segunda-feira, 30 de maio de 2016

Sesimbra inaugura museu dedicado ao mar e à pesca

O Museu Marítimo de Sesimbra é inaugurado no Dia do Pescador, 31 de maio, na Fortaleza de Santiago, monumento seiscentista que foi recentemente recuperado pela Câmara Municipal. O Museu reúne, em várias salas, com diferentes temáticas, um vasto património fruto, em grande parte, de um trabalho de proximidade feito com a comunidade piscatória. Um cepo de âncora com 5000 anos associado à navegação no período romano e um conjunto de anzois e pesos de rede situados entre 2500 e 200 a.C. são os artefactos mais antigos da exposição, e transportam o visitante no tempo para conhecer os vários povos que passaram pelo território, assim como a sua forte ligação ao mar.
Novas tecnologias permitem explorar a interatividade e valorizar a componente lúdica
A aposta numa componente lúdica e interativa está patente em vários momentos deste novo museu. As novas tecnologias multimédia assumem-se como um auxiliar precioso para despertar o interesse dos visitantes.
A história de Sesimbra em 3D
Desde o Princípio é o título de uma animação 3D que apresenta os principais momentos da história de Sesimbra. Na vertente geológica destaca-se a recriação da formação da Arrábida e do Cabo Espichel ou a passagem dos dinossáurios, cujas marcas são visíveis no Cabo, e na vertente histórica surgem a vila no tempo dos romanos, a famosa batalha de 1602 ou a Capela do Espírito Santo e o Hospital Medieval em pleno funcionamento.

Aquário virtual
Na sala dedicada ao Parque Marinho Luiz Saldanha, a componente marítima do Parque Natural da Arrábida, um aquário virtual permite-nos “mergulhar” no fundo do mar e conhecer as espécies mais comuns existentes no Parque. Com um leve toque na tela surge um quadro com informação sobre cada espécie.

Sala da Memória
Na Sala da Memória, uma mesa interativa (touch screen) possibilita a consulta de duas bases de dados documentais com registo dos pescadores sesimbrenses desde finais do século XIX, assim como o registo de embarcações sesimbrenses a partir do início do século XX. Este trabalho foi possível com recurso a pesquisas nos arquivos da delegação marítima de Sesimbra e no Arquivo Geral de Marinha. Num ambiente tecnológico e acessível e cativante para o público será possível consultar as informações das cédulas de muitos dos marítimos de Sesimbra e sobre muitas das embarcações sesimbrenses. A mesa permite quatro utilizadores em simultâneo e a informação pode ser projetada numa tela, para facilitar as consultas em grupos organizados.

As rotas dos pescadores
As rotas dos pescadores de Sesimbra, os pesqueiros, o tempo de viagem, as artes que usavam, as espécies que capturavam são informações que passam a estar disponíveis ao público num painel multimédia existente na Sala da Viagem. A base de dados traça as várias rotas feitas entre Sesimbra e os locais onde se procedia à pesca. Trata-se de um painel de fácil consulta, que permite aceder a informação bastante relevante.

As Salas
Artes de Pesca
As principais artes de pesca praticadas em Sesimbra ao longo dos tempos estão representadas na sala da Arte, o núcleo central do Museu. Nas duas divisões que em tempos formaram o quartel dos artilheiros da Fortaleza é feita uma abordagem às artes de redes, onde marcam presença a popular “chincha” ou xávega, a sacada e as armações à valenciana e às artes de anzol, que representam a pesca de excelência de Sesimbra, e onde a técnica do palangre, que se continua a usar atualmente, sobretudo na pesca do peixe-espada preto, tem posição de destaque. A pesca desportiva ao espadarte, atividade que teve enorme relevância nos anos 50 e contribuiu para dar a conhecer Sesimbra ao mundo, está também patente.
Todas estas temáticas são apresentadas com recurso a um conjunto de maquetas de grande pormenor e beleza, da autoria do artesão local Ângelo Sobral Farinha, que faziam parte do espólio do Museu do Mar e foram integradas agora num contexto que as valoriza, e a representações, à escala, do maquetista Carlos Loureiro. Na segunda sala, o espaço é dominado por uma aiola em construção, em tamanho real, associada ao mestre Acácio Farinha.
Estes objetos são complementados por fotografias e vídeos com um valor documental enorme, de vários autores e proveniências. Na fotografia destacam-se imagens de Artur Pastor, um dos mais reputados fotógrafo portugueses, que durante 60 anos registou a atividade humana em Portugal, sobretudo a agricultura e pesca, ou o sesimbrense José Arsénio, autor de várias publicações e exposições sobre a pesca em Sesimbra.
Os vídeos, integrados nos próprios módulos expositivos, são provenientes, em grande parte, dos arquivos da RTP e Cinemateca e de doações de particulares e do próprio arquivo da Câmara Municipal.

Sala da Viagem
Há três momentos na navegação dos sesimbrenses. O primeiro, nos séculos XV e XVI, diz respeito aos pilotos e navegadores que participaram nos descobrimentos. O segundo, a navegação costeira, com terra à vista e orientação por bússola e estrela polar, feita essencialmente entre a Ericeira e a Costa da Galé, e um terceiro momento, a partir dos anos 60, que foi a navegação oceânica. Nesta sala é possível descobrir as formas como foi feita cada uma destas navegações e que instrumentos se utilizavam para a orientação no mar. A sala é enriquecida por uma exposição de equipamentos apoio à navegação cedidos pelo eletricista naval sesimbrense José Satiro, que representam a evolução das técnicas. Na sala está disponível um painel multimédia que possibilita a consulta das rotas e pesqueiros marítimos de Sesimbra.

Memória e Devoção
As devoções marinheiras e marítimas, tais como o Senhor Jesus das Chagas, Nossa Senhora do Cabo e Nossa Senhora da Boa Viagem, estão representadas nesta sala através de um conjunto de peças doadas e cedidas pela comunidade, entre as quais ex-votos, ofertas que eram dedicadas a um santo como agradecimento de um milagre, normalmente associado a um salvamento, ou a boas pescarias. Na maioria são peças de arte popular, que guardam em si um significado enorme e são fundamentais para a compreensão destas devoções.

Carlos de Bragança, O Rei Pescador
A Casa do Governador da Fortaleza recebe uma exposição sobre o rei D. Carlos, centrada sobretudo nos seus vastos estudos sobre o mar e sobre as suas campanhas nos mares de Sesimbra, onde conquistou a admiração e o respeito dos pescadores, que também nutriam grande apreço pelo monarca. Muitas das peças expostas foram cedidas pelo Aquário Vasco da Gama.

Sala da Comunidade
Esta sala demonstra a ligação estreita entre o museu e a comunidade sesimbrense, sobretudo ligada à pesca e ao mar. Apresenta quatro doações que representam quatro áreas de atividade que foram muito relevantes para a história recente de Sesimbra: pesca desportiva, apanha de algas, marcenaria e indústria conserveira. Em exposição estão a famosa cadeira de pesca ao espadarte que pertenceu a Arsénio Cordeiro, médico, e grande impulsionador desta pesca em Sesimbra, um compressor hidráulico de bordo e regulador usado na apanha de algas, o torno de pedal pertencente ao marceneiro Elias Corrêa, figura de grande destaque na vila, e, por fim, uma série de peças ligadas à indústria conserveira, que teve enorme relevo na economia local.

Audiovisuais
O enorme acervo audiovisual do Museu justifica um espaço próprio para a visualização de filmes e documentários. Nesta sala serão passados vários vídeos sobre a temática marítima, na íntegra, de acordo com uma programação semanal.

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Tesouro com 1600 anos descoberto em navio submerso - Israel

Arqueólogos descobriram junto a um porto antigo da Cesárea parte de um navio submerso com milhares de moedas com 1600 anos, estátuas de bronze e outros objetos enterrados no mar.


Trata-se do maior conjunto de objetos descobertos no fundo do mar nas últimas três décadas, localizado de forma fortuita num primeiro momento por dois amantes do mergulho submarino, informou a Autoridade de Antiguidades de Israel (AAI).
O espólio descoberto inclui ainda âncoras de ferro e restos de âncoras de madeira, e objetos que foram empregados na construção e navegação da embarcação afundada.
A investigação para recuperar os vestígios da carga decorreu nas últimas semanas com a colaboração de submarinistas especializados e de voluntários que integraram equipas avançadas e desenterraram numerosos artefactos que eram transportados na embarcação afundada.
Muitos dos objetos são de bronze e encontram-se em extraordinário estado de conservação, como uma lâmpada com a imagem gravada de um deus sol, ou uma estatueta de uma deusa lua, assim como uma lâmpada com a imagem da cabeça de um escravo africano, mas o maior destaque vai para três estátuas em bronze fundido de tamanho real.
Foram também localizados fragmentos de grandes jarras usadas para transportar água potável para a tripulação do barco.
Uma das grandes surpresas foi a descoberta dentro de uma vasilha de dois sacos com milhares de moedas com cerca de 20 quilos.
De acordo com Jacob Sharvit, diretos da Unidade de Arqueologia Marinha da AAI, e Dror Planer, vice-diretor do mesmo departamento, "a localização e distribuição dos artefactos antigos no fundo marinho sugerem que um grande navio mercante transportava um carregamento de metal para ser reciclado, quando foi surpreendido por uma tormenta à entrada no porto, afundando-se ao embater contra as suas paredes rochosas".
As mesmas fontes sublinham a importância e o bom estado das estátuas, que devem a boa preservação ao facto de terem ficado enterradas na areia do fundo marinho.
As moedas têm inscritas a imagem do imperador Constantino, o Grande (274-337) e do seu rival Licínio, imperador que governou a parte este do império entre 308 e 324.



Leia mais: Tesouro com 1600 anos descoberto em navio submerso http://www.jn.pt/mundo/interior/tesouro-com-1600-anos-descoberto-em-navio-submerso-5176864.html#ixzz48pJraulA 

quarta-feira, 11 de maio de 2016

La Unesco busca ampliar la protección del patrimonio cultural subacuático

París, 9 may (EFE).- La Unesco presentó hoy una estrategia para que más Estados ratifiquen su convención de lucha contra el saqueo, la explotación comercial y el tráfico ilícito del patrimonio cultural subacuático para evitar así lo ocurrido con el galeón San José, en Panamá.
La estrategia de cinco puntos es la conclusión de la quinta conferencia de países miembros de la Unesco para la protección del patrimonio cultural subacuático, que se celebró los pasados 28 y 29 y de la jornada de intercambios por grupos regionales que tuvo lugar un día antes.
Según los elementos comunicados en un acto con el presidente de la conferencia, el hondureño Alejandro Palma Cerna, los participantes en esos eventos examinaron la forma de que haya nuevas incorporaciones y mejoras en la ejecución de la Convención sobre la Protección del Patrimonio Cultural Subacuático, creada en 2001 y que hasta ahora ha sido aceptada por 53 Estados.
Para que se adhieran más, una de las medidas principales es dar una mejor comprensión de la convención por medio de una asistencia jurídica y de expertos que puedan resolver inquietudes y exponer a los Estados la importancia de este patrimonio.
Esta cuestión tiene -según la Unesco- una mayor relevancia en la región de Asia-Pacífico, puesto que se trata de una zona con muchos contenciosos en materia de soberanía.
Otras prioridades son convertir la ratificación en un asunto de debate público, sensibilizar a la población especialmente a los jóvenes, acerca de la importancia del patrimonio cultural subacuático y movilizarla en su favor.
También promover medidas educativas, como un manual informativo para los colegios y los medios de comunicación, la puesta en marcha de una red de universidades que tengan especialidades en arqueología subacuática o el desarrollo de una investigación para tener personal capacitado.
Expertos del Consejo consultor de la Unesco señalaron que el saqueo sigue siendo una realidad, y que algunas piezas terminan vendiéndose por Internet. Por eso, pidieron trabajar por la restitución de los objetos.
Michel L'Hour, jefe de la misión del Consejo consultor del galeón Sainte-Marie, en Madagascar, aseguró que cuando un gobierno aprueba una investigación en su territorio subacuático, "debe ser llevada a cabo por arqueólogos y no por neófitos que quieren hacer un vídeo o una película".
Xavier Nieto Prieto, jefe de la misión del Consejo consultor del galeón San José, en Panamá, añadió que los países firman contratos y permisos con empresas que aseguran actuar en sus aguas con fines biológicos, pero en realidad "buscan hacer explotaciones de los materiales recuperados".
Nieto recordó que una compañía caza-tesoros escondió partes de lo que se extraía del Galeón San José y luego intentó sacarlas del país, pero fueron detenidos en la aduana de Panamá y recuperadas.
Otro aspecto descrito por Nieto consiste en las restauraciones que hacen estas empresas, las cuales "tienden más a mostrar la belleza de la pieza para hacerla atractiva a los compradores y no para subrayar su valor arqueológico y patrimonial".
Igualmente se refirió a que en el galeón San José el capitán del barco dedicado a las explotaciones recibió como pago de su trabajo una serie de monedas de plata extraídas del océano.
Los expertos concluyeron que esos casos de explotación indebida son el resultado de la falta de vigilancia y de sanciones adecuadas, en algunos casos por falta de leyes de protección. EFE.

Nazaré Aumenta Número De Embarcações Em Exposição No Areal

A exposição de embarcações antigas no areal da Nazaré, junto da antiga lota e do estendal do peixe seco, foi aumentada recentemente com mais um elemento.



Sol da Vida é um barco de pesca local que se junta ao N. S. dos Aflitos, Perdido, Vagos, Ilda, Mimosa e Três Irmãos Leais, perfazendo assim um total de sete embarcações e um sem número de histórias, pretendendo-se assim acrescentar valor ao conjunto museológico exposto na praia e ao mesmo tempo prestar homenagem à arte da Pesca.
Durante décadas, este barco praticou várias artes de pesca no mar da Nazaré [com aparelho de anzol, tresmalho, redes de cerco e alcatruzes], para o qual foi devidamente concebido.
“Construído em 1981 pelo mestre Fernando de Carvalho Oliveira, foi cedido pela família do antigo proprietário, José Manuel Limpinho, à Câmara Municipal, passando a ser um testemunho vivo da extraordinária riqueza da arte naval”, informa a autarquia em comunicado.
Os barcos expostos no areal são uma das principais atracções turísticas da região, sendo um dos pontos mais fotografados na Nazaré e partilhado massivamente nas redes sociais, resultando numa iniciativa da Câmara da Nazaré, com a colaboração do Museu Dr. Joaquim Manso.