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quarta-feira, 11 de maio de 2016

Nazaré Aumenta Número De Embarcações Em Exposição No Areal

A exposição de embarcações antigas no areal da Nazaré, junto da antiga lota e do estendal do peixe seco, foi aumentada recentemente com mais um elemento.



Sol da Vida é um barco de pesca local que se junta ao N. S. dos Aflitos, Perdido, Vagos, Ilda, Mimosa e Três Irmãos Leais, perfazendo assim um total de sete embarcações e um sem número de histórias, pretendendo-se assim acrescentar valor ao conjunto museológico exposto na praia e ao mesmo tempo prestar homenagem à arte da Pesca.
Durante décadas, este barco praticou várias artes de pesca no mar da Nazaré [com aparelho de anzol, tresmalho, redes de cerco e alcatruzes], para o qual foi devidamente concebido.
“Construído em 1981 pelo mestre Fernando de Carvalho Oliveira, foi cedido pela família do antigo proprietário, José Manuel Limpinho, à Câmara Municipal, passando a ser um testemunho vivo da extraordinária riqueza da arte naval”, informa a autarquia em comunicado.
Os barcos expostos no areal são uma das principais atracções turísticas da região, sendo um dos pontos mais fotografados na Nazaré e partilhado massivamente nas redes sociais, resultando numa iniciativa da Câmara da Nazaré, com a colaboração do Museu Dr. Joaquim Manso.

terça-feira, 26 de maio de 2015

Associação quer levar avante projeto de barco-escola dos Açores

A Associação para a Defesa do Património Marítimo dos Açores quer voltar a por a navegar o “Maria Eugénia”, uma das últimas memórias vivas da construção naval açoriana, e transformá-lo num barco-escola.

“A nossa ideia era e é pôr o barco a navegar à vela e transformá-lo num barco escola para treino no mar das nossas crianças, da nossa juventude, no sentido de ensinar a atividade marítima”, afirmou o presidente da associação, Carlos Bulhão Pato, em declarações à Lusa, acrescentando que a embarcação está parada desde 1990. A associação, segundo disse, “fundou-se basicamente em torno da aquisição do Maria Eugénia” e o propósito de preservar esta “memória da história da cabotagem à vela” entre as ilhas e adaptá-lo a barco-escola. Carlos Bulhão Pato disse que o “Maria Eugénia” será muito provavelmente o único sobrevivente entre todas as embarcações de cabotagem à vela, já que o “Senhora da Guia” está nas Flores “a apodrecer”. Construído nos Estaleiros de Santo Amaro, na ilha do Pico, nos anos de 1920, para um armador graciosence, o “Maria Eugénia” esteve durante muitos anos ao serviço da cabotagem entre as ilhas, desde a Graciosa para Terceira, São Miguel e Santa Maria. “Posteriormente foi vendido para São Miguel e veio para o grupo oriental, mas continuou a fazer viagens no grupo central. Mas, acabaria depois por ser vendido para a [conserveira] Corretora para apoio à frota do atum e continuou a fazer viagens de carga São Miguel / Santa Maria e grupo central”, acrescentou Carlos Bulhão Pato. O presidente da associação explicou que uma primeira fase já permitiu o restauro do casco, ao abrigo de verbas provenientes do programa comunitário Interreg III, mas devido “ao estado de degradação, o orçamento disponível foi todo gasto naquela recuperação”. Assim, está por concluir a recuperação dos “mastros, velas, motor e equipamentos de segurança”. “Ficámos parados cerca de dois anos”, explicou Carlos Bulhão Pato, indicando que a associação pretende agora candidatar o resto da recuperação do barco a fundos europeus no âmbito do novo Quadro Comunitário. A associação vai também apresentar no próximo dia 15 de maio o projeto do barco-escola à comunidade, em Ponta Delgada, numa sessão no clube naval. Carlos Bulhão Pato frisou que a ideia é dar “fôlego” ao projeto, angariando verbas junto de sócios e simpatizantes por forma a garantir um fundo de maneio necessário para o projeto e candidatá-lo a apoios comunitários, mas tendo “a certeza de que o projeto é aceite a nível regional”. Após a sua recuperação, o “Maria Eugénia” estará capaz de realizar viagens pelos Açores com alunos de escolas e associações ou até “deslocações para fora das ilhas”. Além de recuperar uma peça do património naval construído na região e da navegação de cabotagem entre as ilhas, o projeto da Associação para a Defesa do Património Marítimo dos Açores pretende também criar uma “escola flutuante”. “Será um barco que estará preparado para receber formandos. Quem entrar a bordo além e desemprenhar tarefas da navegação, terá também atividades letivas. Estas ilhas estão cheias de história, fortes e fortalezas. Não faltam temas específicos do mar que poderão ser tratados a bordo. E depois temos a biologia, os cetáceos, as aves marinhas ou a orla costeira”, frisou.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Bote que andou ao choco virou peça de arte

A embarcação já estava em fim de vida após décadas na pesca do choco. Agora, coberta por 20 mil pioneses, está exposta no Mercado do Livramento, em Setúbal

Não se lhe conhece o dono, nem as aventuras das pescarias em que participou. Mas terão sido muitas ao largo de Setúbal. E desgastantes, a julgar pelo estado em que a pequena aiola de madeira chegou às mãos de Teresa Melo. "Estava mesmo em fim de vida. Tinha buracos, que já deixavam entrar água", recorda. Mas a artista plástica deu-lhe a volta. Depois de lixar e polir o tradicional bote que os pescadores sadinos utilizam na pesca ao choco, pegou em cerca de 20 mil pioneses e na criatividade de seis instituições da terra, para ergue a mais recente peça de arte que hoje foi apresentada no Mercado do Livramento.
Mas o que significam os 20 mil pioneses dourados, com as cabeças coladas pelos três metros e meio de bote e os respetivos bicos virados para fora? "O dourado remete-nos para a fase dos descobrimentos, tão importante para Portugal e estes bicos retratam o medo e perigo que os pescadores enfrentam no mar", explica Teresa Melo, artista plástica do Porto, que recentemente chegou a Setúbal, onde trabalha como programadora de arte, na Casa da Avenida (Luísa Todi).
Agora o interior do barco. Em azul-marinho, que deixa à vista golfinhos, estrelas-do-mar, mas também redes de pesca, com peixes, conchas, mas também lixo, traduzido em bóias, cruzetas e sapatos. Até onde conseguiu chegar a criatividade das seis instituições particulares de solidariedade social da cidade que participaram no projeto.
"Nós fizemos os golfinhos e as estrelas-do-mar. Foram duas semanas de trabalho, mas nem imagina o orgulho que estamos a sentir ao ver isto expostos e tanta gente a apreciar a obra", referia Maria Ana Condensa, utente de Centro Comunitário de Santa Maria da Graça, enquanto o "Art Boat" - assim oficialmente batizado - ia atraindo dezenas de curiosos que estiveram na praça de Setúbal.
O projeto inscreve-se na iniciativa "Arte em Toda a Parte" que ao longo de mais de um ano promove a realização de intervenções artísticas em Setúbal, promovida pelo futuro centro comercial da cidade (Alegro), que abre a 11 de novembro, com a participação de artistas portugueses consagrados, artistas locais e internacionais, respeitando sempre a componente de participação da população sadina. A aiola foi já a oitava obra apresentada ao público.