quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Face à história da cidade CDS quer centro de Interpretação em Angra do Heroísmo

Contra o que entende ser um desrespeito do Governo Regional pela ilha Terceira e a sua história, o CDS/PP Açores vai apresentar na Assembleia Regional Legislativa dos Açores um Projecto de Resolução para a criação de um Centro de Interpretação – Angra Património Mundial, onde seja incluído o Parque Arqueológico Subaquático da Baía.
Artur Lima, líder dos “populares” açorianos, defende que Angra do Heroísmo, pela sua história e importância, deveria ter sido a primeira localidade dos Açores a ter uma valência deste género que potencie todas as mais valias históricas e culturais da cidade, “preservando e protegendo o seu património e a vertente turística associada”.
Em conferência de imprensa realizada ontem em Angra do Heroísmo, Artur Lima teceu várias críticas à posição do executivo regional, em especial a Jorge Paulus Bruno, director regional da Cultura, a quem acusou de “desrespeitar a cidade”.
Em resposta à declaração do responsável da pasta da Cultura que afirmou que o Museu de Angra do Heroísmo já desempenhava as funções de um hipotético Centro de Interpretação, Artur lima lamentou que Jorge Paulus Bruno pense que a história de Angra do Heroísmo “ se reduza a uma série de panfletos”.
Artur Lima entende que não se percebe como é que uma cidade que já foi “capital do reino e a primeira cidade portuguesa a merecer a distinção da UNESCO de Património Mundial da Humanidade não tenha merecido Aida a devida atenção por parte do Governo, no âmbito do investimento público na rede de Centro de Interpretação”.
O responsável dos democratas cristãos recordou ainda o papel de Angra como sede do bispado desde 1534, lamentando “o desprezo”  que os sucessivos governos regionais do PSD e PS a tem votado.
O deputado regional e vereador da Câmara de Angra defendeu ainda que a cidade não promove a sua condição de Património Mundial da UNESCO, criticando igualmente o subaproveitamento do Parque Arqueológico Subaquático da Região “ tirando-se dele muito pouco proveito económico, porquanto não se promoveu um novo produto turístico-cultural.
“Poder fazer mergulho e ver caravelas é uma experiência maravilhosa que muita gente está interessada e que tem sido mal explorada”, entende o líder do CDS/PP Açores.

TUTELA CONTRA ATACA

A direcção regional da Cultura respondeu a Artur Lima afirmando que a exposição de longa duração patente ao público no Museu de Angra do Heroísmo, intitulada «Do Mar e da Terra… uma história no Atlântico», constitui, por si própria, “o espaço privilegiado de interpretação do papel e do significado da cidade de Angra enquanto monumento inscrito na lista do Património da Humanidade da Unesco”.
Desta forma, a Tutela convida os deputados do CDS/PP a fazerem uma visita à mesma antes de prosseguirem com a proposta da criação de um centro de interpretação relativo a este assunto”.
No que respeita ao Parque Arqueológico da Baía de Angra, a direcção regional da Cultura, do mesmo modo, reafirma que a sua interpretação está consubstanciada na exposição do Museu de Angra do Heroísmo, não se justificando a duplicação de estruturas e funções.
Sobre este tema, a direcção regional esclarece também que, ao contrário do que o CDS/PP afirma, no Parque Arqueológico da Baía de Angra os mergulhadores não vêem “naus e caravelas do século XVI e XVII” jazendo no leito da baía, mas sim acedem a dois sítios visitáveis, um denominado “cemitério das âncoras”, onde se encontram âncoras de várias épocas, perdidas por embarcações, e outro onde se encontram os vestígios da embarcação do século XIX conhecida por Lidador. 


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