Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul) e responsável pela equipe de arqueólogos do projecto.

O naufrágio, localizado pelo Projeto Barra Sul, começou a ser pesquisado em 2005, quando foi realizado um diagnóstico arqueológico e mapeamento dos vestígios dispersos pela área. Desde então, várias actividades estão sendo realizadas, como a elaboração de croquis, levantamento topográfico, distribuição espacial dos artefatos localizados e registro de imagens. No ano passado, quatro peças já foram retiradas do mar: dois ornamentos circulares; uma pedra de marco triangular com a provável data de 1582 e o nome do rei da Espanha daquela época, Felipe II, esculpidos; e, ainda uma outra peça com desenhos em alto relevo de dois leões, dois castelos e o padrão português – as marcas do reino de Leon e Castilla, durante o período da União Ibérica, que durou de 1580 a 1640. A retomada dos trabalhos obedece a um cronograma definido pelos ventos e pelas marés, pois também faz parte da pesquisa o reinício dos mergulhos, interrompidos ano passado devido à falta de condições. “Os mergulhos, que chegam a 12 metros de profundidade, precisam ser feitos com uma boa visibilidade e nem sempre isso acontece. Dependemos das condições do tempo. No canal de acesso à baia sul da Ilha de Santa Catarina, onde se localiza o sítio arqueológico subaquático, isso acontece entre os meses de Dezembro e Junho”, explica o mergulhador Gabriel Corrêa, coordenador do Projeto Barra Sul.



Assim, sempre que os ventos e as marés estão favoráveis, a equipe de mergulhadores e arqueólogos continua o trabalho de prospecção geofísica do sítio, utilizando equipamentos electrónico de varredura. “É um trabalho bastante minucioso e lento em virtude das dificuldades encontradas na região de estudo. Começamos isso ainda no passado, mas ainda há muito a ser feito no processo de documentação total do sítio arqueológico”, explica a arqueóloga Deisi.


Texto em Português (Brasil)