O Governo Regional vai mandar lançar inertes ao mar para tentar combater a expansão de uma alga invasora, que se tem vindo a alastrar na costa da ilha do Faial.
A informação foi anunciada à Lusa por Frederico Cardigos, diretor regional dos Assuntos do Mar, que na terça-feira acompanhou um grupo de mergulho do Departamento de Oceanografia e Pescas (DOP) da Universidade dos Açores, que está a estudar esta espécie submarina. "Isto significa que apesar dos esforços que têm sido feitos pela Universidade dos Açores nos últimos anos, não estamos a conseguir ganhar esta batalha", explicou Frederico Cardigos, acrescentando que será necessário agora avançar para uma fase "mais incisiva e musculada" da operação. A alga (Caulerpa webbiana), identificada como Espécie Exótica Invasora (EEI), foi detetada, pela primeira vez, no interior do porto da Horta em 2002, mas segundo o levantamento efetuado pelos investigadores do DOP, já se alastrou às freguesias limítrofes da cidade, nomeadamente Feteira e Praia do Almoxarife. A solução encontrada pela Direção Regional dos Assuntos do Mar é tentar soterrar a alga invasora, lançando inertes ao mar, sobretudo na "zona central de distribuição" da planta, mantendo a intervenção de mergulhadores nas zonas limites. "Pensamos que vamos conseguir ganhar alguma vantagem sobre a distribuição desta alga e fazer com que não aumente ainda mais o seu raio de distribuição", sublinhou Frederico Cardigos. A Caulerpa webbiana é uma alga que não serve de alimento a qualquer espécie de peixe, nem de invertebrados marinhos, o que explica por que razão se reproduz tão rapidamente e é tão abundante. A preocupação das autoridades é evitar que a alga possa contornar toda a ilha do Faial, ou eventualmente chegar à vizinha ilha do Pico, cenário que poderia provocar impactos negativos no meio-ambiente e até no setor das pescas. "Se deixássemos esta alga alastrar ainda mais, poderíamos estar a criar um problema económico grave", admitiu Frederico Cardigos, para quem é necessário agora combater a alga com soluções mais incisivas. Calcula-se que esta planta invasora tenha chegado ao Faial trazida pelos iates que fazem escala na Marina da Horta, uma das mais movimentadas da Europa, que recebe anualmente mais de um milhar de embarcações de recreio que atravessam o Atlântico.
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