sábado, 8 de novembro de 2014

Investigadores descobrem âncoras romanas no fundo do mar em Carcavelos

Uma equipa de arqueólogos subaquáticos encontrou, entre 2012 e 2013, vários vestígios romanos no fundo do mar em Carcavelos, concelho de Cascais, entre os quais vários tipos de âncora dessa época, foi hoje anunciado.


Os resultados, apresentados esta tarde no Museu do Mar Rei D. Carlos, foram obtidos no âmbito do projeto de elaboração da Carta Arqueológica Subaquática do Concelho de Cascais, desenvolvida pela câmara e pelo Centro de História d'Aquém e d'Além Mar da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
Em declarações à agência Lusa, o investigador Jorge Freire explicou que a sondagem arqueológica feita em 2012 e 2013, entre São Julião da Barra (Oeiras) e Carcavelos, permitiu "reforçar a presença de vestígios romanos no fundo do mar".
"Encontrámos vários tipos de âncora e outros elementos de navegações, provenientes de naufrágios, que remontam ao período romano, mas claro que há outros mais recentes", explicou. 
Jorge Freire explicou que a primeira intervenção feita em São Julião da Barra ocorreu há 15 anos e, agora, foi possível retomar a sondagem arqueológica e descobrir novos vestígios.
O projeto da Carta Arqueológica Subaquática do Concelho de Cascais prevê uma investigação subaquática ao longo de cerca de 30 quilómetros de extensão, entre São Julião da Barra e o Cabo da Roca (Sintra). Além da zona de Carcavelos, já foi investigado o fundo do mar entre a Baía de Cascais e a Guia. Por explorar está ainda a zona entre a Baía de Cascais e o Cabo da Roca. Âncoras, canhões, material de navegação e mobiliário de bordo são a maioria dos vestígios encontrados, provenientes de possíveis naufrágios. "A costa de Cascais é bastante rica em canhões e isso explica-se por ser o canal principal de entrada em Lisboa", acrescentou Jorge Freire. Depois de a equipa de mergulhadores detetar os vestígios, contou o investigador, é feita uma avaliação por peritos arqueológicos, que conseguem determinar a sua época e, por conseguinte, o seu valor cultural."Algumas peças em perigo são retiradas do mar e recuperadas, mas a intenção maior é manter os vestígios onde estão e enriquecer o fundo do mar para fins turísticos, porque há cada vez mais pessoas a fazer mergulho", acrescentou também o investigador António Fialho.
O projeto, em curso desde 2009, visa a recolha de dados históricos e arqueológicos e a intervenção sobre sítios e achados já referenciados.

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