quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Inauguração da exposição “O TEMPO RESGATADO AO MAR” - Cantanhede.

Inauguração da exposição “O TEMPO RESGATADO AO MAR”  - dia 27 de novembro de 2015, pelas 16h00, no Museu da Pedra - Cantanhede


quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Pedido de criação de comissão parlamentar para as Políticas do Mar entregue na segunda-feira

Petição reúne já 1800 assinaturas e defende que o Parlamento deve incluir o mar na sua agenda política e económica.

Um grupo de personalidades entrega esta segunda-feira, dia 26, ao presidente da Assembleia da República uma petição a pedir que seja criada uma nova comissão permanente no parlamento: a Comissão para as Políticas do Mar.
Os peticionários, que este domingo eram mais de 1800, defendem que uma comissão parlamentar "será apta, como nenhuma outra estrutura, a articular, na perspectiva de uma comum estratégia do mar, as políticas que se exercem em sectores longamente estruturados, como a Marinha, pescas e transportes marítimos, e aquelas que se projectam em dezenas de outras áreas".
Do grupo de personalidades fazem parte o ex-deputado do CDS-PP Ribeiro e Castro, o presidente da Academia da Marinha e ex-chefe do Estado-Maior da Armada, almirante Nuno Vieira Matias, o presidente do Fórum Oceano - Associação da Economia do Mar, o presidente da Confraria Marítima de Portugal, almirante Henrique da Fonseca, e Joaquim Saltão, da Confraria Marítima.
Os peticionários lembram que, apesar de o mar ser "um dos principais recursos naturais de Portugal", o país deixou-o "fora da sua agenda política e económica, não o inserindo no rol das prioridades nacionais". "Estamos crescentemente diante de um novo paradigma nas atitudes perante o mar, reconhecendo-o não só como uma questão de tradição, mas também imperativo de modernidade; não só como traço essencial da nossa identidade, mas como nova e vasta oportunidade para o nosso futuro colectivo", referem.

Defendem que "importa mobilizar o Estado, ao seu mais alto nível, a partir do Parlamento, onde se representa toda a República e toda a cidadania, para este grande desafio nacional". A entrega da petição ao novo presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, está marcada para as 17h00.

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Congresso: "O mar como património cultural e natural"

Local: Almada | Academia Almadense
Datas: 8 e 9 de Outubro de 2015

O Congresso O Mar como Património Cultural e Naturalpromovido pelo Instituto de História Contemporânea, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa com o apoio da Câmara Municipal de Almada, pretende criar um balanço partilhado dos movimentos de patrimonialização e das leituras contemporâneas do mar, atendendo tanto a projectos culturais e programas museológicos como a realidades institucionais consumadas. Importa conhecer a pluralidade de agentes (Museus, Associações, iniciativas privadas, entre outros), metodologias (inventários, recolhas, arqueologia subaquática, entre outros) e discursos expositivos recentes, e conhecer, se possível, os impactos da construção de património nas comunidades locais, considerando igualmente as problemáticas do ecoturismo, turismo cultural e turismo náutico. Importa ainda assinalar os patrimónios em perigo de desaparecimento, as dificuldades na gestão de patrimónios, os processos de mudança relacionados com novas tecnologias e estratégias de divulgação e análise de públicos.

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Slavonia, o paquete inglês que naufragou com as Flores à vista

Mais de cem anos após o acidente, o Governo dos Açores criou no local um parque arqueológico subaquático, o quarto no arquipélago. Objectivo é criar uma rede para atrair ainda mais mergulhadores aos tesouros do mar açoriano.













“Em 26 anos, os navios Cunard cruzaram duas mil vezes o Atlântico, e nunca uma viagem foi cancelada, nunca um atraso foi registado, nunca uma única carta, um único homem, um único navio foram perdidos”. Escrevia assim Júlio Verne no final do século XIX, em Vinte Mil Léguas Submarinas, sobre uma das maiores empresas de navegação da época, conhecida pela forte aposta na segurança. Entre centenas de navios que a britânica Cunard possuiu, poucos naufragaram. Um deles ficou no fundo do mar português e deu agora origem a um parque arqueológico subaquático.

Diz-se que renomear navios dá azar e a história do Royal Mail Ship (RMS)Slavonia confirma-o. O navio lançado à água em 1902 foi inicialmente baptizado Yamuna e pertenceu à British Indian Steam Navigation, tendo transportado correio, carga e passageiros entre Inglaterra e Índia. Cinco meses após a viagem inaugural foi vendido à Cunard, que o remodelou e lhe mudou o nome, adoptando o topónimo de uma das regiões de onde partiam mais emigrantes europeus com destino aos EUA, a Eslavónia, na Croácia.

“E foi assim que, juntamente com um seu congénere, o Pannonia, o transatlântico Slavonia passou a transportar, à ida, emigrantes europeus em busca do sonho americano e à volta os passageiros endinheirados de Nova Iorque para Liverpool”, descreve o arqueólogo subaquático Alexandre Monteiro, num documento sobre a história do naufrágio ocorrido ao largo da ilha das Flores, em 1909.

No início do século XX, a Cunard Steamship Company disputava o monopólio das rotas europeias e norte-americanas com a White Star Line. Os paquetes distinguiam-se pelos nomes: todos os da White Star tinham nomes acabados em “ic” — como Britannic e Titanic — e os da Cunard terminavam em “ia”. O naufrágio do Titanic, três anos depois do Slavonia, condenou a proprietária à quase falência e em 1934 a Cunard comprou a rival. Nascia assim a Cunard White Star Line, dona do Queen Mary e dos Queen Elizabeth, que ainda hoje cruzam os oceanos.


Nevoeiro fatal

Numa das viagens do Slavonia, que viria a ser a última, o paquete partiu de Nova Iorque a 3 de Junho, uma quinta-feira, rumo a Trieste, no nordeste de Itália. Segundo Alexandre Monteiro, o cruzeiro levava 178 tripulantes e 597 passageiros, dos quais perto de cem viajavam em primeira classe. Foi destes que partiu a ideia de pedir ao comandante que fizesse um pequeno desvio na rota (estava previsto que passassem a 160 quilómetros a norte da ilha do Corvo), para que pudessem apreciar melhor as paisagens açorianas.

Estavam há seis dias em alto mar, faltavam dez para o destino. O comandante, Arthur Dunning, com três décadas de experiência (tinha pedido a reforma em Nova Iorque, antes de partir), fez-lhes a vontade: decidiu navegar pelo sul da ilha das Flores, passando a cerca de seis milhas náuticas de terra, e só depois seguir a viagem prevista.

Mas quando o navio se aproximou da ilha havia um nevoeiro cerrado e a forte corrente marítima desviou o paquete da rota. Nem o Farol das Lajes das Flores ajudou — apesar de praticamente concluído ainda lhe faltavam máquinas e a lanterna. Às 2h30 da madrugada de 10 de Junho cumpriu-se o desejo dos passageiros de ver terra mas nada pôde travar o acidente — o RMS Slavonia embateu nos rochedos da Baixa Rasa e galgou a costa do Lajedo. Com a água a invadir os porões do barco mas ainda com a popa emersa e as varandas iluminadas, o telegrafista teve tempo para fazer história: foi o primeiro a transmitir, em código Morse, sinais de SOS.

O pedido de socorro foi captado pelo paquete germânico Prinzess Irene e pelo navio Batavia, que se encontravam perto e acorreram ao local, ajudando os tripulantes a desembarcar e, no dia seguinte, a continuar a viagem. O acidente abalou a pacatez da ilha, imersa na escuridão àquelas horas da noite (a luz eléctrica só chegou a Lajes das Flores na década de 1930), mas a população fez o que pôde para ajudar ao resgate. O esforço foi reconhecido pelo Papa Pio X que, em sinal de gratidão, ofereceu um cálice de prata à Igreja Matriz.

Ao amanhecer, a água chegou às caldeiras do Slavonia e às 8h o fogo apagou-se nas fornalhas. O navio, com mais de dez mil toneladas e 160 metros de comprimento, afundou, tornando-se uma das perto de mil embarcações que naufragaram ao largo dos Açores, desde o século XVI, assinaladas na Carta Arqueológica. “O comandante Dunning abalado pelo naufrágio e pelas circunstâncias caricatas em que este tinha ocorrido, tentou suicidar-se várias vezes, no que foi impedido pelo telegrafista”, conta Alexandre Monteiro.


Memórias espalhadas

Os destroços do Slavonia repousam agora a 15 metros de profundidade. “Pouco resta de reconhecível”, descreve o arqueólogo, que já em 1999 tinha proposto a criação de reservas, naquele e noutros locais onde se registaram naufrágios, para regular o acesso e promover o turismo subaquático. Só em Julho deste ano é que o Governo Regional anunciou a criação do Parque Arqueológico Subaquático do Slavonia, oficializada com a publicação do decreto em Diário da República, nesta terça-feira.

No parque vai continuar a ser permitida a prática de mergulho amador e será proibida a pesca, a ancoragem de embarcações ou bóias, e a realização de trabalhos de investigação científica sem autorização da tutela. Além disso, a recolha de materiais apenas é possível no âmbito de trabalhos arqueológicos devidamente licenciados.

Mas o que há ainda para ver do paquete inglês? Estão lá ainda as seis caldeiras do vapor, restos dos cabeços de amarração e dos guindastes, uma âncora e pouco mais. Os objectos mais valiosos — uma mala de correio, loiças, talheres de prata, quadros ou mobílias, e até bolachas, latas de café, conservas e cobertores de lã — foram recolhidos pela população. “Muitas coisas estão ainda nas casas das pessoas e no Museu das Flores”, conta o presidente da Câmara de Lajes das Flores, Luís Maciel, explicando que por isso mesmo existe na ilha “uma certa mística” associada a este naufrágio.

A Cunard ainda tentou salvar o navio do afundamento, enviando um rebocador e mergulhadores. “Foram recuperadas mesas, cadeiras, velames, cordas e lingotes de cobre, no valor de 1800 contos [9000 euros] e óleo no valor de 24 contos [120 euros]”, lê-se no documento assinado por Alexandre Monteiro. “A carga de café, o restante cobre e três automóveis que vinham no porão foram engolidos pelo mar das Flores. Os prejuízos cifraram-se, na época, em cerca de 15 mil contos [75 mil euros].”

Com a criação do parque do Slavonia e com mais um que aguarda aprovação — para a zona onde está afundado o vapor espanhol Canarias, ao largo de Santa Maria —, o arquipélago fica com cinco parques arqueológicos subaquáticos. No ano passado foi criado um parque no local onde se afundou, em 1901, o navio francês Caroline, junto à ilha do Pico. Este juntou-se aos parques da Baía de Angra do Heroísmo (ilha Terceira), no local onde em 1878 naufragou o Lidador, e do Dori, em São Miguel.

Segundo o director regional da Cultura, Nuno Lopes, o Governo dos Açores “está a trabalhar para estabelecer um roteiro ou uma rota que é composta por cinco parques arqueológicos e diferentes [espaços de] naufrágios que são acessíveis” aos mergulhadores, promovendo assim este turismo.


Arqueólogos vão procurar navios e outros tesouros afundados no rio Sado

Os trabalhos de prospecção subaquática vão decorrer entre Alcácer do Sal e o núcleo arqueológico da feitoria fenícia de Abul, que existiu há mais de 2700 anos.
CARLOS DIAS



















Uma equipa de arqueólogos vai mergulhar no Sado à procura de navios e de outros objectos arqueológicos que estejam submersos nas águas do rio, entre Alcácer do Sal e o local onde existiu, há mais de 2700 anos, a antiga feitoria fenícia de Abul. A investigação resulta de um protocolo assinado nesta quarta-feira entre a Câmara de Alcácer do Sal e a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) da Universidade Nova de Lisboa.

Os investigadores acreditam que um dos principais vestígios conhecidos da presença fenícia em Portugal e na fachada atlântica europeia, descobertos em 1990, possa ter continuidade no património submerso nas águas do rio que “se suspeita ser abundante e de enorme valor científico”, lê-se num comunicado da autarquia.
Alexandre Monteiro, o especialista em arqueologia subaquática que vai coordenar os trabalhos de prospecção, salienta que o rio Sado continua a ser “um grande enigma” no que diz respeito ao seu passado histórico. “ É apenas uma questão de começar numa ponta e terminar na outra, fazendo reemergir a história dos povos com a ajuda de tecnologia”, sustenta.
Os materiais já descobertos e recolhidos na feitoria fenícia de Abul, localizada na península que se destaca na Reserva Natural do Estuário do Sado, entre Setúbal e Alcácer do Sal, justificaram que em 2012 o núcleo arqueológico fosse classificado como monumento nacional.
Nas oito escavações promovidas pelo Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal e pela Missão Arqueológica Francesa em Portugal entre 1990 e 1997, os investigadores identificaram ainda sobre as ruínas fenícias três fornos e uma olaria romana para a produção de variados tipos de ânforas que funcionaram entre o século I e III.
Com a assinatura do protocolo “inédito” entre a autarquia e a FCSH, um objectivo que persistia por efectivar “há mais de 30 anos”, Vítor Proença, presidente da Câmara de Alcácer do Sal, espera alcançar uma mais “significativa valorização do património” num do concelho que “não é apenas um destino turístico de sol e mar”.

Além da FCSH, vão estar envolvidos outros institutos e entidades com recursos técnicos e conhecimentos úteis para viabilizar a investigação.

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Seminário "Portos, Paisagens Portuárias e Economia do Mar"


O conceito de Seminário Desafios do Mar Português, criado pelo CIEMar-Ílhavo em 2012, tem já lugar bem marcado na agenda nacional de debates sobre a relação de Portugal com o Mar. Numa altura em que se discute a redefinição do “mar português”, numa perspetiva essencialmente económica e geopolítica, continuamos a promover momentos de reflexão e discussão em torno de temas de cultura marítima. Trata-se de temas que pela sua atualidade e centralidade no debate público e pela sua importância histórico-cultural, mostram-se socialmente relevantes para a promoção de uma educação informal e contribuem para a construção cívica de uma cultura marítima.
A IV edição do seminário Desafios do Mar Português será dedicada ao tema “Portos, Paisagens Portuárias e Economia do Mar”. O Seminário contará com a parceria do Centro de Investigação Transdisciplinar «Cultura, Espaço e Memória» (CITCEM) da Faculdade de Letras da Universidade do Porto e da APA - Administração do Porto de Aveiro, S.A., cujo arquivo histórico em depósito no CIEMar-Ílhavo.
Os portos são elementos de ligação ao mar. Lugares de partida e de chegada, de gentes do mar e de transmissão de culturas. A proximidade de um porto sempre foi motivo de progresso, sendo a sua evolução histórico-social elucidativa do meio envolvente. Mais locais ou mais nacionais, os portos de hoje são elos estratégicos de ligação de vários sectores e agentes privilegiados do desenvolvimento.


21 de outubro | quarta-feira | participação gratuita


Programa
09h30 Sessão de abertura
Fernando Fidalgo Caçoilo (Presidente da Câmara Municipal de Ílhavo)
10h00 Conferência de Abertura
A representação de um porto num museu marítimo
Frits Loojmeir (Director of Roterdam Maritime Museum)
10h30 PAINEL I - Conhecimento e Cultura
Os portos e espaços portuários da Época Romana à Idade Média
Vasco Mantas (Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra)
O porto de St. John´s – Terra Nova: uma evocação histórica
Jean Pierre Andrieux
pausa para café
Espaços portuários na evolução da paisagem urbana: O Porto como caso de estudo
Helena Teixeira (CITCEM - Faculdade de Letras da Universidade do Porto)
Documentário Fundeadouro Romano em Olisipo (55 min.)
Raul Losada (Time Land Films)
debate
pausa para almoço
14h30 PAINEL II - Realidades e Oportunidades
Os portos na economia do mar
Miguel Marques (PricewaterhouseCoopers)
Os Portos na ação do Cluster Oceano XXI
Rui Azevedo (OCEANO XXI)
A APDL e o Sector dos Cruzeiros
Emílio Brogueira Dias (APDL – Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo, S.A.)
debate
pausa para café
16h00 PAINEL III - Organização e Estratégia
A Gestão Portuária e a formação especializada do ISCIA
Eduardo Martins (ISCIA)
O Porto de Aveiro no contexto regional e nacional
Pedro Braga da Cruz (APA - Administração do Porto de Aveiro, S.A.)
debate
16h45 CONFERÊNCIA DE ENCERRAMENTO
A Geopolítica dos Portos e a Economia do Mar
António Costa Silva (Partex Oil and Gas)
encerramento

INSCRIÇÕES | ciemar.mmi@cm-ilhavo.pt com os seguintes dados: nome, profissão, instituição e contactos.
Inscrições abertas até 19 de outubro de 2015

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Semana do Mar 2015 foi hoje apresentada em Setúbal


Um seminário internacional sobre turismo de cruzeiros, uma regata e visitas aos navios Sagres e Creoula e à caravela Vera Cruz são algumas atividades da Semana do Mar, que decorre, entre os dias 20 e 27, em Setúbal.
O evento, organizado numa parceria da Câmara Municipal e da APSS – Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra, volta a celebrar a relação entre a cidade e o rio Sado com um conjunto de iniciativas pensadas para a população e profissionais ligados direta ou indiretamente ao setor náutico.
A presidente da Autarquia, Maria das Dores Meira, sublinhou na apresentação do programa, ao início da tarde, no Fórum Municipal Luísa Todi, que tem sido objetivo do Executivo a aproximação da cidade ao rio.
“Prometemos mais cidade e mais rio e temos cumprido”, frisou, acrescentando que, atualmente, Setúbal está “mais qualificada, com melhores infraestruturas, mais funcional, mais humana”.
Maria das Dores Meira elogiou a parceria desenvolvida com a APSS, não apenas na organização da Semana do Mar, mas em todo o trabalho que tem sido feito na reabilitação e modernização da frente ribeirinha.
“As administrações portuária e municipal partilham da visão sobre o que pode ser a convivência das funções económicas que habitam as margens ribeirinhas com as necessidades dos que procuram o rio para o lazer e outras atividades”, afirmou.
Vítor Caldeirinha, presidente do Conselho de Administração da APSS, reforçou essa noção, salientando que “esta parceria lançou sementes e já começa a colher frutos, sendo esta Semana do Mar apenas um desses exemplos”.
Maria das Dores Meira garante mesmo que, tal sintonia, representa uma “relação inédita” em cidades de cariz portuário e realçou o esforço e a visão dos atuais responsáveis pelo Porto de Setúbal, garantindo que “nunca se viu tanto investimento da parte do porto como na atual administração”.
Um dos pontos altos do programa da Semana do Mar é o II Seminário Internacional – Cidades Portuárias e a Relação Porto-Cidade “Oportunidades para o turismo em Setúbal: cruzeiros e marítimo-turística”.
O encontro, agendado para o dia 24, com início às 09h00, no Fórum Municipal Luísa Todi, tem a presença confirmada do secretário de Estado do Turismo, Adolfo Mesquita Nunes, bem como da presidente da Câmara Municipal e do presidente do Conselho de Administração da APSS.
“O Mercado dos Cruzeiros” e “Oportunidades para o turismo de cruzeiros em Setúbal” são os principais temas em debate são os temas em debate nos painéis previstos para o evento.
Ao longo da Semana do Mar, entre os dias 20 e 27, nos edifícios da antiga lota, está patente uma exposição intitulada “Tradições da Pesca e Circuito do Pescado”.
No dia 22, com início às 10h00, no auditório da APSS, realiza-se o seminário “Educação, Formação marítimo-portuária e Empregabilidade”, particularmente orientado para profissionais do setor náutico.
“Conversas sobre as artes de pesca”, no edifício da antiga lota, e “Simulação da pesagem e primeira venda de pescado”, na Docapesca, são temas de visitas guiadas ao público a decorrer no dia 23, a partir das 10h00.
Além do II Seminário Internacional, para o dia 24 está previsto o início da iniciativa Veleiros ao Luar, a decorrer até ao dia 26 no Cais 2, localizado junto das instalações da Docapesca, a qual vai funcionar como uma extensão do Festival da Ostra, servindo aqueles moluscos, junto de veleiros acostados, em ambiente de certame gastronómico, com música.
O navio-escola Sagres, atracado no Cais 2, recebe visitas da comunidade escolar ao dia 25.
Em paralelo, no mesmo dia, o navio Creoula, também da Marinha Portuguesa, e a réplica da caravela Vera Cruz, da Aporvela, realizam passeios entre Setúbal e Lisboa para jovens dos 14 aos 30 anos. Os interessados devem inscrever-se no Gabinete da Juventude da Câmara Municipal de Setúbal, localizado na Casa da Cultura ou contactável pelo telefone 265 236 168.
A população pode visitar os navios Sagres e Creoula, bem como a caravela Vera Cruz, ao longo do dia 26, entre as 10h00 e as 23h00, no Cais 2.
Também no dia 26, à partir das 11h00, realiza-se uma regata de cruzeiros, que percorrem um percurso entre Sesimbra e Setúbal.
No derradeiro dia da Semana do Mar, 27, às 10h30, há um desfile náutico que inclui o envolvimento do Sagres, Creoula e Vera Cruz. Jovens entre os 14 e os 30 anos de idade podem participar em novo passeio, nestas embarcações, entre Lisboa e Setúbal, sendo, para isso, necessária a inscrição no Gabinete da Juventude da autarquia sadina.

terça-feira, 18 de agosto de 2015

'Monstro' marinho assustador é retirado do fundo do mar na Suécia

É a primeira vez que algo do tipo, datado do século XV, é retirado de um naufrágio

Uma figura "aterrorizante", que fazia parte de um navio de guerra que afundou no mar Báltico há 500 anos, foi erguida do fundo do mar com grande emoção para os arqueólogos. Afinal, não são todos dias que se depara com um "monstro" marinho esculpido em madeira de 3,5 metros de comprimento e que pesa 300 kg.

"Na última vez em que essa figura 'viu' o mundo, Leonardo da Vinci e Cristóvão Colombo ainda estavam vivos", diz Johan Rönnby, professor de arqueologia marinha da Universidade Södertörn, da Suécia, em entrevista à Reuters. Ele fez parte da equipa de resgate que trabalhou na recuperação do artefato.

Feito a partir de um único pedaço de madeira, o "monstro" seria uma espécie de animal, com orelhas de leão e boca de jacaré,  parece que está engolindo ou cuspindo uma pessoa. Esse tipo de figura, normalmente, era colocada na parte da frente dos navios, como forma de "afastar" o mau agouro.

"Nenhum item parecido com esse, do século XV, jamais foi encontrado no mundo", diz Marcus Sandekjer, diretor do museu Blekinge, que fica em Karlskrona, na Suécia, em entrevista ao Discovery News. O museu também estava envolvido na operação de resgate do objeto.


O artefato, segundo informações dos arqueólogos, fazia parte do navio dinamarquês Gribshunden, que afundou em 1495, após sofrer um incêndio. Ele trazia a bandeira do rei Hans, e foi encontrado no fundo do mar, a 10 metros de profundidade, na costa sudeste da Suécia, próximo à cidade de Ronneby.

"O navio é absolutamente único. É um exemplo arqueológico das grandes embarcações entalhadas, da mesma época do navio Santa Maria, que fazia parte da frota de Colombo", conta o professor Johan Rönnby, em seu artigo sobre a descoberta.

Para os especialistas, que pretendem continuar o trabalho na área do naufrágio, este tipo de achado ajuda a entender um pouco o mundo daquela época – século XV –, especialmente em relação às grandes navegações.

Adaptado:http://sites.uai.com.br/app/noticia/encontrobh/atualidades/2015/08/17/noticia_atualidades,154667/monstro-marinho-assustador-e-retirado-do-fundo-do-mar-na-suecia.shtml 

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Esposende acolhe Escola Internacional de Arqueologia Náutica e Subaquática

Esposende acolhe até 23 de agosto a Escola de Arqueologia Náutica e Subaquática, denominada “Escola de Verão Internacional de Arqueologia | 2015”. Esta iniciativa visa o estudo do achado do navio de Época Moderna arrojado na praia de Belinho, na sequência do forte temporal de janeiro de 2014. 

Este achado tornou-se numa das mais importantes descobertas arqueológicas de valor internacional em contexto subaquático para a Época Moderna (contemporânea dos Descobrimentos Portugueses). Do arrojamento à praia contabilizaram-se peças do navio com mais de 60 madeirames e da sua carga. Desta destacam-se mais de duas centenas de pratos em estanho, duas dezenas de pratos em latão (“pratos de oferendas”) e duas dezenas de balas de canhão em pedra (“pelouros”). Do mesmo sítio arqueológico foram ainda  recuperadas cerca de nove centenas de fragmentos de ânforas, correspondentes a um outro naufrágio, de Época Romana, tornando o próprio sítio arqueológico inédito no país.

A “Escola de Verão Internacional de Arqueologia | 2015” resulta da implementação do projeto em rede sobre o sítio arqueológico da praia de Belinho que procura, nos diversos parceiros, a inovação no que respeita à investigação, valorização e divulgação destes achados. Disto é exemplo o projeto europeu ITN Marie Curie “ForSEADiscovery” que, a partir do corrente mês, registará as madeiras com métodos inovadores em Portugal, bem como determinará a idade exata, o tipo e a sua proveniência, ancorando ao projeto os mais reputados investigadores nesta área provenientes dos Estados Unidos da América, Inglaterra, Espanha e Portugal.


sábado, 25 de julho de 2015

Monte submarino a 200 quilómetros do cabo de S. Vicente já é Área Marinha Protegida


Elevações submarinas da costa sudoeste da Península Ibérica – Fonte: Filipe M. Rosas (http://lisbonstructuralgeologist.blogspot.com/) e GoogleEarth

O Conselho de Ministros aprovou, na sua reunião de quinta-feira, a inclusão do Sítio Banco Gorringe, situado cerca de 200 quilómetros a sudoeste do cabo de S. Vicente, na Lista Nacional de Sítios.
Esta inclusão é justificada pela «relevância que o Banco Gorringe assume para a conservação dos valores protegidos pela Diretiva Habitats da União Europeia».
A inclusão deste novo Sítio com cerca de 2288 mil hectares, em área exclusivamente marinha, vem, segundo o comunicado do Conselho de Ministros, «assegurar uma melhor representatividade dos valores naturais aos níveis nacional, europeu e biogeográfico, contribuindo para completar a Rede Natura 2000 em Portugal, e em particular no meio marinho».
Jorge Gonçalves, investigador do Centro de Ciências do Mar (CCMAR) da Universidade do Algarve, explicou ao Sul Informação que o Banco Gorringe é «um sítio muito particular e único» da costa portuguesa, já que é «provavelmente a maior montanha de Portugal», por ser um monte submarino que se ergue dos 5000 metros de profundidade até aos 25 metros abaixo da superfície do mar.
«Os montes submarinos raramente chegam quase à superfície», mas este chega. Tem dois picos, o Gettysburg, aos 28 metros de profundidade, e o pico Ormonde, aos 33-46 metros de profundidade.


Fonte: http://eu.oceana.org/es/eu/que-hacemos/proteccion-de-habitats/atlantico/portugal/gorringe

O Banco Gorringe é «um sítio particular e único por ter uma enorme diversidade de habitats e espécies – nomeadamente os corais, as gorgónias e as esponjas de profundidade. Mas também pela vida que tem à sua volta, como a imensa população de algas e as comunidades de peixes que o habitam ou que fazem dele ponto de passagem nas suas migrações», explicou ainda aquele biólogo marinho.
Esta enorme biodiversidade é também a razão da ameaça mais importante, a pesca. «Há uma certa pressão da pesca» nesta zona, até porque se trata de um sítio rico mas distante da costa, onde a fiscalização é, por isso, «mais difícil». A inclusão do Banco Gorringe na Lista Nacional de Sítios, classificando-o como Área Marinha Protegida, é uma forma de «prevenir essa ameaça provocada pela pressão da pesca».
«A fiscalização in situ é difícil, mas hoje há meios tecnológicos para seguir as embarcações em tempo real, já que elas estão dotadas com sistemas eletrónicos de localização, facilitando a tarefa das autoridades», disse ainda Jorge Gonçalves.
O investigador do CCMAR recordou que desde 1998 que o Banco Gorringe tem sido alvo de pesquisa sistemática sobre a sua riqueza biológica. As primeiras missões foram promovidas pela Associação Atlântico Selvagem, sediada em Faro, com a participação de investigadores do CCMAR.
«Desde então, temos estudado de forma muito sistemática o Banco Gorringe, incluindo com mergulho», salienta Jorge Gonçalves. Mais recentemente, além do Centro de Ciências do Mar da UAlg, também outras universidades se interessaram por aquele monte submarino, além da organização OCEANA.
O Banco Gorringe é um local com elevada produtividade primária para um contexto oceânico e com um ecossistema único, onde está registada a presença de 862 espécies.
Nele ocorre a presença dos habitats da Rede Natura 2000: 1170 “Recifes” e 1110 “Bancos de areia permanentemente cobertos por água do mar pouco profunda”.

Biodiversidade no Banco Gorringe — Fonte: http://eu.oceana.org/es/eu/que-hacemos/proteccion-de-habitats/atlantico/portugal/gorringe

Ocorrem ainda as espécies Chelonia mydas (Tartaruga-verde), Caretta caretta (Tartaruga-boba), Scyllarides latus (Cavaco), Lithothamnion corallioides (Mäerl) eCentrostephanus longispinus (ouriço-de-espinhos-longos), bem como a presença dos habitats considerados em perigo pela Convenção para a Proteção do Meio Marinho do Atlântico Nordeste (OSPAR): Montes submarinos, Jardins de Coral, Agregações de esponjas no mar profundo, Recifes de Lophelia pertusae as espécies Caretta caretta (Tartaruga-boba) eHoplostethus atlanticus (Peixe-relógio).
O Banco Gorringe, localizado na Zona Económica Exclusiva portuguesa, só foi descoberto em 1875 por uma expedição americana (o USS Gettysburg), comandada pelo capitão Henry Gorringe, daí o nome deste monte submarino e de um dos seus picos.
Geologicamente, o Banco Gorringe situa-se próximo de uma das falhas mais importantes do globo, a falha Açores-Gibraltar, que separa a placa Euroasiática da placa Africana. Apesar de não haver certezas científicas, pensa-se que o Terramoto de 1755, que destruiu Lisboa e a costa algarvia, poderá ter tido origem nesta zona.

http://www.sulinformacao.pt/2015/07/monte-submarino-a-200-quilometros-do-cabo-de-s-vicente-ja-e-area-marinha-protegida/


sexta-feira, 10 de julho de 2015

Concurso para primeira fase da Escola do Mar dos Açores lançado este mês

O Governo açoriano anunciou hoje a aprovação, ainda este mês, do concurso para a primeira fase de requalificação da antiga Estação Rádio Naval da Horta, no Faial, para instalação da Escola do Mar dos Açores.

 O anúncio foi feito pelo presidente do executivo, Vasco Cordeiro, durante a apresentação do projeto da escola, um investimento superior a 4,5 milhões de euros e que, a nível de infraestruturas, se vai traduzir na requalificação da antiga Estação Rádio Naval que a Marinha tinha no Faial e que encerrou em janeiro de 2013.
No total, será feita uma intervenção em perto de 41 mil metros quadrados e diversos edifícios, para adequar a antiga estrutura militar à escola, que incluirá, entre outras valências, residências para 90 estudantes e dez professores.
"O objetivo central passa, entre outros, por dotar os Açores de um centro certificado de formação e qualificação profissional de excelência, suprindo as nossas necessidades atuais em termos de recursos humanos qualificados e certificados nesta área, assim como promover a formação inicial de jovens em profissões ligadas a este setor", explicou Vasco Cordeiro.
O "foco principal" da oferta formativa, disse ainda, são as "profissões relacionadas com as pescas e transportes marítimos", "mestrança e marinhagem", reparação e construção naval, atividades marítimo-turísticas e mergulho profissional. A escola poderá também formar profissionais nas áreas dos portos e infraestruturas portuárias, "observação de pesca e do ecossistema".
Segundo Vasco Cordeiro, "a escolha das áreas de especialização da Escola do Mar baseou-se na identificação de necessidades existentes em termos de mão-de-obra, mas também nas oportunidades que o mar dos Açores oferece para desenvolver este tipo de profissões em áreas emergentes".
"Deverá ter também em atenção a adequação da sua oferta formativa às necessidades dos mercados em áreas diferenciadoras, nomeadamente a nível nacional e internacional", acrescentou, dizendo que há, ainda, o objetivo de atrair "formandos externos".
A Escola do Mar dos Açores será um estabelecimento de ensino profissional a funcionar em regime de paralelismo pedagógico integrado no sistema educativo regional, nos termos do estatuto do ensino particular cooperativo e solidário, e é um projeto que resulta de uma parceria que envolve também a Câmara Municipal da Horta, a Universidade dos Açores (através do seu Departamento de Oceanografia e Pescas, igualmente instalado no Faial) e a Escola Náutica Infante D. Henrique.
Na cerimónia de hoje, não foi revelado um prazo para o início do funcionamento da escola.
Vasco Cordeiro destacou que este é um investimento que se insere na estratégia de valorização "da relação" da região com o mar e do "aproveitamento das potencialidades" que o mar oferece, acrescentando que o Faial "assume, por direito próprio" e por "direito histórico", uma "posição de vanguarda" nas questões do mar.
A Estação Rádio Naval da Horta funcionou durante 84 anos e quando foi desativada, em 2013, ficaram devolutos seis blocos de apartamentos com três pisos cada e vários edifícios de comunicações.
De acordo com um protocolo assinado em 2009 entre o Governo dos Açores e a Marinha, os imóveis serão cedidos pelo prazo de 30 anos à região, em troca dos terrenos que foram cedidos ao Estado na ilha de São Miguel, para instalar um novo centro de comunicações.
Nos edifícios da Horta mantém-se equipamento diverso que foi usado pela Marinha durante décadas. A Escola do Mar contará com um núcleo museológico onde essas peças ficarão expostas.


segunda-feira, 6 de julho de 2015

Museu Marítimo avança na Fortaleza


A instalação do Museu Marítimo de Sesimbra na Fortaleza de Santiago vai iniciar-se brevemente. A exposição irá distribuir-se pelos vários espaços do imóvel, que foi totalmente recuperado, e convida o visitante a conhecer a realidade da pesca em Sesimbra desde a antiguidade até aos dias de hoje.

O museu reunirá peças ligadas à história da pesca, documentos e testemunhos iconográficos associados às memórias coletivas, que serão complementados com meios audiovisuais e estruturas de apoio ao visitante.

Um dos espaços apresenta registos alusivos à pesca no povoado do Calcolítico do Outeiro Redondo, bem como a presença dos fenícios, romanos e árabes, comprovados pela descoberta de matérias provenientes de trabalhos arqueológicos e descobertas feitas no concelho.

A exposição dá ainda a conhecer as localizações dos bancos de pesca, rotas e viagens, mapas, tecnologias associadas à navegação, embarcações, mareantes, naufrágios, tradições religiosas, e evolução geológica e histórica da região, não esquecendo o trabalho de investigação desenvolvido pelo Rei D. Carlos, a história da Fortaleza e o Parque Marinho Luiz Saldanha.
A instalação do Museu na Fortaleza de Santiago está orçada em 248 mil euros, e é comparticipada pelo Fundo Europeu das Pescas em 50 por cento, no âmbito do Projeto de Valorização da Cultura Marítima e Piscatória de Sesimbra. A abertura está prevista para 16 de novembro, Dia Nacional do Mar.

terça-feira, 23 de junho de 2015

Ilhas de plástico - Que fazer? - Lisboa

























O lixo marinho é um problema global, com impacto na biodiversidade e nos ecossistemas do meio marinho, na economia e na saúde das populações. O que fazer para solucionar este problema? Assista à conferência com Lia Vasconcelos, investigadora do Departamento de Ciências e Engenharia do Ambiente da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa e do IMAR – Instituto do Mar. 

Inscrições emhttp://bit.ly/1yDS3l4