sábado, 28 de março de 2015

Memória da pesca do bacalhau partilhada em rede

Base de dados que reúne informações sobre mais de 20 mil pescadores e mais de um milhar de navios vai dar lugar a um portal. Projecto do CIEMar-Ílhavo é apresentado este sábado.
Os registos dos pescadores e navios portugueses que andaram na pesca do bacalhau vão passar a integrar um portal que estará aberto à apresentação de contributos por parte dos seus utilizadores.
A aposta é assumida pelo CIEMar (Centro de Investigação e Empreendedorismo) e parte da base de dados já existente nesta subunidade de investigação do Museu Marítimo de Ílhavo (MMI) – que engloba mais de 20 mil nomes e registos de portugueses que andaram na pesca do bacalhau entre 1935 e 1974 e cerca de um milhar de referências a navios que, entre 1834 e 2005, andaram na mesma faina. O projecto digital, que recebe a designação de “Homens e Navios do Bacalhau”, irá ser dado a conhecer ao público neste sábado, por ocasião da comemoração do terceiro aniversário do CIEMar.  
“A ideia passa por mobilizar as comunidades portuguesas e, muito particularmente, as segundas e terceiras gerações [daqueles que estiveram ligados à pesca do bacalhau] a apresentarem os seus contributos para este memorial”, desvendou ao PÚBLICO Álvaro Garrido, consultor do MMI. Em termos práticos, a partir da activação do portal qualquer descendente e elemento próximo de um antigo pescador “poderá, ele próprio, depositar informação no portal, adicionar conteúdo, fotografias ou filmes”, acrescentou. “Um filho de um antigo pescador pode, por exemplo, corrigir um dado e informar que o seu pai andou embarcado em mais navios do que aqueles que estão referenciados na base de dados”, exemplificou Álvaro Garrido.  
O portal só ficará disponível em Março de 2016, uma vez que houve necessidade de “actualizar e corrigir a base de dados” já existente. Essa primeira etapa fica, agora, concluída, seguindo-se, até Novembro, “o cruzamento de dados e procura de mais informação para construir esta memória”, revelou o consultor do MMI, a propósito do projecto que conta com o apoio da Fundação António Pascoal.
Oito projectos
Em tempo de aniversário do CIEMar, o projecto “Homens e Navios do Bacalhau” centra as atenções, mas a verdade é que, na sua curta existência, este centro de investigação já “desenvolveu um total de oito projectos de investigação”, vinca Álvaro Garrido.

Em jeito de balanço destes primeiros anos de actividade, e mais do que os números, o consultor do MMI faz questão de destacar as ligações e parcerias estabelecidas. “Uma das notas mais positivas foi a construção de redes com instituições com as quais o MMI ainda não tinha uma ligação tão articulada”, sublinhou aquele responsável.
Outra das componentes do CIEMar passa, segundo fez questão de frisar Álvaro Garrido, pelo “apoio ao empreendedorismo”. O centro, que está instalado num edifício contíguo ao museu, reserva parte do seu espaço para a incubação de empresas, dando, como seria de esperar, primazia às ideias de negócio relacionadas com a economia do mar.
Para assinalar o terceiro aniversário, o CIEMar preparou um programa que não se fica pela apresentação do projecto “Homens e Navios do Bacalhau”, marcada para as 17h00.

A apresentação do livro “Mar”, de Afonso Cruz, pelas 17h45, bem como a exibição e debate do documentário “Meu Pescador, Meu Velho”, de Amaya Sumpsi Langreo (vencedora do Prémio Octávio Lixa Filgueiras 2014), pelas 18h30, também integram o programa. Outra das acções anunciadas passa por um showroom de empresas instaladas na incubadora de empresas e degustação de produtos do mar, a partir das 15h00. 

quarta-feira, 18 de março de 2015

II Jornadas de História do Baixo Guadiana

Programa detalhado das II Jornadas de História do Baixo Guadiana/ Dia 20 de Março.
Inscrições através do Arquivo Histórico Municipal António Rosa Mendes/Vila Real de Santo António.


quinta-feira, 12 de março de 2015

Aveiro: o património arqueológico subaquático no “QUINTAS DA RIA”


AVEIRO – A segunda sessão do “Quintas da Ria II”, ciclo de tertúlias promovido pelo grupo uariadeaveiro e pela Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro, discute o património arqueológico subaquático da Ria. A sessão decorre a 26 de março, partir das 21h15, no auditório da Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. As descobertas realizadas, a preservação, a divulgação e a valorização deste riquíssimo património da Região e o que ainda está por investigar, serão os temas a abordar pelos oradores Miguel Aleluia, Fernando Almeida e Francisco Alves.
Serão expostas algumas peças originais da coleção da Santa Casa da Misericórdia de Aveiro, assim como algumas réplicas de artefactos típicos provenientes da Ria. A entrada é livre e não carece de inscrição.
A moderação desta sessão do ciclo “Quintas da Ria” está a cargo de Luis Menezes Pinheiro, professor do Departamento de Geociências da Universidade de Aveiro (UA) e coordenador da Plataforma Tecnológica do Mar, estrutura de interface entre a UA, a sociedade e as empresas.
Francisco Alves dirigiu o Centro Nacional de Arqueologia Náutica e Subaquática e a Divisão de Arqueologia Náutica e Subaquática, foi professor da Universidade Nova de Lisboa e mantém ainda atividade como investigador desta instituição. Miguel Aleluia é assistente técnico no Museu de Aveiro, trabalhou no Centro Nacional de Arqueologia Náutica e Subaquática e nas pesquisas de arqueologia subaquática na Ria de Aveiro. Fernando Almeida é professor do Departamento de Geociências da Universidade de Aveiro e tem vindo a orientar pós-graduações e trabalhos de investigação em geotecnia aplicada à arqueologia. Fernando Almeida e outros professores e investigadores do Departamento de Geociências trabalharam em vários campanhas de prospeção arqueológica no fundo da Ria e que levaram à localização de antigas embarcações com vários séculos.

Grupo uariadeaveiro
O Grupo uariadeaveiro é uma estrutura dinamizada pela Reitoria da Universidade de Aveiro (UA) para mobilizar o conhecimento sobre a Ria produzido na instituição, facilitando o diálogo com os parceiros da região e ajudando na gestão deste grande conjunto de ecossistemas.
O ciclo de conversas tem como objetivo principal contribuir para a construção de valores, comunicar com a sociedade e aproximar os atores associados à Ria. “Quinta das Ria II” inclui, para além da que decorreu a 12 de fevereiro, as seguintes sessões:
– “O património arqueológico subaquático da Ria de Aveiro” (26 de março);
– “O património edificado na envolvente da Ria de Aveiro” (9 de abril);
– “O capital social e as redes de cidadãos em torno da Ria de Aveiro” (14 de maio);
– “A proteção da qualidade da água na Ria de Aveiro” (11 de junho);
– “Políticas públicas e governação partilhada na Ria de Aveiro” (9 de julho).
O primeiro ciclo “Quintas da Ria” que decorreu ao longo do ano passado, “criou uma oportunidade para a UA partilhar conhecimento científico com a região e, através dele, conversar sobre a Ria num ambiente informal e plural”, considerou Teresa Fidélis, coordenadora do Grupo uariadeaveiro num texto de opinião publicado no jornal online da UA sobre o ciclo de conversas anterior. “Procurou contribuir para enriquecer o que, individual e coletivamente, podemos fazer para valorizar, usufruir e contribuir para a gestão da Ria de Aveiro que é de todos e para todos e, por isso, a todos responsabiliza. Tratou-se de um passo num percurso que acreditamos poder prosseguir e evoluir para mobilizar e valorizar a participação cívica em torno na Ria.”, referia ainda a coordenadora.

Agradecendo a melhor divulgação deste assunto e a vossa presença na iniciativa, apresentamos os nossos cumprimentos.

terça-feira, 3 de março de 2015

Cavalos marinhos dão prémio de melhor fotógrafo subaquático 2015 a Nuno Sá

A reserva natural da Ria Formosa serve de porto de abrigo a uma maiores comunidades mundiais de cavalos marinhos das duas espécies mais frequentes no Mediterrâneo e Atlântico. Uma equipa de investigadores do CCMAR tem vindo a estudar esta comunidade, no âmbito do projeto Seahorse, e registou um declínio de cerca de 85%, entre os anos de 2001 e 2009.
O fotógrafo Nuno Sá apanhou a boleia dos cientistas e mergulhou durante 10 dias na Ria Formosa, acompanhando de perto o projeto Seahorse, que tinha como objetivo não só monitorizar a comunidade de cavalos marinhos, mas também tentar encontrar explicação para o seu acentuado desaparecimento e repovoar a Ria Formosa, tentando evitar a extinção da espécie.
Ao tirar a foto premiada, Nuno Sá explica que teve que utilizar acessórios pouco usuais para a iluminação e que contou com a ajuda da equipa do CCMAR para o efeito conseguido.
O resultado é um plano onde o "melhor é mostrado", refere o júri do concurso Martin Edge. Acrescentando que a composição vencedora da categoria "international macro" é simples, mas efectiva, realçando também a qualidade da luz e da sombra conseguidas pelo uso subtil do flash.
Os premiados da edição deste ano foram anunciados esta semana, em Londres, e foram avaliados por três reputados jurados que tiveram a difícil tarefa de avaliar 2500 trabalhos, de 40 países diferentes.