quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

O mar – um valor para o futuro

O meio marinho é um elemento indispensável à vida na Terra, importante fonte do oxigénio que respiramos, e com um papel determinante no clima. É também um ativo precioso, uma importante fonte de prosperidade económica, bem-estar social e qualidade de vida.
Após ratificação (1997) da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, que estabeleceu um novo quadro jurídico para a delimitação do mar territorial, da plataforma continental e ZEE, Portugal assumiu responsabilidades numa das áreas marítimas mais extensas da Europa, e a maior da União Europeia, com uma dimensão 18 vezes superior ao seu território nacional.
Na atual situação de escassez, desalento, descrença e de futuro incerto que o nosso país enfrenta, decorrente de um desequilíbrio das contas públicas e de uma crise de financiamento, que tem impedido o crescimento económico, a posição geostratégica do espaço marítimo sob soberania nacional pode e deve ser um fator diferenciador do país.
Uma leitura do relatório O Hypercluster da Economia do Mar, elaborado pela SAER (Sociedade de Avaliação Estratégica e Risco), em 2009, alertava decisores políticos e económicos para a falta de visão de futuro e de estratégia a prazo, no sentido de tirar o máximo partido das excelentes condições e potencialidades com que a Natureza nos contemplou.
É notório o fosso existente entre tanta extensão deste recurso, e sua privilegiada localização estratégica, e a fragilidade da sua atual exploração. O potencial de oportunidades de desenvolvimento económico que o meio marinho engloba, enquanto base de atividades da mais diversa natureza como pesca, prospeção e exploração de recursos geológicos, biotecnologia, produção de energia, turismo, desportos náuticos, entre outras, permite desenvolver uma economia marítima próspera e deixarmos de ser um país eternamente adiado.
Se o mar deve ser um desígnio nacional, como se ouve e lê, não pode viver de mandatos a prazo (leia-se legislaturas). Deve ser formulada uma política marítima abrangente, ambientalmente sustentável, apoiada na investigação científica marinha, tecnologia e inovação. Esta política marítima tem de ser consensual (ou então não vale a pena), entre os partidos políticos, em especial entre os que fazem parte do arco governativo.
Portugal, país com longa tradição marítima, tem múltiplas razões económicas e sociais para continuar a considerar o mar como setor prioritário. Outras existem, como a tradição histórica e as condicionantes que forçaram Portugal a lançar-se, com grande coragem e empreendedorismo, na aventura das descobertas, no séc. XV. Na cultura portuguesa, o mar é uma parcela do património da identidade e da dignidade histórica nacional.
Integração europeia, fundos estruturais e a cicatriz ainda mal curada da colonização (ligada ao mar e ao passado) conduziram ao desinteresse pelo mar.

Naturalmente, sem nos desligarmos da Europa, o país necessita de tirar proveito de toda esta riqueza desperdiçada. Mais vale tarde do que nunca.
Por Alexandra Leitão

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Encontro Direito e Mar – A Arqueologia Subaquática

Encontro Direito e Mar – A Arqueologia Subaquática a realizar no dia 21 de Fevereiro, entre as 17h00 e as 18h15, na Sala de Audiências da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.


sábado, 1 de fevereiro de 2014

Universidades criam Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, MARE

Seis universidades vão criar o MARE, um centro de investigação em ciências marinhas, reunindo «competências que vão das bacias hidrográficas ao mar profundo», explicou hoje à Lusa o diretor da nova instituição.

Henrique Cabral, professor catedrático da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e também coordenador científico do MARE, disse à Lusa que o investimento nesta área tem ficado aquém da «prioridade no discurso político», mas mostrou-se confiante na obtenção de financiamentos para a investigação.
Num momento em que se tem criticado a falta de apoios públicos para a investigação disse o responsável que a nova instituição vai procurar financiamentos europeus mas também através da «ligação à sociedade e às empresas».
Integram o MARE as universidades de Lisboa, Coimbra, Açores, Évora, Nova de Lisboa e ISPA - Instituto Universitário (Instituto Superior de Psicologia Aplicada), reunindo mais de 400 investigadores.
O novo centro de investigação começa a ser divulgado a partir de domingo, dia em que se assinala o dia mundial das zonas húmidas, que englobam grande diversidade dos sistemas aquáticos.
«O Mar tem tido um crescente destaque a nível nacional e internacional, e é apontado como um dos eixos onde pode assentar o futuro do desenvolvimento económico e social de países marítimos como é o caso de Portugal. É particularmente importante que este desenvolvimento tenha por base um sólido conhecimento científico», afirma-se num comunicado a propósito do novo centro.
Nele acrescenta-se que o MARE, Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, será uma unidade de investigação, inovação e desenvolvimento tecnológico, multipolar, «que orientará as suas atividades para os desafios da sociedade, em estreita parceria com centros de investigação nacionais e estrangeiros».
O centro terá seis objetivos principais, como o de contribuir para o conhecimento sobre o funcionamento dos ecossistemas marinhos e ambientes com eles relacionados, ou o de desenvolver ferramentas para o uso sustentável dos ecossistemas de água doce, ou ainda o de promover o bom estado ecológico e a saúde dos mares, estuários e bacias hidrográficas.
De acordo com Henrique Cabral o MARE, numa fase inicial, terá sede em Lisboa.
Portugal, acrescentou, tem tido notoriedade na investigação ligada ao mar «mas muitas vezes a passagem de conhecimento para a sociedade e para as empresas não se tem visto muito», uma lacuna que o MARE quer colmatar.

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=682751