terça-feira, 18 de agosto de 2015

'Monstro' marinho assustador é retirado do fundo do mar na Suécia

É a primeira vez que algo do tipo, datado do século XV, é retirado de um naufrágio

Uma figura "aterrorizante", que fazia parte de um navio de guerra que afundou no mar Báltico há 500 anos, foi erguida do fundo do mar com grande emoção para os arqueólogos. Afinal, não são todos dias que se depara com um "monstro" marinho esculpido em madeira de 3,5 metros de comprimento e que pesa 300 kg.

"Na última vez em que essa figura 'viu' o mundo, Leonardo da Vinci e Cristóvão Colombo ainda estavam vivos", diz Johan Rönnby, professor de arqueologia marinha da Universidade Södertörn, da Suécia, em entrevista à Reuters. Ele fez parte da equipa de resgate que trabalhou na recuperação do artefato.

Feito a partir de um único pedaço de madeira, o "monstro" seria uma espécie de animal, com orelhas de leão e boca de jacaré,  parece que está engolindo ou cuspindo uma pessoa. Esse tipo de figura, normalmente, era colocada na parte da frente dos navios, como forma de "afastar" o mau agouro.

"Nenhum item parecido com esse, do século XV, jamais foi encontrado no mundo", diz Marcus Sandekjer, diretor do museu Blekinge, que fica em Karlskrona, na Suécia, em entrevista ao Discovery News. O museu também estava envolvido na operação de resgate do objeto.


O artefato, segundo informações dos arqueólogos, fazia parte do navio dinamarquês Gribshunden, que afundou em 1495, após sofrer um incêndio. Ele trazia a bandeira do rei Hans, e foi encontrado no fundo do mar, a 10 metros de profundidade, na costa sudeste da Suécia, próximo à cidade de Ronneby.

"O navio é absolutamente único. É um exemplo arqueológico das grandes embarcações entalhadas, da mesma época do navio Santa Maria, que fazia parte da frota de Colombo", conta o professor Johan Rönnby, em seu artigo sobre a descoberta.

Para os especialistas, que pretendem continuar o trabalho na área do naufrágio, este tipo de achado ajuda a entender um pouco o mundo daquela época – século XV –, especialmente em relação às grandes navegações.

Adaptado:http://sites.uai.com.br/app/noticia/encontrobh/atualidades/2015/08/17/noticia_atualidades,154667/monstro-marinho-assustador-e-retirado-do-fundo-do-mar-na-suecia.shtml 

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Esposende acolhe Escola Internacional de Arqueologia Náutica e Subaquática

Esposende acolhe até 23 de agosto a Escola de Arqueologia Náutica e Subaquática, denominada “Escola de Verão Internacional de Arqueologia | 2015”. Esta iniciativa visa o estudo do achado do navio de Época Moderna arrojado na praia de Belinho, na sequência do forte temporal de janeiro de 2014. 

Este achado tornou-se numa das mais importantes descobertas arqueológicas de valor internacional em contexto subaquático para a Época Moderna (contemporânea dos Descobrimentos Portugueses). Do arrojamento à praia contabilizaram-se peças do navio com mais de 60 madeirames e da sua carga. Desta destacam-se mais de duas centenas de pratos em estanho, duas dezenas de pratos em latão (“pratos de oferendas”) e duas dezenas de balas de canhão em pedra (“pelouros”). Do mesmo sítio arqueológico foram ainda  recuperadas cerca de nove centenas de fragmentos de ânforas, correspondentes a um outro naufrágio, de Época Romana, tornando o próprio sítio arqueológico inédito no país.

A “Escola de Verão Internacional de Arqueologia | 2015” resulta da implementação do projeto em rede sobre o sítio arqueológico da praia de Belinho que procura, nos diversos parceiros, a inovação no que respeita à investigação, valorização e divulgação destes achados. Disto é exemplo o projeto europeu ITN Marie Curie “ForSEADiscovery” que, a partir do corrente mês, registará as madeiras com métodos inovadores em Portugal, bem como determinará a idade exata, o tipo e a sua proveniência, ancorando ao projeto os mais reputados investigadores nesta área provenientes dos Estados Unidos da América, Inglaterra, Espanha e Portugal.